São Luís – A professora Bianca Silva Cordeiro foi uma das poucas pessoas que doou sangue durante a pandemia após um amigo não conseguir transfusão devido a baixa no estoque de bolsas de sangue. Milhares de doadores assíduos estão com receio de manterem a rotina de doação de sangue, por causa da pandemia e o medo de contágio, o que pode afetar pacientes de hospitais da Grande São Luís, inclusive alguns casos mais graves da Covid-19.
Atualmente o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar), localizado no bairro Jordoa, em São Luís, possuí apenas 59 bolsas de sangue em seu estoque. O ideal para manter um estoque mínimo seria de 270 bolsas diárias, porém, de acordo com informações cedidas a O Estado no início de junho, com a mudança de cenário, as coletas caíram para aproximadamente 100.
A Sala de Coleta fica repleta de doadores somente quando aparecem grupos de algumas instituições e empresas. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Hemomar, em São Luís, recebeu 13.183 doações no período de 1º de março a 21 de julho, sendo 70% destas doações provenientes de indivíduos do sexo masculino.
As bolsas de sangue são destinadas a pacientes que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias. Deste modo, a prerrogativa para as bolsas de sangue depende unicamente do tratamento ou intervenção a que se submete o paciente.
Mudanças com a pandemia
Apesar de não ocorrer coletas em domicílio, o Hemomar disponibilizou o serviço de WhatsApp, no número (98) 99162-3334, para agendamento de coleta e transporte dos candidatos à doação durante a pandemia. Atualmente, o transporte (van) busca grupos de cinco pessoas previamente agendados.
No prédio do hemocentro, outros procedimentos de segurança estão sendo mantidos, como o distanciamento social nas cadeiras. Na entrada, foi montada uma tenda, onde também ficam doadores ou acompanhantes, quando o lado de dentro está com a capacidade recomendada para que não se formem aglomerações.
“Existe uma ideia equivocada sobre os perigos de contaminação no ato da coleta. A verdade é que estamos adotando todos os procedimentos seguros. Isso começa na entrada até a saída das pessoas do Hemomar. Todo material utilizado é individual, é descartável, é único”, esclareceu a assistente social Teresa Cristina da Silva a O Estado, em entrevista no início de junho.
O Hemomar também informa que aqueles que já foram contaminados com o coronavírus e querem doar sangue devem esperar 90 dias após o tratamento da doença.
Coleta
Cada tubo de sangue arrecadado é distribuído para laboratórios diferentes, para finalidades diversas, como detecção de sífilis, anemia falciforme ou tipagem sanguínea. Os sangues que não dão positivos para sorologia vão para o estoque de doação.
Além disso, o doador passa por uma Triagem Clínica, que é feita por um médico ou enfermeiro. Nesse momento, ocorre a anamnese, que é a entrevista realizada pelo profissional de saúde durante a realização da consulta. São feitas perguntas relacionadas a sintomas típicos do novo coronavírus ou gripais, como etapa essencial antes da coleta.
Caso o doador alegue sintomas como dor de cabeça, irritação na garganta, febre, coriza, ou algo relacionado ao resfriado e gripe, ele não poderá fazer a doação do sangue.
SAIBA MAIS
Para doar
Para doar sangue, a pessoa precisar estar bem de saúde, pesar acima de 50kg, não ingerir bebida alcoólica no dia anterior ao procedimento e ter entre 16 a 69 anos. O doador deve levar um documento de identificação oficial com foto. Ademais, é importante dormir bem nas últimas 24 horas.
De acordo com o Ministério da Saúde, é importante que:
- Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue;
- Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
- Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
- Seja detectado evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;
- Tenha feito o uso de drogas ilícitas injetáveis;
- Possua malária;
- Tenha passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade.
- Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
- A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres;
- O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
De acordo com as informações cedidas pela SES: 70% dos doares durante a pandemia eram do sexo masculino com a faixa etária entre 18 e 45 anos.
Números
13.183 doações foram realizadas no período de 1º de março a 21 de julho
59 bolsas de sangue estão disponíveis atualmente na Ilha de São Luís
Saiba Mais
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