NOVA YORK - Hospitais dos Estados Unidos informaram ter recuado sobre o uso da hidroxicloroquina, droga contra a malária defendida pelo presidente Donald Trump como tratamento contra a Covid-19, depois de vários estudos sugerirem que o medicamento não é eficaz e pode representar um risco significativo.
As esperanças iniciais a respeito do medicamento foram baseadas em parte em experimentos de laboratório e suas propriedades anti-inflamatórias e antivirais. Mas até agora sua eficácia não foi comprovada em testes em humanos, e pelo menos dois estudos sugerem que pode aumentar o risco de morte.
Vários hospitais que há dois meses disseram à Reuters que usavam hidroxicloroquina frequentemente para pacientes com Covid-19 recuaram.
Os pedidos do medicamento caíram para um décimo do pico do final de março, para cerca de 125.000 comprimidos na semana passada, disse a Vizient Inc, compradora de medicamentos para cerca de metade dos hospitais dos EUA.
A redução significativa no uso é um sinal de que os médicos dos EUA não acreditam mais que o potencial benefício da droga supera os riscos. Nesta semana, alguns governos europeus proibiram o uso de hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19.
O médico Thomas McGinn, chefe-adjunto da Northwell Health, maior sistema de saúde de Nova York, afirmou à Reuters que decidiu parar de prescrever hidroxicloroquina em seus 23 hospitais em meados de abril, após surgimento de dados clínicos.
“As pessoas estavam em nossos hospitais, estavam morrendo e queríamos fazer alguma coisa”, lembrou.”, disse ele.l
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