pandemia x saúde mental

Pesquisa mostra como está a saúde emocional de profissionais da educação básica

Entre professores, diretores escolares e coordenadores pedagógicos, 72% classificam sua saúde emocional como regular, ruim ou péssima. 68% identificam uma piora recente, devido à pandemia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
(professor online)

São Paulo - A Nova Escola, negócio social voltado a apoiar e oferecer recursos para educadores e melhorar a educação pública no Brasil, realizou uma pesquisa online com sua base de usuários que revela a saúde emocional dos profissionais da educação básica .

A pesquisa foi respondida entre os dias 3 e 6 de agosto por meio do site da Nova Escola, por 1.877 profissionais da educação, entre eles professores, diretores escolares e coordenadores pedagógicos de escolas municipais, estaduais e particulares, sendo 1.557 (83%) professores da Educação Básica (educação infantil, fundamental e médio). O questionário foi disponibilizado para todos os estados da Federação e a adesão maior aconteceu na Região Sudeste, que contou com 58,3% dos respondentes.

O estudo faz parte das ações que a Nova Escola está conduzindo desde o início da pandemia para apoiar os professores e redes de ensino no enfrentamento dos desafios impostos pelo isolamento social e pelo ensino remoto .

A pesquisa se propôs a mapear como está a saúde emocional dos profissionais e qual o impacto da pandemia nesse quesito, quais os incômodos mais comuns e há quanto tempo eles lidam com esses problemas, além de entender quantos profissionais contam com ajuda profissional para cuidar da saúde emocional .

"Saúde emocional foi um tema que ganhou força na Nova Escola depois de uma pesquisa que fizemos em 2018 sobre a saúde do educador. Passamos então a incorporar na nossa missão o desenvolvimento de recursos e soluções para apoiá-los de forma mais completa. O assunto não surgiu agora, mas tem nos preocupado ainda mais no contexto da pandemia", diz Ana Ligia Scachetti, gerente pedagógica da Nova Escola .

A pandemia agravou a situação
Os desafios relacionados à saúde emocional são questões que acompanham a educação há anos, mas que foram especialmente agravadas com o isolamento social e com o ensino remoto. É o que mostra a pesquisa quando 72% dos professores, diretores e coordenadores entrevistados afirmam que neste momento a sua saúde emocional está regular (41%), ruim (21%) ou péssima (10%) e que a pandemia foi responsável por uma piora dessa percepção em 68% dos casos. Em questão aberta sobre a razão da percepção de piora, muitos mencionam medo, ansiedade e excesso de trabalho .

Tratando dos incômodos relatados, ansiedade (67%), estresse (33%) e depressão (20%) são os mais comuns entre os professores, diretores escolares e coordenadores pedagógicos que participaram do levantamento. Apenas 23% disseram que não sofrem com nenhuma das condições listadas pela pesquisa.

Em relação ao tempo, 42% dos profissionais ouvidos pela pesquisa sofrem com esses problemas há menos de um ano e consideram que tudo foi agravado com a pandemia. Vale mencionar que 16% dos participantes sofrem há mais de 10 anos.

Maioria não conta com ajuda profissional para cuidar da saúde emocional
Além de mapear como está a saúde emocional dos profissionais da educação neste momento e os principais fatores relacionados, a pesquisa da Nova Escola tem como objetivo entender se esse público tem buscado ajuda e de que maneira. Um dado importante: a maioria (72%) não conta com suporte profissional para lidar com a sua saúde emocional. Em outra pergunta 33% apontam ser por falta de condições financeiras e 26% por falta de tempo. Para 17% o tema não é importante e para 24% são outras as motivações.

Considerando somente aqueles que contam com a ajuda de um profissional especializado para cuidar da sua saúde emocional e que responderam a esta questão (492 pessoas) 57% afirmam arcar sozinhos com as despesas, enquanto 35% são amparados por convênios médicos e 8% recorrem ao SUS.

"Todos os profissionais da educação, especialmente os professores, tiveram que se reinventar nesta pandemia e sabemos como essa adaptação tem sido desgastante. Seguimos criando ações para apoiá-los e, neste sentido, nasceu recentemente o Movimento Saúde Emocional de A a Z. Em parceria com a Fundação Tide Setubal e com o apoio da Fundação Lemann, ele oferece uma caixa de conteúdos digitais com sugestões práticas sobre o tema, um e-book com dicas de bem-estar, um webinar com especialistas e uma comunidade no Facebook para conectar e gerar conversas entre as pessoas que se encontram na mesma situação", completa Ana Lígia Scachetti.

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