Adoção

72% dos disponíveis para adoção, no Brasil, têm entre 12 e 17 anos

Em todo o país, são 4.572 crianças e adolescentes disponíveis para adoção; no Maranhão, 19 crianças foram adotadas este ano

Kethlen Mata/ O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]São Luís - Na última segunda-feira, 25, foi comemorado o Dia Nacional da Adoção. Mesmo sendo um tema tão presente na vida dos brasileiros, o assunto ainda não é muito comentado. Em cinco anos foram cerca de 10 mil adoções no Brasil, porém, ainda existe uma quantidade expressiva de crianças e adolescentes precisando de um lar. O Cadastro Nacional de Adoção (CNA) é o responsável por registrar os dados de pretendentes e crianças cadastradas no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), segundo a última atualização do CNA, são 9.201 crianças e adolescentes cadastradas, 4.629 já estão vinculadas a pretendentes e 4.572 estão disponíveis para o processo de adoção.

No cadastro existem vários outros dados que precisam ler levados em consideração, dessas 4.572 crianças disponíveis, 59,93% possuem irmãos e no relatório de possíveis pais adotivos, é constatado que 62.72% não têm interesse em adotar irmãos. Um outro dado importante, é a questão da cor da pele das crianças que estão à disposição para adoção, 50,35% (2.302) delas são pardas, e novamente contrapondo com os dados dos pretendentes disponíveis, que são no total 42,458, apenas, 1.696 aceitam somente crianças pardas e 35.367 não se importam com em receber crianças com essa cor de pele.

A faixa etária também interfere no processo de escolha de quem deseja adotar, a maioria prefere crianças de até 5 anos, no entanto, essa faixa etária é apenas 6,6% do número de crianças disponíveis, já entre a faixa etária de 12 a 17 anos, o número de pretendes interessados é muito baixa, essa crianças e adolescentes compõem 72% do total e quase sempre acabam não sendo adotadas. A preferência também acontece em relação a crianças que não possuem problemas de saúde, mas, essas são 35,91% do total disponível, 13,87% (634) delas possuem deficiência mental, 5,73% (262) deficiência física, 0,72% (33) HIV, 15,59% (713) com outro tipo de doença detectada.

Maranhão
Na região Nordeste do país, existem 1.341 crianças cadastradas no CNA e 648 delas já estão vinculadas a possíveis pais adotivos, 693 é o número de crianças e adolescentes disponíveis. A quantidade de pretendentes cadastrados é de 6.285.

No estado do Maranhão, de acordo com 1° Vara de Infância e Juventude de São Luís, até maio deste ano 19 adoções já foram realizadas e 18 crianças e adolescentes estão em análise para adoção, e 90 ainda estão no processo de espera de adoção.

Nesta quinta-feira, 27, o juiz José Américo Abreu Costa, titular da 1ª Vara da Infância e Juventude, vai realizar a partir das 19h uma palestra através do Instagram da Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), o perfil da escola é @esmam_tjma. O tema da palestra será “Adoção: desafios atuais”, e contará com a presença da psicóloga da vara, Januária Silva Aires, essa é uma ação conjunta do tribunal de Justiça do Estado, Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão e Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA).

SAIBA MAIS

[e-s001]Histórias de adoção
O Estado
buscou histórias inspiradoras de adoção para incentivar aqueles que pensam na possibilidade. O estudante de Jornalismo, Paulo Freitas de 27 anos, conta que foi “duplamente adotado”, sua mãe biológica também foi adotada, ainda bebê. “Ela sempre gostou de viajar e se divertir, mesmo que isso significasse deixar eu e meus irmãos com nossa avó idosa. Isso durou até meus 7 ou 8 anos, quando meu tio adotivo, irmão da minha irmã biológica, resolveu cuidar de mim com sua esposa”, afirmou. Paulo Freitas ressalta ainda, que cresceu em um bairro com um histórico de criminalidade e homicídios alta, e levando isso em consideração, poderia acabar entrando nesse mundo. “Cresci vendo meus pais dando exemplo de disciplina, respeito e responsabilidade nas pequenas e grandes coisas da vida. Sem eles, talvez eu fosse mais um nas estatísticas policiais”, completou.

O estudante de Design, Iago Souto de 24 anos, foi adotado ainda bebê, segundo ele, sua mãe biológica não possuía condições financeiras de criá-lo. “Minha mãe sempre foi aberta, sempre me disse que eu era um filho do coração”, disse. Dona Cleonice de 68 anos, mãe do Iago, relata que ficou sabendo da adoção por uma amiga. “Eu amei, foi um anjo na minha vida. Ele foi criado com todo amor, é um excelente filho”, frisou. Ela ainda fala sobre a importância do ato. “Quem quer adotar realmente, não escolha. Vamos ajudar essas crianças que estão precisando de carinho, de amor”, finalizou.

Adoção na Pandemia

O processo de adoção durante o momento de pandemia continua sendo feito, mas com algumas mudanças. Quem quiser adotar uma criança ou adolescente durante a pandemia deve solicitar um cadastramento junto à 1ª Vara da Infância e da Juventude, para em seguida ser realizado um estudo social sobre o pretendente.

O contato com a vara pode ser feito por atendimento virtual das 8h às 18h pelo telefone (98) 99173-2711 (WhatsApp) ou pelo e-mail secinf1_slz@tjma.jus.br.

NÚMEROS

4.572 crianças e adolescentes estão disponíveis para adoção no Brasil

72% dos disponíveis para adoção têm entre 12 e 17 anos

59,93% dos disponíveis para adoção têm irmãos

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