Brasília- Além de ser a maneira mais completa de alimentar um bebê, a amamentação é uma aliada importante para ajudar a prevenir o câncer de mama.
Estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação, de acordo com a Lancet – uma reconhecida publicação científica britânica. Além disso, os atuais índices globais de aleitamento materno previnem quase 20 mil mortes por câncer de mama ao ano. “O mais interessante é que essa proteção independe da idade da mulher, da sua etnia, de quantos filhos já tem, e da presença ou não de menopausa”, afirmou a Coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno da SAPS, Janini Selva Ginani.
Benefícios
A amamentação promove três tipos de mecanismos no corpo da mulher que colaboram com a diminuição de risco. O primeiro está relacionado à exposição hormonal. “No período da amamentação, por um processo natural, a mulher está menos exposta aos hormônios femininos que estão associados ao risco de câncer de mama”, explicou o médico Ronaldo Corrêa, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Já o segundo mecanismo acontece quando o bebê suga o leite da mãe e o líquido passa pelos ductos
mamários. Essa ação elimina células que sofreram alguma alteração na sua estrutura e que poderiam levar ao aparecimento futuro do câncer de mama. Nesse contexto existe um processo natural de substituição das células mamárias ao final da amamentação, que pode eliminar células modificadas ou com mutações que poderiam levar ao surgimento da doença.
O aumento de proteção causado pela amamentação dura a vida toda mulher. “É muito importante que a gente apoie, promova e proteja o aleitamento materno para que toda mulher amamente até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses da criança”, pontuou Janini.
Além da amamentação, outras medidas também diminuem os riscos, como praticar atividade física pelo menos duas vezes na semana, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
O SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce na Atenção Primária à Saúde (posto de saúde) e pelo rastreio mamográfico, quando indicado pelo médico.
É recomendado que mulheres sem sintomas ou sinais de doença com idade entre 50 a 69 anos façam o exame de mamografia a cada dois anos. Ao ser atendida na Unidade Básica de Saúde (UBS), independentemente do motivo da procura, toda mulher nessa faixa etária será abordada para realização da mamografia.
Sintomas
Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor - presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
Alterações no mamilo;
Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
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