Todos na luta
O sucesso da operação de contenção do coronavírus, para evitar o colapso do sistema de saúde e mortes de pessoas dos grupos de
risco, passa pela conscientização de que toda e qualquer aglomeração deve ser evitada.
As medidas anunciadas nos últimos dias por diferentes governos não terão eficácia se as pessoas continuarem se reunindo em templos e igrejas.
Não importa a orientação religiosa: por amor ao próximo, é urgente que as missas e cultos sejam suspensos o mais rápido possível.
Se os líderes religiosos não forem capazes de entender que estamos em uma situação de emergência, cabe às autoridades, com a coragem que o momento exige, adotar as providências necessárias para que a razão se sobreponha ao oportunismo.

Todos na luta 2
Testemunhas de Jeová, umbandistas, budistas e líderes de algumas igrejas evangélicas já suspenderam os encontros presenciais. Assim como o próprio papa Francisco fez no Vaticano, transmitindo missas pela internet, convém que todas as igrejas sigam essa orientação e fechem as portas.
Afinal, desde sempre aprendemos que Deus está em todos os lugares.
A última preocupação dos verdadeiros pastores deveria ser com a perda de receita decorrente da suspensão dos cultos.

Todos na luta 3
No fim de semana, dois conhecidos líderes religiosos prestaram um desserviço à luta contra o coronavírus. Silas Malafaia disse que não fecharia seus templos e Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, divulgou um vídeo minimizando a gravidade
da situação.
São posturas francamente irresponsáveis, que merecem um olhar do Ministério Público e do Judiciário em defesa da preservação
da vida.

Eventos adiados
Setores ligados a eventos são, até agora, os mais afetado pelas medidas prudentes para evitar aglomerações.
Várias programações de cunho cultural, esportivo, social, profissional e formaturas, entre outros, foram canceladas.
Entre nós, quem saiu na frente foi o cerimonialista e decorador José Pestana que, atendendo a sugestão dos amigos, adiou para o dia 9 de maio, na Class Eventos, a comemoração dos seus 80 anos de idade, que estava programada inicialmente para o dia 4 de abril.
Outro grande evento, o tradicional baile “Aleluia, Aleluia”, também mudou de data e vem com outra leitura e outros motivos para reunir
gente de charme de nossa sociedade.
Em vez de 11 de abril, como foi programada inicialmente, a festa foi transferida para o dia 30 de maio. O local permanece o mesmo: o Rio Poty Hotel.
As confirmações continuarão sendo feitas com Teresa Martins, que já está avisando a mudança para todos os convidados.

Pequenez do olho Grande
Esse é um caso de gananciosos que quebraram a cara. Segundo o The New York Times, assim que começaram a circular as notícias sobre coronavírus na China, dois irmãos limparam as prateleiras de álcool gel em dezenas de farmácias e lojas nos EUA. Imaginaram fazer uma fortuna com a desgraça alheia, mas agora têm em casa um estoque de 17,7 mil frascos de álcool gel. Eles não conseguem vendê-los pela internet porque as empresas de comércio eletrônico decidiram bloquear tentativas oportunistas do gênero.

TRIVIAL VARIADO
A eleição do novo procurador-geral de justiça do Ministério Público do Maranhão, para o biênio 2020-2022, será no dia 18 de maio. Concorrem o procurador de justiça Eduardo Jorge Nicolau e os promotores de justiça Márcio Thadeu Marques e Tarcísio José Bonfim.

A reforma tributária não pode deixar de revisar este absurdo: na conta de energia elétrica de casa ou paga por empresário para manter seu negócio estão incluídos 45 por cento de impostos.

O Estado arrecada muito em tributos, comendo a poupança privada que fica sem caixa para investir.

Os que concorrerão a câmaras municipais e prefeituras percorrem a Assembleia Legislativa em busca de padrinhos e madrinhas. Pedem apoio a parlamentares, prometendo reciprocidade nas eleições de 2022.

No assunto: as ofertas são tentadoras e levarão alguns a praticar uma divisão. Em um mesmo município, cada assessor de gabinete fará campanha por um candidato diferente.

Para não correr riscos, os partidos começam a escolher os tesoureiros para as campanhas, usando lupa. Com o aumento do Fundo
Eleitoral para tentadores 2 bilhões de reais, a responsabilidade pela utilização significará andar à beira do abismo.

Sem demagogia: entre tantos pedidos de registro na Justiça Eleitoral, falta o do Partido da Sinceridade. O slogan poderia ser: não
pergunte o que o governo pode fazer por você.

Para ter uma ideia do pânico no mercado financeiro nos últimos dias. O índice Ibovespa teve uma queda de 43% nas últimas
oito semanas. Somente nas últimas quatro, o recuo foi de 40%.

Na crise financeira de 2008, a bolsa brasileira derreteu 60%. Mas isso ao longo de 22 semanas, entre maio e outubro.

O Vaticano anunciou que as celebrações litúrgicas da Semana Santa ocorrerão sem a presença física de fiéis na Praça São Pedro,
para tentar conter o coronavírus.

