Eleito prefeito de Itapecuru no último dia 15 de novembro, o promotor de Justiça aposentado Benedito Coroba (PSB) chega ao comando do município após uma batalha eleitoral contra todos os mais fortes grupos políticos da cidade.

Considerado outsider por ter-se afastado da política durante 24 anos - período em que esteve membro do Ministério Público do Maranhão -, ele deixou o órgão, aposentado, em 2018, e iniciou um trabalho que culminou com uma vitória nas urnas mesmo batendo de frente com os grupos do atual prefeito, Miguel Lauande, do ex-prefeito e ex-deputado federal Júnior Marreca, além dos atuais deputados federal Marreca Filho e estadual Wendel Lages.

“Fui candidato numa circunstância muito difícil, porque toda a classe política de Itapecuru se uniu contra mim. Essa vitória foi muito expressiva”, destacou Coroba, em entrevista exclusiva a O Estado.

Segundo ele, 80% dos vereadores da Câmara Municipal de Itapecuru também apoiavam seu principal adversário, Ricardo Lages, membro do PCdoB, partido do governador Flávio Dino.

“O atual prefeito foi contra, todos os ex-prefeitos foram contra, os dois deputados, o estadual e o federal, foram contra mim. Dos 15 vereadores, 12 foram contra”, destacou.

Transição

Ainda não empossado – o que só ocorrerá no dia 1º de janeiro de 2021 –, Coroba já elegeu a transição municipal como sua meta mais urgente. De acordo com o prefeito eleito, é fundamental que se possa colher o máximo de informações possível para garantir a continuidade dos serviços públicos logo nos primeiros dias da próxima gestão.

“Estamos tentando uma transição, correndo contra o tempo porque a posse já é no dia 1º de janeiro [de 2020]. Estamos vendo se conseguimos colher o maior número de informações possíveis e, também, se a gente consegue, nessa transição, manter os serviços públicos normais a partir de 1º de janeiro, porque uma das finalidades da transição é você ter condições de já assumir trabalhando”, destacou.

Na gestão, especificamente, o novo prefeito de Itapecuru aponta o combate à corrupção como um dos principais desafios de qualquer gestor público.

“Dois grandes desafios: combater a corrupção e lutar por uma boa gestão”, disse.

Ex-promotor com forte atuação nas áreas de combate à corrupção e eleitoral, Benedito Coroba ressaltou que tem um olhar diferente sobre o cometimento de crimes na administração pública e que, por isso, atuará fortemente para evitar desvios na sua administração.

“O fato de a gente combater, ter esse histórico de combate à corrupção, nos preocupa ainda mais, porque a gente sabe o mal que é a corrupção, e não é fácil combatê-la, porque ela é sistêmica e endêmica”, pontuou.

Mais

Passos

Benedito Coroba deu os primeiros passos na política em 1988, quando foi candidato a prefeito de Itapecuru pela primeira vez, mas saiu derrotado. Em 1990, elegeu-se deputado estadual, mandato que cumpriu entre 1991 e 1994. No meio desse mandato, em 1992, tentou novamente ser prefeito da cidade, mas acabou derrotado novamente. Ao fim do mandato parlamentar, deixou a política e assumiu o cargo de promotor, que ocupou por 24 anos.

Coroba fala em secretariado técnico em sua gestão

O prefeito eleito benedito Coroba também falou a O Estado sobre a formação do novo secretariado do Município de Itapecuru.

Segundo ele, o foco é na montagem de uma equipe técnica, em detrimento de indicações políticas.

“Estamos trabalhando o secretariado porque nós temos muitas políticas públicas e há uma exigência técnica para a realização dessas políticas públicas, então a gente tem que compor o governo com um quadro mais técnico e menos de político”, afirmou.

Sobre outros desafios para a gestão, ele apontou a alfabetização e o combate à evasão escolar, na Educação, e construção de uma rede de prevenção, na Saúde, com fortalecimento da saúde comunitária.

“Se o cidadão está gripado e há prevenção, ele nem precisa ir até o hospital”, completou.

Coroba também adiantou a intenção de criar uma Secretaria Municipal de Meio Ambiente em Itapecuru, e de garantir cortes na máquina que devolvam à Prefetura a capacidade de investir recursos próprios na cidade. “Desafio é recuperar, do Município, o poder de investimento”, concluiu.

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