Na pandemiaa

Enquete da Unicef mostra que 72% dos adolescentes sentiram necessidade de pedir ajuda na pandemia

Fechando o Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, UNICEF apresenta os resultados de enquete com 4 mil adolescentes sobre saúde mental na pandemia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Mais de 4 mil adolescentes de todo o Brasil quiseram ajuda em relação ao bem-estar físico e mental
Mais de 4 mil adolescentes de todo o Brasil quiseram ajuda em relação ao bem-estar físico e mental (depressão)

BRASÍLIA - Para marcar o Setembro Amarelo, que destaca o tema da prevenção ao suicídio, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulga os resultados de uma enquete realizada com mais de 4 mil adolescentes de todo o Brasil sobre saúde mental na pandemia e acolhimento psicológico. A enquete mostra que 72% dos respondentes sentiram necessidade de pedir ajuda em relação ao bem-estar físico e mental durante a quarentena. Entretanto, 41% não recorreram a ninguém.

A enquete, com maior participação de adolescentes entre 15 e 19 anos, foi realizada de 18 a 23 de setembro por meio da plataforma U-Report, que usa as redes sociais para promover a participação de adolescentes e jovens brasileiros. Os resultados destacam ainda que 36% dos que pediram ajuda buscaram principalmente amigas(os) e/ou namorada(o). Outros chegaram a recorrer à família, a psicólogos ou psiquiatras, e a professores.

"É essencial que meninos e meninas reconheçam seus sentimentos e saibam com quem contar, onde e como pedir ajuda. Isso é importante para que consigam criar e fortalecer redes de apoio entre pares e com adultos de referência em suas vidas. É fundamental, também, que famílias e profissionais que trabalham com adolescentes ampliem suas habilidades para fazer uma escuta qualificada e sem julgamentos, promover o acolhimento e encaminhar adolescentes para os serviços adequados disponíveis", explica Gabriela Mora, oficial do Programa de Cidadania dos Adolescentes do UNICEF no Brasil. "A enquete reforça a demanda dos adolescentes por um canal de ajuda de saúde mental, onde se sintam à vontade para dizer o que sentem e recebam apoio", complementa.

Entre os impactos da pandemia da Covid-19 na saúde mental de adolescentes, apareceram também na enquete o pessimismo e o padrão de sono alterado. De acordo com os resultados, 46% dos respondentes estão mais pessimistas do que antes da pandemia e 80% dizem ter sentimentos negativos nos últimos dias (como depressão, ansiedade, nervosismo, preocupação ou tédio). Apenas 14% afirmaram estar bem-humoradas(os). O sono foi afetado de diferentes formas: 35% dormiram menos, 34% dormiram mais e 31% dormiram o mesmo de sempre.

As enquetes do U-Report são realizadas via internet, utilizando WhatsApp, SMS e Messenger do Facebook, em parceria com a Viração Educomunicação. Não se trata de pesquisas com o rigor metodológico, e sim de consultas rápidas por meio de redes sociais entre pessoas de 13 a 24 anos cadastradas na plataforma. Elas apresentam a opinião de 4 mil adolescentes e jovens no Brasil, e não podem ser generalizadas para a população brasileira como um todo. Acesse os resultados completos aqui e aqui.

Mecanismos de escuta
Adolescentes participantes da enquete receberam informações sobre canais de ajuda para acolhimento psicológico de forma sigilosa e anônima, incluindo iniciativas como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que promove apoio emocional por meio de telefone, e-mail ou chat; o Mapa da Saúde Mental, que reúne serviços públicos e gratuitos de saúde mental disponíveis na região durante a pandemia; e o Espaço de Escuta e Apoio Online, para receber atendimento por psicólogos online.

Sobre o UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos. Saiba mais em www.unicef.org.br

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