Completou ontem 60 anos da estreia, nos EUA, do filme Psicose, um clássico de suspense do diretor Alfred Hitchcock.

Como forma de contenção do coronavírus, países da Europa restringiram a circulação de pessoas. Lugares turísticos como o entorno
do Coliseu, em Roma, e do Museu Guggenheim, em Bilbao, não tinham quase ninguém no fim de semana.

Mais um evento prejudicado pela pandemia do coronavírus: a exposição “Paul Fuentes BR Tour”, que chegaria à Urban Arts São Luís neste sábado 21, foi adiada e ainda não tem nova data.

DE RELANCE

Efeito colateral
Vídeos publicados em redes sociais, no fim de janeiro, mostravam moradores de Wuhan, na China, cantando e gritando palavras de incentivo, uns para os outros, a partir das janelas de seus prédios.
A cidade que foi o centro irradiador do coronavírus, naquele momento, tentava conter a disseminação da enfermidade e as pessoas eram obrigadas ficar em casa. Era um esforço individual e coletivo para elevar o ânimo da população confinada, assediada pela ameaça microscópica. Uma lição de resiliência.

Efeito colateral 2
Cenas semelhantes agora foram vistas em várias cidades da Itália, país europeu mais afetado pelo vírus. Em Salerno, dezenas de pessoas aparecem em diferentes sacadas e janelas entoando o hino nacional. De arrepiar. Em Turim, foi a música Macarena que alegrou uma vizinhança, que cantava e dançava nos balcões. Roma, Nápoles, Agrigento, Florença, Siena, Nuoro e outras viveram experiências parecidas.

Efeito colateral 3
Diante da adversidade da quarentena, o ser humano se mostra mais uma vez um animal social – apesar do forçado distanciamento social –, capaz de demonstrar solidariedade e apoiar um ao outro. Trancados, cantam e tocam instrumentos pela esperança. Na Espanha, a marca do fim de semana, também em janelas e sacadas, foram as palmas da população para os trabalhadores da saúde.

Efeito colateral 4
É difícil saber, neste momento, o quanto o coronavírus se espalhará pelo Brasil e se, em algumas cidades, seus habitantes terão de evitar de ir às ruas e se isolar. O vírus circula pelo país e não tem preferência ideológica na hora de infectar alguém. Ninguém deseja uma situação semelhante à da Itália. Mais vidas estariam em perigo e o sistema de saúde pública seria estressado ao extremo, criando cenas assustadoras. Mas, em uma sociedade dividida e polarizada como a brasileira, ao menos faria bem assistir por aqui gestos
de empatia e união diante de um inimigo real e comum. Um analgésico para o ódio.

Efeitos do dinheiro curto
Há dez anos, 42 milhões e 565 mil brasileiros pagavam aos planos privados de saúde para fugir das filas do SUS. Em 2015, passaram a ser 49 milhões e 280 mil. O número caiu para 47 milhões em dezembro de 2019, quando houve divulgação do último levantamento. Pesaram os aumentos das mensalidades e o dinheiro que começou a desaparecer.

Céu de brigadeiro
Quem acompanha as sessões plenárias do Senado e da Câmara dos Deputados pela TV deve imaginar que o país voa em céu de brigadeiro. Muitas homenagens, comentários sobre buracos de ruas e brigas partidárias infrutíferas. Na Câmara, estão à espera de decisões projetos como o da autonomia do Banco Central, protocolado em 1989; a nova Lei do Gás, de 2013; Lei de Finanças Públicas, de 2016; Lei de Concessões, de 2017; Planos de Equilíbrio Fiscal e da simplificação da legislação de câmbio e governo digital, de 2019.

Céu de brigadeiro 2
Enquanto isso, no Senado, andam a passos de tartaruga o Marco Legal do Setor Elétrico, desde 2016; o novo Marco Legal de Ferrovias; reformas do pacto federativo com a descentralização de recursos da União para estados e municípios, além dos fundos públicos, que entraram na fila em 2019. Há mais de um ano, aguardam no Congresso a quebra do monopólio da Casa da Moeda e o Programa Emprego Verde Amarelo.

A bússola perdida
Há dois fatos postos na vitrine: 1ª) o presidente Jair Bolsonaro está sem partido e não consegue criar o seu. A impressão, quando deixou o PSL a 19 de novembro do ano passado, era de que o Aliança pelo Brasil conseguiria as 500 mil assinaturas sem dificuldades. 2ª) a oposição no Congresso está em busca de uma bússola.

Reino das conveniências
Os partidos no Brasil se dividem em algumas categorias: 1) os de aluguel, tradicionais frequentadores do balcão de negociações; 2) os de um dono só; 3) os de vários chefões, sendo um em cada Estado; 4) os que têm os sonhos como o esporte preferido; 5) os que ninguém sabe definir.
Para escrever na pedra:
“O homem é o que ele acredita”. De Anton Tchecov, dramaturgo.

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