Entendimento

No MA, PT relativiza fala de Lula que exclui SL de candidaturas próprias

Para direção estadual do partido, ex-presidente não citou a capital no rol das que devem ter projeto próprio devido à indefinição interna sobre a indicação

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Augusto Lobato acredita que as declarações de Lula não citam São Luís devido a indefinições internas do partido
Augusto Lobato acredita que as declarações de Lula não citam São Luís devido a indefinições internas do partido (Augusto Lobato)

A direção estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Maranhão preferiu não entrar em polêmica e relativizou a declaração dada na sexta-feira, 17, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que São Luís estaria excluída do rol das capitais com candidatura própria. Segundo a sigla, Lula não citou a cidade devido à indefinição interna sobre a indicação do nome.

Ainda de acordo com a presidência do partido, o encaminhamento acerca do rumo do partido nas eleições deste ano somente será feito a partir de maio, quando os principais caciques estarão reunidos em data a ser marcada. Além do deputado estadual Zé Inácio Lula, concorrem nesta disputa o deputado federal Zé Carlos e o atual presidente da Agência de Mobilidade Urbana (MOB), Lawrence Melo.

Corre por fora o atual presidente municipal do partido, vereador Honorato Fernandes (PT). Sobre o prazo para definições, segundo o presidente estadual do PT, Augusto Lobato, o partido quer esperar o prazo de até 3 de abril, data em que serão esgotados os prazos para que os interessados mudem de partido para concorrerem nas eleições majoritária e proporcional deste ano.

“Se surgir um nome até lá novo no PT, e o partido já tiver um consenso quanto ao nome, como é que fica?”, disse Lobato a O Estado.

Sem citação
Ainda de acordo com o dirigente, o fato de Lula não ter citado a capital na lista de possibilidade não representa distanciamento com as diretrizes petistas na cidade. “Assim que o partido se manifestar sobre o projeto na Ilha, o presidente Lula irá falar, temos certeza disso. Ele não desconsiderou a capital São Luís, até porque, em reunião minha com ele, foi citada a cidade como um grande polo de apoio ao partido”, afirmou.

A direção do partido, apesar de ainda trabalhar com candidatura própria na capital maranhense, não descarta realizar apoios. No entanto, por enquanto, esta seria uma segunda possibilidade. Se isso ocorrer, o PSB (com o pré-candidato e deputado federal Bira do Pindaré) e o PCdoB (com Rubens Júnior) são os favoritos a receberem o PT no mesmo palanque. “Caso haja apoio, será com um destes partidos que deveremos fechar”, disse Lobato.

Internamente, dirigentes do próprio PT estadual apontam que a falta de consonância da sigla dificulta a construção de uma candidatura na cidade. Em 2012, ano da última candidatura do PT, Washington Luiz foi derrotado. No segundo turno, a sigla manifestou apoio ao então candidato Edivaldo Holanda Júnior, do PTC, que venceu o pleito na ocasião.

O PT foi sondado recentemente por Rubens Júnior para formar chapa na capital. O tema divide o partido. Enquanto um grupo entende que o apoio deve ser considerado, outra ala quer que a legenda apresente candidato como sinal “de demonstração de força”, após o partido perder terreno nos últimos anos com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula.

Anti-bolsonaro: debate deve ficar para depois


Dirigentes importantes do PT no Maranhão entendem que a discussão, pautada por aliados do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de criação de uma “frente anti-Bolsonaro” visando as eleições presidenciais em 2022 deve ocorrer posteriormente ao pleito municipal deste ano. Alguns entendem que o debate sobre o tema neste momento é esconder os problemas internos da sigla.

Segundo petistas, é preciso que o partido se fortaleça novamente em suas bases para, em seguida, encabeçar a discussão. A ideia de Flávio Dino - após se encontrar com o ex-presidente Lula na sexta-feira, 17, em encontro nacional do PT - é reunir líderes de esquerda, do centro e da direita do país contra o que chamou de “ala bolsonarista”.

Além de justificar a posterioridade da discussão sobre a frente pelas eleições 2020, parte do PT no Maranhão também tem resistência à ideia. Um membro importante que preferiu o anonimato chegou a confidenciar a O Estado que debater possível candidatura de Dino a presidência “ainda é prematuro”. l

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