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Após racha e derrotas em São Luís, Dino fala em ''revisão de alianças''

Governador do Maranhão admitiu pela primeira vez que sua base de apoio formada em 2018 se rompeu e com isto garante que terá reorganização

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Flávio Dino falou a primeira vez sobre racha em sua base de apoio
Flávio Dino falou a primeira vez sobre racha em sua base de apoio (Dino)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deu ontem os primeiros sinais de que tomará atitudes políticas após o racha na sua base aliada que consolidou sua derrota no 2º turno da disputa eleitoral de São Luís com a eleição de Eduardo Braide (Podemos) novo prefeito da capital.

Dino e grande parte do governo apoiaram Duarte Júnior (Republicanos), mas partidos como o PDT, o DEM e o PTB, que integram a base, decidiram aderir à candidatura do Podemos.

Segundo Dino, especificamente em virtude de tensões na aliança estadual, será necessário um “processo de revisão” dessa união. Ele destacou, ainda, que se empenhou “tanto quanto possível” para manter unido o seu campo político durante o processo eleitoral.

“Formamos uma grande aliança estadual em 2018, quando da minha reeleição. Em 2020, me empenhei ao máximo para manter tal campo unido, tanto quanto possível. Agora entramos em um processo de revisão, visando à eleição de 2022. Processo que qualifico como normal e democrático”, declarou.

De acordo com Dino, o tensionamento de 2020 tem relação com 2022. “Nossa aliança estadual está tensionada por conta da disputa pela vaga de governador, já que não posso ser reeleito. Algumas eleições municipais se decidiram por essa tensão interna, inclusive a de São Luís, onde houve divisão no 2º turno entre os aliados do governo”, completou.

E exortou os aliados a dialogar para que se chegue a bom termo nesse processo, acrescentando que precisa e vai seguir focado em sua gestão. “Esse processo de revisão das alianças estaduais exige diálogo, serenidade e prudência. Espero que os partidos políticos se dediquem a isso. Minha dedicação às tarefas administrativas continua integral, com a seriedade que a difícil situação do país exige”, completou.

Calor

A temperatura subiu no grupo dinista assim que se definiu o resultado do 1º turno da eleição em São Luís. Confirmado o 2º turno entre Duarte e Braide, Dino imediatamente declarou apoio ao primeiro, ainda no dia 15 de novembro.

Nos dias seguintes, mobilizou secretários, que movimentaram a máquina em busca do maior apoio possível ao candidato do Republicanos.

A eleição de Duarte, contudo, representaria o fortalecimento de dois projetos estaduais: o do vice-governador, Carlos Brandão (Republicanos), e o de Josimar de Maranhãozinho (PL), ambos pretensos candidatos a governador em 2022.

Esse aspecto eleitoral pode ter sido decisivo para o racha. Também pré-candidato a governador, Weverton Rocha, via PDT, acabou no palanque de Braide, nem tanto por afinidade, mais como estratégia para evitar o fortalecimento de futuros adversários.

Insatisfeito com o movimento, Brandão reclamou publicamente dos aliados do governador que, segundo ele, “desertaram” da campanha de Duarte. “Quero aproveitar para deixar um recado aos desertores. Aqueles que estão beneficiados no governo Flávio com secretarias, com espaços e que fugiram, fugiram da luta. Esses não serão esquecidos. Fugiram com a sela, e agora, dizem, estão lá em Barreirinhas orientando que votem contra o governador. Estão lá em Barreirinhas orientando que votem em nosso adversário”, disse.

Em resposta, o próprio Weverton e uma série de outros aliados governistas passaram a postar fotos nas redes com referências à cidade de Barreirinhas, numa referência bem-humorada à fala do vice-governador.

PDT e PL elegeram mais prefeitos no Maranhão; PCdoB diminuiu

O resultado das eleições municipais no Maranhão aponta para um novo equilíbrio entre as forças que atualmente gravitam o Palácio dos Leões - e que, consequentemente, almejam o comando estadual em 2022.

O partido do próprio governador Flávio Dino, o PCdoB, foi o que mais perdeu espaços: caiu de 46 prefeitos eleitos em 2016 para apenas 22 em 2020. Recuo de mais de 50%.

De outro lado, o PDT e o PL, dos deputados federais Weverton Rocha e Josimar de Maranhãozinho, respectivamente - ambos com pretensões de candidaturas ao governo em 2022 -, experimentaram grande crescimento.

Os pedetistas agora comandam 42 prefeituras no estado. Já os liberais, 40 - podendo chegar a 41, já que em Bacuri um filiado ao partido pode ser declarado eleito, já que o vendedor, Dr. Washington, concorreu sub judice e deve ter os votos anulados.

Outro destaque foi o Republicanos, do vice-governador Carlos Brandão, outro virtual candidato a governador daqui a dois anos. Elegeram 25 gestores.

São todas siglas que ditarão, pelo menos na base governista, os rumos da sucessão do governador Flávio Dino daqui a dois anos.

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