Aedes aegypti

Quase 600 casos de dengue notificados em São Luís este ano, afirma a Semus

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), houve dois óbitos decorrentes da doença este ano na capital; são 1.459 casos confirmados no MA

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(mosquito)

SÃO LUÍS - Em meio à pandemia da Covid-19, que já infectou mais de 43 mil pessoas no Maranhão e matou 1.095, outra doença está, também, atacando no estado este ano. A dengue, uma enfermidade febril grave causada por um arbovírus, que são transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos, tem, em 2020, 1.459 casos confirmados no território maranhense, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Somente em São Luís, foram notificadas 564 situações.

Segundo informado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus), de janeiro a maio deste ano, foram registrados 564 casos de dengue na capital maranhense. Desse total, 550 pessoas se recuperaram, isto é, conseguiram se curar. No entanto, houve dois óbitos decorrentes da doença em São Luís. E, ainda, 12 seguem em investigação. Ou seja, o número de notificações pode aumentar, caso esses casos suspeitos sejam confirmados.

A Semus esclareceu que, atualmente, em virtude das orientações sanitárias que restringem a interação social, as visitas domiciliares dos agentes estão temporariamente suspensas. Porém, um plano de retomada dos trabalhos está em fase final de elaboração. “A Secretaria ressalta que, apesar das limitações, o Município mantém em funcionamento o trabalho de nebulização especial com carros fumacê; procedimento considerado fundamental no bloqueio dos focos do Aedes”, pontuou o órgão municipal.

Casos no Maranhão

Já a Secretaria de Estado da Saúde comunicou que, até o momento, o Sistema de Informação de Agravos e Notificação registrou em todo o estado 1.459 casos confirmados de dengue. O órgão estadual disse que disponibiliza apoio técnico nas áreas de surto e nas ações de controle vetorial com aplicação UBV (Ultra Baixo Volume) nos municípios maranhenses, conforme estabelecido nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle da Dengue.

“Além disso, realiza a capacitação de rotina dos técnicos municipais para manejo de inseticidas e operações de campo de combate ao Aedes aegypti. Realiza, ainda, ações educativas e de mobilização social em apoio aos municípios, sendo estes os responsáveis pelas atividades de prevenção em suas cidades”, enfatizou a SES. Ainda segundo o órgão, em 2019 foram confirmados 2.094 casos da doença e cinco mortes no Maranhão.

Surto de dengue

O Ministério da Saúde (MS) já havia alertado que, este ano, um surto de dengue poderia afetar 11 unidades federativas do Brasil, após avaliação feita pela Vigilância em Arboviroses. Apesar da pandemia da Covid-19, isso também continua sendo motivo de preocupação, pois, somente no ano passado, a doença causou a morte de 782 pessoas no País. O Maranhão está sob alerta para uma quantidade acima do normal da arbovirose em meio aos casos do novo coronavírus.

A situação poderia piorar porque as contaminações aumentam no verão, já que a estação chuvosa é mais propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus. O alerta do MS aconteceu porque o tipo 2 do vírus da dengue voltou a circular no fim do ano de 2018, depois de 10 anos sob controle, e desde então, vem encontrando populações suscetíveis à doença. A informação sobre o surto foi dada pelo porta-voz do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, no dia 15 de fevereiro.

Ele frisou que as regiões do Sudeste e os nove estados do Nordeste, pouco afetadas no ano passado, estão sendo motivo de preocupação do órgão. “A dengue é uma doença sazonal, e o quadro é dinâmico, e pode mudar em pouco tempo”, destacou. A previsão é que ocorra o surto da doença, além do Maranhão, Espírito Santo e Rio de Janeiro, nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Ação de combate

No início de fevereiro deste ano, foi realizada uma campanha na capital maranhense, com o intuito de combater o mosquito da dengue, doença causada por um arbovírus, que é transmitido por picadas de insetos. A intervenção aconteceu no bairro Coroadinho, por equipes do Programa de Prevenção e Controle de Arboviroses. Na ocasião, ocorreram visitas domiciliares, para sensibilizar os moradores no que tange à adoção de medidas que contribuam para a eliminação dos criadouros.

A campanha durou quase toda a manhã do dia 10, com o intuito de eliminar os mosquitos, da espécie Aedes, que também são responsáveis pela transmissão da Chikungunya, febre amarela e Zika. As visitas domiciliares ocorreram em várias ruas do bairro, por meio de uma operação realizada pela Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde (Semus), com o apoio da Secretaria de Estado de Governo (Segov) e Agência Executiva Metropolitana (Agem).

O bairro foi escolhido para a atuação de combate ao mosquito porque, segundo o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti, o Coroadinho registrou alto índice de infestação, com 5,3% de casos. O Maranhão, inclusive, é o único estado do Nordeste com circulação do Sorotipo Denv 2, considerado o mais agressivo dentre os sorotipos, que iniciou no Brasil nos anos 1990, quando trouxe os primeiros diagnósticos da febre hemorrágica.

Ao longo daquela semana, foram realizadas outras atividades, como panfletagens e diálogo em escolas. A Prefeitura de São Luís também realizou ações como o bota-fora, com o recolhimento de bagulhos volumosos como móveis, resto de construção, dentre outros materiais, que geralmente acabam sendo descartados de forma inadequada, contribuindo para a formação de ponto de descarte irregular de resíduos.

Já no dia 15 de fevereiro, ocorreu o “Dia D de combate ao Aedes”, com ações de limpeza geral e remoção de entulhos, visitas domiciliares dos agentes de endemias, atividades educativas e palestras no Coroadinho e outros bairros de São Luís. Também foram realizados serviços de teste de glicemia, aferição de pressão, avaliação nutricional, teste rápido de HIV e sífilis, e vacinação em humanos e animais, como cães e gatos.

Na ocasião, a população ludovicense foi orientada sobre o risco do descarte irregular de lixo, especialmente para a proliferação do Aedes, segundo o Programa Estadual de Controle das Arboviroses. Um dos bairros beneficiados foi a Macaúba, em São Luís, que possui um canal. Naquele trecho, foram retirados lixos e outros resíduos, devido ao grande volume verificado no lugar.

A dengue

Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus, que são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue, que são os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos, mas a infecção por um gera imunidade permanente para ele. O transmissor (vetor) é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar.

O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, mas os idosos têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte.

O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

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