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Maranhão pode entrar na rota de distribuição de gás natural na região

Distribuidoras de gás canalizado do NE planejam investir R$ 1,5 bilhão ao longo dos próximos cinco anos e devem captar 200 mil novos clientes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Presidente da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Hugo Figueirêdo, falou dos investimentos no Nordeste
Presidente da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Hugo Figueirêdo, falou dos investimentos no Nordeste

A criação de corredores azuis de transporte de gás natural em todos os estados do Nordeste, interligando inicialmente, São Luís (MA) a Mucuri (BA), a instalação de um gasoduto de transporte, cruzando do Ceará ao Maranhão, além da possibilidade de se implantar um terminal de regaseificação no Porto de Itaqui pela empresa Golar Power Latam, foram algumas das propostas apresentadas no Fórum Maranhense de Distribuição de Gás Natural, evento realizado semana passada, no Palácio Henrique de La Rocque.

No evento, as distribuidoras de gás canalizado do Nordeste informaram que planejam investir R$ 1,5 bilhão ao longo dos próximos cinco anos e devem captar cerca de 200 mil novos clientes entre 2020 e 2024. A informação consta de estudo apresentado pelo presidente da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Hugo Figueirêdo, e pelo presidente da Algás, Arnóbio Cavalcanti.

Hugo Figueirêdo apresentou quatro propostas para ampliar o mercado de gás natural no painel “Agenda de políticas regionais para o uso do gás natural como vetor de desenvolvimento do Nordeste”. Ele coordenou a reunião das distribuidoras do Nordeste, onde fez uma apresentação sobre os investimentos das distribuidoras nos próximos cinco anos.

Segundo Figueirêdo, as propostas foram elaboradas após uma ampla discussão entre as distribuidoras, apresentadas no ano passado no consórcio dos governadores do Nordeste e visam otimizar a oferta de gás na região, de forma a dar consistência para essa matriz energética e criar oportunidades para que investidores de outros segmentos da economia venham para a região.

A primeira proposta apresentada foi a criação de corredores azuis que possam garantir a autonomia de rodagem com gás natural em todos os estados do Nordeste. Os corredores interligariam, inicialmente, São Luís (MA) a Mucuri (BA), por meio das BRs 101, 304, 116, 222, 343, 316 e 135, e Fortaleza (CE) a Vitória da Conquista (BA).

As distribuidoras entendem que os corredores vão permitir autonomia rodoviária dos caminhões a gás natural veicular (GNV) nas principais estradas federais e estaduais que cruzam o Nordeste, ajudarão a desenvolver a cultura do GNV considerando sua competitividade e seu apelo ambiental e melhorarão o balanço comercial de combustíveis rodoviários, uma vez que 21% do diesel consumido no Brasil é importado e que apenas 2,5% do gás natural é utilizado em transporte.

A extração esperada de gás natural nos recentemente descobertos seis campos da bacia Sergipe-Alagoas é de 20 milhões m³/dia, o que pode representar em torno de 1/3 da produção atual do país e responder por todo o atual consumo no Nordeste. Esse dado fundamenta a segunda proposta apresentada, que consiste na ampliação dos mecanismos de transporte e distribuição de gás natural na região.

Gasoduto

Neste sentido, as distribuidoras defendem a criação de um gasoduto de transporte TMN Pecém/CE – Teresina – São Luís, integrando os estados do Piauí e Maranhão à rede nacional de transporte de gás natural, cerca de 800km em linha reta. E ainda a duplicação do duto Catu-Atalaia, para possibilitar o escoamento das bacias de Sergipe e Alagoas, e a expansão da malha de transporte da região Nordeste, visando interligação futura à malha da região Centro-Oeste e Norte. A ampliação seria complementada com a criação de novos pontos de entrega nos gasodutos existentes e no aumento da capacidade dos atuais Pontos de Entrega – RN-CE (Aracati/CE) e PB-RN (Santa Rita/PB).

Interiorizar o gás natural pelo Nordeste através da interligação das redes de distribuição atuais e projetadas e, quando inviável a construção de dutos, com o uso pequenas plantas de GNL foi a terceira proposta apresentada por Figueirêdo. Segundo ele, as interconexões entre as redes de distribuição atuais e projetadas das distribuidoras permitirão a maior interiorização do gás natural pelo Nordeste.

Essa, inclusive, é a proposta da Golar Power, empresa que assinou protocolo de intenção com a Companhia Maranhense de Gás (Gasmar) no sentido de viabilizar a distribuição de gás natural liquefeito (GNL) no Maranhão, no visando impulsionar indústrias e abastecer veículos. Isso se daria pela instalação de um terminal de regaseificação no Porto de Itaqui onde vai funcionar o hub da operação de distribuição de GNL e também pela implantação de corredores azuis.

Mais

Fontes potenciais

O estudo feito pelas distribuidoras de gás defende que os estados realizem um mapeamento das fontes potenciais de produção de biogás, o Gás Natural Renovável (GNR). Estudos preliminares revelam que há um enorme potencial não explorado na região, a exemplo de Salvador e Feira de Santana (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Teresina (PI), Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte e Sobral (CE).

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