Tráfico

Polícia apreende 250kg de maconha e motorista consegue fugir de cerco

Policiais do Senarc interceptaram carro que levava a droga, mas durante abordagem, na cidade de Itapecuru-MIrim, o condutor escapou pela mata

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Tabletes da droga foram apreendidos em Itapecuru-Mirim, dentro de um carro que trafegava na rodovia
Tabletes da droga foram apreendidos em Itapecuru-Mirim, dentro de um carro que trafegava na rodovia (DROGA APREENDIDA )

SÃO LUÍS - Como resultado de mais uma campana feita pela Polícia Civil, por meio da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Senarc), foram apreendidos mais de 250 quilos de maconha prensada, na cidade maranhense de Itapecuru-Mirim. De acordo com esclarecimentos dos investigadores, a operação durou dois dias, tendo sido encerrada nessa quarta-feira, 6. Os tabletes foram encontrados no interior de um carro modelo Fiat Idea. O condutor conseguiu fugir do cerco policial, depois de ter adentrado em uma vasta região coberta pelo mato.

Segundo declarações do delegado Breno Galdino, titular da Senarc, os policiais civis ficaram de tocaia após terem recebido denúncias anônimas, por meio do aplicativo da unidade, sobre o transporte de um grande carregamento de droga entre Itapecuru-Mirim e Miranda do Norte. As equipes aguardaram o momento certo para agir quando avistassem o veículo indicado pelos informantes. De repente, os investigadores observaram, de longe, um carro se aproximando.

O automóvel possuía as mesmas características do descrito pelas pessoas que fizeram a denúncia. Os policiais saíram de seus esconderijos e deram voz de parada para o motorista, mas este desobedeceu e acelerou, de acordo com o delegado Breno Galdino. Teve início, então, uma perseguição, que se estendeu por vários quilômetros. Desesperado, o condutor acabou perdendo o controle da direção, ao que o carro saiu da pista e desceu um barranco.

Incrivelmente, o motorista conseguiu sair do veículo, mesmo muito machucado, e cambaleou até desaparecer no mato. No entanto, conforme o titular da Senarc, havia um passageiro, que não escapou e foi preso em flagrante. Imobilizado, ele foi colocado na viatura da Superintendência. Enquanto isso, os policiais vasculharam o Fiat Idea, que transportava dez sacos de nylon, no porta-malas e também no banco traseiro.

Dentro dos sacos, havia diversos tabletes de maconha, totalizando aproximadamente 250 quilos da droga. O delegado Breno Galdino pontuou que o passageiro do veículo disse aos investigadores que iria receber R$ 500 e mais 2kg do entorpecente para auxiliar no transporte até o município de Itapecuru-Mirim. O capturado foi apresentado na sede da Senarc, que fica no Bairro de Fátima, na capital maranhense, onde foi autuado por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Depois dos depoimentos prestados e a lavratura do auto de prisão em flagrante, ele foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Os policiais continuam procurando o condutor do Fiat Idea que, provavelmente, já deve ter saído da área de vegetação.

Interior como rota

Apreensões de drogas no interior maranhense são frequentes. Em algumas situações, o entorpecente está ainda na fase pura, como aconteceu em maio de 2017, durante a “Operação Tarim 2”, que ocorreu entre os dias 1º a 8 daquele mês. Na ocasião, as polícias Civil e Militar realizaram a destruição de aproximadamente 170 mil pés de maconha em quatro municípios maranhenses, na região do Alto Turi. As equipes ainda prenderam um fazendeiro, de nome José Ribamar Silva Ribeiro, como suspeito de financiar roças da erva.

A Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico participou daquela operação, que contou com um efetivo de 32 policiais, incluindo alguns do Centro Tático Aéreo (CTA). Primeiramente, foi realizado um mapeamento prévio da área, com a localização de 13 plantações de maconha nas cidades de Centro do Guilherme, Maracaçumé, Centro Novo e Lago do Junco.

As roças estavam camufladas no meio da vegetação, na mata densa, o que dificultou o trabalho das equipes, que não puderam fazer a incursão direta por terra, devido às dificuldades do relevo e da flora. Nesse sentido, os policiais chegaram aos trechos mapeados em dois helicópteros do CTA. Em Centro do Guilherme, de imediato, roças com 30 mil pés de maconha foram encontradas e incendiadas pelos investigadores e militares.

Em muitos locais, os policiais fizeram vistorias, pois algum suspeito poderia estar escondido na mata. Embora nenhum criminoso tenha sido localizado, os bandidos deixaram armadilhas chamadas de “bufetes”, que são armas de fogo artesanais encaixadas em cordão de tropeço, que são muito utilizadas na caça de animais. No decorrer das diligências, houve a prisão de José Ribamar, o “José Riba”, dono de uma fazenda em Centro do Guilherme. Ele gerenciava as plantações e até contratava pessoas para trabalhar nas roças.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Centro do Guilherme e em outros municípios, onde trabalhadores foram encontrados nos locais. Em quatro dias de operação, foram destruídos quase 170 mil pés de maconha. Esta foi considerada a maior apreensão de maconha nos últimos dez anos. As plantações serviam para abastecer cidades como Zé Doca, Santa Inês, Pinheiro e Viana, assim como regiões do estado do Pará.

Os policiais recolheram oito armas de fogo de fabricação artesanal e uma quantia em dinheiro no valor de R$ 12.700 mil. De acordo com estimativas da Senarc, o prejuízo aos criminosos girou em torno de R$ 13 milhões.

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