Estado Maior

Todos calados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

É, no mínimo, estranho a posição que os deputados estaduais e federais do Maranhão vêm adotando em relação ao
aumento assustador da contaminação da Covid-19 no interior do estado. Os parlamentares, em sua maioria, têm bases nas cidades do continente, mas - ao que demonstram - estão reagindo pouco ao problema.

Assim que as centenas de casos começaram a ser contabilizados nos municípios, poucos deputados federais chegaram a comentar
sobre o problema. Hildo Rocha (MDB) e o Pastor Gildenemyr (PL) são exemplos do grupo reduzido que falaram algo sobre a chegada do novo coronavírus ao interior maranhense.

Dos estaduais, somente César Pires (PV) chegou a comentar para alertar que os números do boletim da Secretaria Estadual de Saúde
(SES) não mostravam a realidade das cidades.

Depois disso, nenhum parlamentar voltou a se manifestar sobre a pandemia no continente que vem registrando mais de 1 mil contaminados a cada 24 horas.

Os motivos para tal silêncio? Não se sabe ao certo. Para alguns deputados (principalmente a maioria da Assembleia Legislativa), a relação estreita com o Palácio dos Leões os impede de se manifestar a respeito. Se o próprio governo vem ignorando os dados, não serão os parlamentares que fomentarão cobranças.

Em outros casos, as relações políticas com os prefeitos (principalmente os da reeleição) os impede de chamar atenção para o grave problema de saúde pública no interior, afinal, a responsabilidade de buscar prevenção e também fornecer um sistema de saúde que atenda a demanda não é somente da gestão estadual, os municípios também precisam agir.

Em resumo, questões políticas eleitorais são motivos fortes para que o silêncio seja a regra de quem é representante da população e deve cobrar, e lutar, por melhorias para o bem-estar da população.

Outro foco
Enquanto vai aumentando o número de contaminados e mortes em todo o Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) se mantém focado nos problemas políticos nacionais.

Operação da Polícia Federal contra fake news, atuação do Supremo Tribunal Federal e o que dizem os aliados do presidente Bolsonaro têm sido focos de atenção neste momento para o comunista.

Fica a pergunta: quais serão as medidas do governo estadual para reduzir o número crescente de contaminação no interior do Maranhão?

O foco
Um exemplo de foco nas questões nacionais foi a live da revista IstoÉ em que Dino fez uma análise sobre diversos aspectos do governo Jair Bolsonaro.

Questionado sobre a agenda política e econômica do governo federal, o governador ressaltou que o presidente pode ser acusado de tudo, menos de incoerente em relação a suas diretrizes.

“Ele tem feito um governo coerente com aquilo que ele sempre foi: isolado, belicista, contra tudo e todos. Bolsonaro procura ‘milicianizar’ o exercício do poder”, explica Dino.

Quer saber
E o Ministério Público Estadual quer saber dos estudos que mostram dados que embasaram a gestão estadual para determinar a reabertura de parte do comércio.

O juiz Douglas Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, deu 48 horas para o governo se manifestar a respeito.

Por enquanto, para o público, gráficos de um professor da UFMA com dados compilados da SES e um gráfico-opinião de uma parlamentar, são os dados apresentados pelo Estado.

Absurdo
A Prefeitura de São Luís voltou a mostrar a quantidade absurda de trotes que o Serviço Móvel de Urgência (Samu) recebe por mês mesmo diante da pandemia.

Foram mais de 7,5 mil chamadas falsas pedindo ambulância para atendimentos que não existem.

A gestão municipal tem encaminhado os casos para que a Polícia Civil investigue os autores do crime, que pode custar vidas, já que um atendimento a uma solicitação falsa pode impedir que o serviço chegue a quem realmente precisa.

Críticas
O senador Roberto Rocha (PSDB) voltou a criticar mais um hospital fechado no interior do estado.

Segundo o tucano, em Carolina, uma unidade de Saúde que custou mais de R$ 7 milhões não funciona.

Antes este fato, Rocha já havia denunciado nas redes sociais um caso semelhante, mas em Viana, que também tem um hospital pronto para funcionar, mas nunca recebeu um paciente.

DE OLHO

7.581 chamadas FALSAS de emergência foram registradas no Serviço Atendimento Móvel de Emergência (Samu) de São Luís neste mês.

Aprovado
Foi aprovado o Projeto de Lei 2159/2020, do deputado federal Eduardo Braide (Podemos), que autoriza a distribuição de merenda escolar às famílias dos estudantes de escolas comunitárias.

A proposta prevê que o benefício ocorra no período da pandemia pelo novo coronavírus.

Vale lembrar que a Lei 13.987/20 já autorizou a distribuição dos alimentos adquiridos com os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis dos alunos de zero a 17 anos matriculados nas escolas públicas.

E MAIS

• A Prefeitura de São Luís publicou decreto no Diário Oficial do Município determinando a prorrogação do prazo de validade do concurso público para vagas e cadastro de reserva na estrutura administrativa da Secretaria Municipal da Criança e Assistência
Social.

• A prorrogação foi um pedido formulado pelo vereador Raimundo Penha (PDT), que apresentou proposta no início de maio na Câmara Municipal.

• O projeto de lei do pedetista estabelece a suspensão temporária do término do prazo de validade de concursos e seletivos feitos pela Prefeitura de São Luís.

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