Covid-19

Aliados no MA citam erros de ''forma'' e antevisão em fala de Bolsonaro

Defensores mais fervorosos, como o senador da República, o tucano Roberto Rocha, foram críticos ao pronunciamento em cadeia nacional do presidente na terça-feira, 24, e reafirmado ontem pelas redes sociais

Thiago Bastos/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Senador Roberto Rocha disse que houve erro na “forma” que o presidente Jair Bolsonaro se expressou
Senador Roberto Rocha disse que houve erro na “forma” que o presidente Jair Bolsonaro se expressou (Roberto Rocha)

A liados e políticos ligados ao núcleo de defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) no Maranhão citaram erros de “forma” e antevisão do gestor, ao comentarem o pronunciamento em cadeia nacional na noite de terça-feira, 24.

O presidente minimizou as ações de restrição de circulação de pessoas em estados e as determinações de fechamento do comércio. Para o gestor, os impactos na economia poderão ser irreversíveis.

Bolsonaro voltou a criticar governadores ontem pela manhã, 25, na entrada do Palácio do Alvorada e chamou de “criminosos” os gestores dos estados que adotaram, incluindo o Maranhão, medidas de restrição ao comércio e à circulação de pessoas, diante da pandemia de Covid-19.

Influente

Um dos mais influentes e defensores do Governo Federal no Maranhão, o senador da República, Roberto Rocha (PSDB), criticou a forma como o presidente se portou na manifestação pública. Para Rocha, “Bolsonaro pode até acertar no conteúdo, mas erra na forma”.

Ainda de acordo com o senador, “como líder da nação”, o presidente deve passar “gestos de otimismo e coragem” como um “comandante no campo de batalha”. Por fim, de acordo com o senador, o presidente não pode “subestimar a força da palavra presidencial”.

Esta foi a primeira vez que Roberto Rocha, atual presidente da Comissão da Reforma Tributária no Senado – uma das pautas mais importantes defendidas pela União – se posiciona de forma mais contundente contra uma agenda presidencial. Outros defensores de Bolsonaro preferiram seguir outra estratégia e partiram para a defesa.

Resposta

O diretor executivo do Ministério da Saúde e aliado político, Allan Garcês, afirmou – ao responder a seguidora no Instagram – que Bolsonaro explicitou a antevisão do gestor público. Para Garcês, o presidente está preocupado com o futuro do país pós-pandemia.

“Somos médicos, nossa missão é proteger a vida, promover saúde e prevenir doenças. O presidente Bolsonaro tem outra preocupação, que vai muito além da nossa missão”, afirmou.

De acordo com Garcês, Bolsonaro se preocupa com a saúde e outros setores. “Ele, além disse se preocupar com a saúde dos brasileiros, também se preocupa com a vida dos brasileiros após passar esta pandemia. Ele está vendo um pouco mais adiante, enquanto que muitos estão envolvidos com o que está acontecendo agora”, afirmou.

O presidente estadual do PRTB, Jairzinho Filho, disse a O Estado que a fala de Bolsonaro segue a linha do militarismo, em prol da defesa e segurança do país. Para o dirigente, o presidente deu ao discurso ares de heroísmo.

“O que o presidente fala, fala com mentalidade de militar. Que não se preserva e, a régua de quem ama a pátria e que prefere arriscar a vida a ver o país naufragar”, dá a vida pela pátria, literalmente, se preciso for. Ele mede com a própria régua”, afirmou Jairzinho Filho.

Flávio Dino já fala
em impeachment

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), após aparente paz com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a criticar o chefe do Executivo federal de forma mais contundente. Dino, à Folha de São Paulo, disse que Bolsonaro está mais próximo de sofrer um processo de saída do cargo após a manifestação pública de terça-feira, 24.

Segundo Dino, o gestor está fora da realidade. “Ele [Bolsonaro] deflagrou o seu próprio processo de impeachment. Está completamente fora da realidade”, afirmou. Para Dino, é possível “salvar vidas” e, ao mesmo tempo, proteger a economia.

Além de Dino, outros partidos de oposição como o PT também repudiaram a fala de Bolsonaro. Na segunda-feira, 23, Dino e Bolsonaro aparentavam ter decretado “acordo de paz”, com o anúncio pela União de envio de recursos para os estados no combate ao Covid-19. No entanto, o posicionamento de Bolsonaro mudou o rumo adotado.

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