Mudanças

Blocos parlamentares sofrerão modificações na Assembleia em 2021

Blocão governista pode se dividir em consequência da disputa eleitoral em São Luís; oposição deve perder o MDB e receber o deputado Wellington do Curso

Carla Lima/Editora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
O MDB de Roberto Costa provavelmente sairá do Bloco do Oposição
O MDB de Roberto Costa provavelmente sairá do Bloco do Oposição (Roberto Costa)

São Luís - Para o próximo ano, os blocos parlamentares na Assembleia Legislativa do Maranhão deverão sofrer modificações. Previsão é de que o Bloco Parlamentar Unidos pelo Maranhão, o chamado blocão, se divida. No bloco de oposição, a mudança deverá ser por conta do MDB que deve sair e também da chegada de Wellington do Curso (PSDB). Parlamentares fora de blocos - os chamados independentes - também devem compor novo cenário da Casa.
O blocão governista, que atualmente tem 27 membros, poderá se dividir. Por enquanto, os deputados do PDT e DEM aguardam as movimentações do governo estadual quanto à reforma administrativa. Os dois partidos decidiram se aliar, em São Luís, ao agora prefeito eleito Eduardo Braide (Podemos) no segundo turno das eleições municipais deste ano.
Devido a isto, há rumores de que o governador Flávio Dino (PCdoB) possa fazer mudanças em sua gestão baseado no racha promovido quando os dois partidos de sua base aliada apoiaram o candidato opositor ao candidato do grupo dinista que foi Duarte Júnior (Republicanos).
A esperada reforma administrativa tem previsão de ocorrer somente em janeiro. Não há ainda definições sobre quais substituições ocorrerão. Secretarias de Cidade e da Assistência Social devem entrar na lista das modificações.

Sem racha
Sobre a saída do blocão, o deputado estadual Neto Evangelista (DEM) nega que ele saia. Segundo ele, a base governista continua como está porque não há racha. “Não há racha. A eleição foi municipal”, afirmou. Evangelista disse ainda que o governador Flávio Dino já até conversou com o grupo.
Sobre mudanças de rumos na Assembleia Legislativa, o presidente estadual do PDT, senador Weverton Rocha, diz que não haverá modificações na sua legenda e que o racha anunciado por causa do segundo turno do pleito da capital não existe.
“Somos um grupo no estado e nos manteremos firmes. Não tem motivo para briga. O governador é Flávio Dino. O Brandão é apenas o vice”, disse o senador.

Oposição
Mesmo se o PDT e o DEM se mantiverem no blocão, o deputado do Pros, Yglésio Moyses, deixará. Inicialmente, o parlamentar - que disputou as eleições para prefeito de São Luís e no segundo turno foi um dos que não seguiu Flávio Dino e apoiou Braide - deve se manter independente.
Há conversas para que Moyses vá compor o bloco de oposição, mas não há qualquer definição a respeito.
Quem está certo para compor a oposição é Wellington do Curso. Ele não pertence a qualquer bloco atualmente e vem acertando com os deputados Adriano Sarney e César Pires (ambos do PV) esta composição. “Estamos conversando a respeito sobre esta composição de nosso bloco de oposição. O deputado Wellington do Curso deve vir, mas não há nada certo ainda”, explicou o deputado César Pires.
O Bloco de Oposição deve perder o MDB. Os deputados da legenda - Arnaldo Melo, Roberto Costa e também Socorro Waquin (que vai assumir na Assembleia Legislativa com a renúncia de Rigo Teles que será empossado prefeito de Barra do Corda em janeiro) - farão uma reunião na próxima semana para definir a posição na Assembleia.
“A gente caminha para manter uma posição de independência. Não seremos, claro, situação, mas também não teremos uma posição de oposição. O partido tem sido independente. Mas vamos dialogar ainda com os demais colegas para que gente possa definir nossa posição”, afirmou o deputado e presidente estadual do MDB, Roberto Costa.

Sem mudança

O Bloco Parlamentar Democrático composto pelos deputados do PL não tem previsão de mudança. Assim como os membros do Bloco Solidariedade Progressista que tem parlamentares do Solidariedade e do PP. Este último se manterá como base aliada do governo Flávio Dino.

Aliados no blocão reclamam de ausência de Dino na campanha

A divisão do blocão não se resumirá às consequências do pleito em São Luís. Aliados do governador que perderam no interior do estado também reclamam devido a postura do comunista na disputa. Em muitas cidades, Flávio Dino decidiu não fazer campanha eleitoral.
Segundo Flávio Dino disse em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, ele preferiu não fazer a campanha para preservar a questão do isolamento social.
“Adotei uma postura difícil para mim. Essa foi a primeira campanha desde que virei político que não fiz um único evento. Isso fez falta politicamente. Não fui em uma convenção, uma passeata, uma carreata, nada em lugar nenhum do Maranhão. Se eu tivesse ido, alguns aliados poderiam eventualmente vencer as eleições. Preferi perder a eleição a perder legitimidade. Não participei em nenhum momento e lamentei, mas não poderia me vincular a uma atitude negacionista”, afirmou o governador.
E a postura de Flávio Dino tingiu, principalmente, seu partido, o PCdoB. A legenda acabou reduzindo o número de prefeitos que tinha em seus quadros nos últimos 4 anos. Em 2016, a legenda conseguiu a eleição de 40 prefeitos. Já em 2020, este número caiu para 22.
Entre as cidades mais importantes que o PCdoB teve candidato, a sigla saiu derrotada em São Luís, Imperatriz, Caxias e São José de Ribamar.

Somos um grupo no estado e nos manteremos firmes. Não tem motivo para briga. O governador é Flávio Dino. O [Carlos] Brandão é apenas o vice”Weverton Rocha, senador do PDT

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