Coronavírus

Artistas mudam rotina com shows pelas redes sociais

Eles tiveram de interromper suas apresentações presenciais e agora fazem shows pela internet, via Instagram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

São Luís - A rotina dos artistas maranhenses mudou significativamente nos últimos dias, devido às orientações de confinamento dadas pelas autoridades. Acostumados à rotina movimentada de shows, em espaços os mais diversos e, também, em eventos particulares, eles agora estão, mais do que nunca, mergulhados no mundo das redes sociais. Se antes usavam a internet apenas para tirar o público de casa e atraí-lo às suas apresentações, agora é o processo inverso: pedem que permaneçam em suas residências e acompanhem tudo via lives.

Jhoie precisou adaptar o trabalho diante da nova realidade
Jhoie precisou adaptar o trabalho diante da nova realidade

“Eu fazia dois shows por semana, nas sextas-feiras e sábados. Agora, entrei no esquema do ao vivo pelo Instagram. Já fiz duas lives, uma sábado e outra no domingo, e os internautas interagiram bastante. É uma situação totalmente atípica e pela qual nunca havíamos passado antes. Mas, infelizmente, é necessário”, conta o cantor Jhoie Araújo, que contabiliza 15 anos de carreira.

Jhoie tem repertório eclético, que passa pelo samba e pela MPB. As lives dele são feitas da sala de casa, com a presença da família. “Eu informo o horário da live pelo WhatsApp aos meus contatos ou pelo próprio Instagram e faço um show com voz e violão no momento combinado. Toda essa mudança tem implicações financeiras e nós, artistas, estamos sentindo bastante”, conta.

Remuneração

Milla Camões se preocupa com a renda nesse período de isolamento
Milla Camões se preocupa com a renda nesse período de isolamento

A cantora Milla Camões fez a primeira na semana passada, sem remuneração remota. A próxima, segundo ela, terá como tema “Elis, 75!”, em homenagem à obra da cantora Elis Regina. “Nessa, vou informar o número da minha conta e um link para quem quiser contribuir, com o uso de cartão de crédito. Ou seja, quem quiser, poderá doar o valor correspondente a um couvert artístico, para me ajudar, pois é uma fase muito difícil para nós, inclusive financeiramente”, diz ela, que realizava entre três a quatro shows por semana.

A duração dos shows não presenciais sem interrupção é 40 minutos no Instagram e caso o artista queira avançar, é preciso reiniciar o processo. “Fazemos voz e violão, eu e um músico. Pretendo fazer uma série de shows temáticos a partir de lives, homenageando, por exemplo, cantores brasileiros como Djavan”, adianta a artista.

Milla diz que, para tentar melhorar a situação financeira, já se inscreveu no “Edital Viva a Cultura 2020”, divulgado recentemente pela Secretaria de Estado da Cultura, exclusivo para apresentações culturais via internet, visando à redução dos efeitos da crise na economia da cultura.

O secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso, informou à imprensa que o edital é atípico, para tornar mais fácil a inscrição e para que todos possam participar, enviando seus vídeos e estimulando a população a permanecer em casa. A ideia favorece a conexão cultural, mesmo que pela internet.

A cantora Fabrícia, que apresenta uma média de dois shows por fim de semana, também migrou para as lives. Ela conta que começou pela vontade de cantar e para levar aconchego às pessoas, porque a maioria relata que já está se sentindo sozinha. “Até eu estava assim, bastante reflexiva e acordando triste, com medo de tudo. Foi quando decidi que daria início aos shows pela internet”, explica.

Como não toca violão, Fabrícia teve de convidar algumas pessoas de sua equipe, seguindo algumas normas, como todos se dirigindo à residência dela separadamente e atentando para as orientações de lavar as mãos ao entrar, por exemplo. Ela diz que a ideia é fazer, pelo menos, uma apresentação remota por semana.

Segundo Fabrícia, ela sempre teve vontade de iniciar esse projeto, antes mesmo da chegada do coronavírus ao Brasil. “E veja como são as coisas: agora, estou sendo obrigada a colocá-lo em prática diante de um problema. Ou seja, sempre conseguimos enxergar algo positivo nas situações difíceis. Aliás, quero dar continuidade a essa empreitada mesmo depois da pandemia e, de certa maneira, o que estou fazendo agora acaba servindo de teste para que eu me acostume”, finaliza.

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