Homofobia

MPF pede providências para aumentar o combate à homofobia no esporte

Episódios homofóbicos nos estádios são recorrentes e a própria CBF já foi multada porque a torcida gritou "bicha" na hora do goleiro cobrar tiro de meta

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Time do Vasco da Gama entrando em campo com faixa alusiva ao combate à homofobia nos estádios
Time do Vasco da Gama entrando em campo com faixa alusiva ao combate à homofobia nos estádios (HOMOFOBIA VASCO )

RIO - A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), encaminhou nesta quinta-feira um ofício à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao Conselho Nacional dos Esportes (CNE) pedindo providências para combater a homofobia e a transfobia nas competições esportivas nacionais, incluindo os campeonatos de futebol.

Em junho de 2019, o Superior Tribunal Federal (STF) tomou a decisão de criminalizar a homofobia, tornando crime inafiançável a discriminação a gays e pessoas transgêneras. A PFDC pede a adequação às normativas e vai além, querendo que a CBF promova campanhas de conscientização sobre o tema nos estádios de futebol.
O Estatuto do Torcedor estabelece que a responsabilidade pela prevenção de violência no esporte é do poder público, das confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades esportivas, entidades recreativas e associações de torcedores - inclusive de seus respectivos. E ele prevê que não se pode entoar nos recintos esportivos cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos.

Homofobia nos estádios

Os episódios homofóbicos nos estádios brasileiros são recorrentes. A própria CBF já foi multada em partidas da seleção porque parte da torcida gritou "bicha" na hora do goleiro adversário cobrar o tiro de meta. No ano passado, uma foto de dois flamenguistas se beijando no estádio Mané Garrincha, em Brasília, virou assunto de maneira pejorativa em um primeiro momento, mas logo os clubes envolvidos, Vasco e Flamengo, se manifestaram contra o preconceito.

No ofício à CBF, a PFDC afirma que o Regulamento Geral de Competições da entidade prevê que as "competições nacionais oficiais do futebol brasileiro exigem de todos os intervenientes colaborar de forma a prevenir comportamentos antidesportivos, bem como violência, dopagem, corrupção, manifestações político-religiosas, racismo, xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação".

Justiça em ação

Com base em decisão de 2019 do Supremo Tribunal Federal (STF), que passou a considerar a homofobia como crime, os tribunais esportivos do País resolveram agir. Em junho do ano passado, o STJDdecidiu que passaria a punir clubes de futebol por cantos homofóbicos

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