Home-office

Trabalho remoto movimentou R$ 35 bi em setembro

Isso representa 10% dos mais de 80 milhões de empregados e que não foram afastados durante esse período

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Aproximadamente 8 milhões de pessoas seguiam trabalhando em home-office, até setembro, o que representa cerca de 10% dos mais de 80 milhões de empregados
Aproximadamente 8 milhões de pessoas seguiam trabalhando em home-office, até setembro, o que representa cerca de 10% dos mais de 80 milhões de empregados (home-office)

Brasília - Com a chegada da pandemia da Covid-19 no Brasil e a adoção do isolamento social como estratégia para reduzir os impactos do coronavírus no País, os modelos de negócios tiveram de se modificar para adaptar a vida aos novos tempos. De um dia para o outro, uma grande parte dos trabalhadores brasileiros começaram a realizar as atividades de casa.

Aproximadamente 8 milhões de pessoas seguiam trabalhando desta forma até setembro, o que representa cerca de 10% dos mais de 80 milhões de empregados e que não foram afastados do trabalho durante esse período. E os profissionais em trabalho remoto foram responsáveis por movimentar mais de R$ 35 bilhões de reais durante o mês de setembro com a remuneração do trabalho.

Esse é um recorte de como funcionou parte do home office no Brasil, analisado com base em um estudo publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento teve como objetivo analisar a massa de rendimentos dos trabalhadores remotos do País, segmentados por Unidade da Federação (UF) e, também, atualizar o acompanhamento dessa forma de trabalho durante a pandemia.

De acordo com o estudo, em setembro, a maior parte das pessoas nessa situação de trabalho remoto eram do sexo feminino (57%), da cor branca (65%), com nível superior completo (76%) e idade entre 30 e 39 anos (31%). Segundo o pesquisador do Ipea, Geraldo Góes, quando filtrado por atividade desempenhada, a maior parte das pessoas que puderam trabalhar remotamente fazem parte de um grupo com maior qualificação e escolaridade.

“As principais ocupações envolvidas em trabalho remoto, são exatamente aquelas ligadas a trabalhos mais qualificados no setor de serviços, profissionais de ciências e intelectuais que não dependem tanto de uma grande infraestrutura para realização de suas atividades. Em geral, como essas pessoas são mais escolarizadas, acabam tendo uma remuneração média superior à do total de pessoas que estão empregadas no País e isso acabou gerando 20% de toda massa salarial do mês de setembro”, explicou o pesquisador.

O estudo do Ipea ainda revelou que a região Sudeste teve a maior concentração de pessoas trabalhando remotamente. Na análise por unidade federativa, o Distrito Federal liderou o ranking de maior percentual de trabalhadores exercendo atividade de casa pela quantidade de habitantes, enquanto o estado do Pará teve o menor percentual de pessoas ocupadas e não afastadas em trabalho remoto.

Dário de Sousa trabalha com marketing internacional em uma empresa de exportações no norte do Pará e embora tenha enfrentado diversos desafios nesse momento de pandemia, o profissional conseguiu a mudança do trabalho presencial para desempenhar as atividades em casa.

“Eu tive uma entrada ao home office muito brusca sendo que, de repente, 100% da equipe ficou trabalhando de casa. Ao longo do ano tivemos de nos adaptar em relação aos projetos cancelados ou adiados para 2021. E só agora, no final do ano, consegui uma estação de trabalho que me atenda plenamente”, detalhou Sousa.

De acordo com análise do pesquisador do Ipea, Geraldo Góes, o trabalho remoto está em uma tendência de queda, mas “dada a situação da pandemia, esse comportamento pode se alterar, no entanto, não temos muitos meios de prever”. Ele acredita que a pandemia tenha acelerado o processo de implementação do trabalho remoto em diversas ocupações. “Mas é cedo para dizer qual a parcela desse trabalho que veio para ficar e quantos retornarão ao posto anterior ao da pandemia. Somado a isso, espera-se que algumas ocupações possam retornar parcialmente ao trabalho no escritório e oscilar com o remoto” afirmou.

A Eppendorf é uma multinacional Alemã especializada em biotecnologia com operações no Brasil, além de Estados Unidos e diversos países na Europa. No final deste ano, a empresa começou a atualizar o contrato da maior parte de seus funcionários para o home office permanente. Segundo Ana Paula Aukar, diretora de operações da empresa no Brasil e América Latina, pensando a médio e longo prazo, este modelo nos traz inúmeros benefícios.

“Em relação à redução de despesa, houve uma economia. Estamos adotando o modelo do teletrabalho, modelo híbrido de home office e ida ao escritório, mas o mais utilizado é o home office. Os resultados mostraram-se positivos porque nossos colaboradores têm mais tempo disponível para a família, cuidados pessoais, como a prática de atividades físicas; menos tempo no trânsito; ajuste de agenda; maior aprendizado e concentração; melhor definição das prioridades; redução de custos, entre outros fatores”, esclareceu.

Fonte: Brasil 61

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