SÃO LUÍS - Como forma de prevenir a ocorrência da ferrugem asiática na próxima safra de soja no Maranhão, durante 60 dias, de 1º de agosto a 30 de setembro, ocorrerá o período do vazio sanitário vegetal para a cultura da soja no estado, abrangendo municípios produtores da oleaginosa nas regiões Sul e Tocantina. Essa ação terá o acompanhamento da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged).
Numa outra etapa, de 15 de setembro a 15 de novembro, o vazio sanitário englobará os municípios das regiões Norte, Leste e Oeste do estado, além das regiões dos Lençóis, Baixada, Médio Mearim e Baixo Parnaíba. Durante esse período fica proibido a semeadura e cultivo de soja em sucessão à oleaginosa, na mesma área e no mesmo ano agrícola.
O vazio sanitário, realizado em todo o país, é o período de 60 a 90 dias em que não se pode semear ou manter plantas vivas de soja no campo. O objetivo é reduzir a sobrevivência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra.
O fungo é biotrófico, ou seja, precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar. Ao se eliminar as plantas de soja na entressafra, quebra-se o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente.
Requerimento
Produtores que possuem quaisquer sistemas de irrigação ou façam cultivo de outra cultura não hospedeira da praga da ferrugem asiática na entressafra da soja, têm obrigatoriamente que encaminhar com 30 dias de antecedência um requerimento para Aged com informações dos sistemas irrigantes e da cultura a ser semeada. As medidas são em atendimento à Portaria Aged nº 352/2019, que visam à prevenção, controle e erradicação da doença no Maranhão.
De acordo com a Portaria, em casos da presença da praga na lavoura, responsáveis técnicos pela unidade produtora ficam obrigados a comunicar à Aged a ocorrência da ferrugem asiática.
Atualmente, 13 estados adotam o regime de vazio sanitário regulamentado: Tocantins, Maranhão, Pará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Os agricultores que não cumprirem o vazio sanitário estarão sujeitos a penalidades.
Sobre a ferrugem da soja
A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, sendo, hoje, uma das enfermidades que mais têm preocupado os produtores de soja. O seu principal dano é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade. O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura e das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação. Os danos podem chegar a cerca de 70%.
A doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2001. Devido à facilidade de disseminação do fungo pelo vento, a doença ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país, e possui um custo médio de combate em torno de US$ 2 bilhões por safra.
Ano passado, um seminário nacional, organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), debateu o emprego do vazio sanitário, o desenvolvimento de políticas públicas e os compromissos do setor produtivo contra essa ameaça. Na apresentação de resultados, o Maranhão foi elogiado por ter dois períodos de vazio sanitário, o que aumenta significativamente a prevenção da ferrugem asiática.
Fique por dentro
Abrangência
Municípios maranhenses como Balsas, Riachão, Loreto, Sambaíba, Fortaleza dos Nogueiras e São Raimundo das Mangabeiras, onde há dezenas de propriedades que produzem soja, são incluídos no vazio sanitário para prevenir a ferrugem asiática. Atualmente, o estado tem dois períodos de vazio sanitário da soja. Além do período que começará dia 1º de agosto, que engloba a microrregião de Gerais de Balsas, o vazio se estenderá de setembro a novembro na região de Chapadinha. No Brasil, 12 estados mais o Distrito Federal adotam o período sem plantas para proteger as lavouras.
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