Estado Maior

PT em São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

O Partido dos Trabalhadores (PT) de São Luís vai iniciar na próxima semana as discussões sobre as eleições municipais na capital. Parte das alas do partido já entrou no debate com tese de que a legenda deva ter candidatura própria em 2020 em São Luís. Há quem defenda coligação para apoiar ou Rubens Júnior (PCdoB) ou Bira do Pindaré (PSB).

Mas essa decisão sobre a estratégia do partido não passará somente pelas “vontades” locais dos petistas. A direção nacional tem interesses específicos com a candidatura própria do partido na capital maranhense.

E tudo passa por negociações com o foco bem voltado para o pleito de 2022. No caso de São Luís, a relação difícil que o governador Flávio Dino (PCdoB) causou à direção nacional e também – mais especificamente – ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o que baliza a posição do partido.

Como Dino “plantou dificuldade para colher facilidade” (como frisou nomes da direção nacional), a tendência é que o PT vire as costas para o candidato do PCdoB na capital. E para disfarçar qualquer novo embaraço com os comunistas, direciona os petistas ludovicenses a trabalhar pela escolha de uma candidatura própria.

Se o quadro tiver que mudar, deverá ser por meio de conversas “lá de cima”. Por enquanto, pelo lado do PT, o foco é apenas não facilitar em nada o que pode fortalecer Dino para 2022.

E diante de tal cenário, são os membros do PT local que ficam de saia justa, já que há uma aliança fechada entre o governador e parte dos petistas, e o comunista fará todas as pressões necessárias para que seu candidato, Rubens Júnior, tenha o apoio do partido do ex-presidente Lula.

Aliança

E enquanto o PT não quer nada com Rubens Júnior, o pré-candidato do PCdoB, por mais de uma vez, ensaiou o seu slogan de ser o candidato de Flávio Dino e Lula em São Luís.

O secretário de Cidades quer tanto conseguir o legado eleitoral do ex-presidente na capital quanto o tempo de propaganda em TV e rádio no horário eleitoral.

Por enquanto, o comunista não conseguiu nada com os petistas. O máximo, até o momento, foi o apoio para sua pré-candidatura do PP, do deputado federal André Fufuca.

Posição

Fufuca rasgou elogios a Rubens Júnior, classificando o comunista como o “melhor candidato para São Luís”.

E ao mesmo tempo que recebeu o apoio do PP, o pré-candidato comunista deixou claro que o prefeito Edivaldo Júnior deverá ser o próximo a se unir oficialmente ao projeto do PCdoB de comandar a capital.

Durante o evento de anúncio do apoio do PP ao PCdoB, Rubens Júnior disse que defende o legado de Edivaldo Júnior em São Luís.

Articulações

A declaração de Rubens Júnior deixa mais evidente as articulações que vêm incomodando de morte o senador Weverton Rocha (PDT).

O pedetista vê a cada dia que um de seus aliados mais fortes dentro de seu partido está praticamente fechado com o governador Flávio Dino.

Com isso, mesmo sendo do PDT, Edivaldo Júnior caminha na contramão do projeto político de Weverton Rocha e compondo com a intenção de Dino de ter como sucessor em 2022, o vice-governador Carlos Brandão (Republicano).

Futuro

A posição do prefeito de São Luís não deverá ser conhecida de imediato. Edivaldo Júnior tem a característica de não misturar o político do gestor.

Este apoio deverá ser anunciado somente próximo às convenções. Até lá, as negociações que levarão Edivaldo Júnior a ir para um caminho diferente do PDT vão continuar.

São negociações que serão alinhavadas agora e que terão uma costura definitiva em 2022, na disputa pelo Palácio dos Leões.

Miseráveis

O IBGE trouxe mais dados que mostram que o maranhense está a cada dia mais afundado na pobreza em um estado em que a concentração de renda aumentou nos últimos quatro anos.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) mostra que a renda per capta do maranhense é a menor do país: R$ 635,39.

Esse valor é menos da metade da média nacional que é de R$ 1.438,67. A única “vantagem” para o Maranhão com esse triste índice é que com as pessoas vivendo com menos, o repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE) é maior.

De olho

R$ 635,00 é média per capta do Maranhão, ou seja, cada cidadão ganha mensalmente este valor, que é o menor de todo o Brasil.

Concentração

Sobre a concentração de renda no estado comandado pelo PCdoB, isso ficou comprovado com dados do IBGE que mostram um aumento do PIB do estado.

Segundo os números do instituto, o Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas do estado) maranhense somente subiu por conta do Agronegócio.

Ou seja, no campo das propriedades voltadas para as plantações destinadas a exportação – onde há poucos empregos – é que o dinheiro do Maranhão mais circula. São os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.

E mais

- Mesmo com dados do IBGE mostrando o quadro de pobreza do estado, o governador Flávio Dino não perde oportunidade de usar as redes sociais para criticar o presidente Jair Bolsonaro.

- Segundo o comunista, Bolsonaro não sabe administrar, afirmando que a gestão federal tem crescimento pífio, paralisação administrativa e desemprego.

- Nos últimos anos, o Maranhão não tem tido bom desenvolvimento econômico, a máquina inchou e houve aumento de impostos.

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