Vida PET

Erros que donos de cachorro cometem ao cuidar da saúde de seus bichinhos

De ração a medicação em casa, passando pela higiene do seu pet; veterinária explica quais são os equívocos e como evitá-los

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Fique atento para não cometer erros no cuidado com seu animal de estimação
Fique atento para não cometer erros no cuidado com seu animal de estimação (pet comida)

São Paulo - Não são apenas os humanos que precisam estar atentos à saúde, os cachorros também. Pensando nisso, a DogHero, aplicativo que promove a conexão entre quem tem cachorro e uma comunidade de passeadores e anfitriões escolhida a dedo, elencou alguns dos principais equívocos cometidos por eles e, o mais importante, como fazer para evitá-los. As orientações foram sugeridas por Alessandra Amieiro, veterinária colaboradora da empresa. Confira abaixo quais são eles:

1 - Dar comida de humano
Muitos pais de cachorro costumam complementar a ração dos seus filhotes de quatro patas com comida de humano consumida por eles mesmos em casa. Além do hábito ser um dos fatores que mais contribui para a obesidade em cachorros, alimentos como chocolate, uva, açaí, carambola e tomate, por exemplo, são tóxicos e outros são de difícil digestão para os cãezinhos e podem fazê-los engasgar. Mesmo que o seu cãozinho faça cara de pidão, resista. É melhor para a saúde dele!

2 - Não seguir a quantidade de ração recomendada
A ração de cachorro é um alimento completo, ou seja, que deve suprir todas as necessidades nutricionais do animal. Ela é uma forma mais fácil e prática de alimentar o seu cãozinho: depois de escolhida, basta oferecer a quantidade ideal para o animal diariamente. A informação sobre a quantidade de ração a ser oferecida está presente no rótulo e é importante que seja seguida à risca para evitar tanto a obesidade quanto a desnutrição. Apesar disso, consulte o médico veterinário antes de decidir pelo alimento e a quantidade a ser oferecida ao seu cachorro. Além de esclarecer as suas dúvidas e assegurar o melhor alimento para o animal, a sugestão do veterinário levará em conta as especificidades do idade do animal e condições que são afetadas pela alimentação.

3 - Não escovar os dentes do seu cãozinho
Pesquisas mostram que mais de 80% dos cães com mais de 6 anos apresentam problemas periodontais. Isso acontece porque muitos pais e mães de cachorro não incluem a escovação dos dentes na rotina de higiene de seus filhotes peludos. O ideal, segundo Alessandra, é que a escovação seja feita diariamente e com produtos específicos para cachorro.

4 - Pular algumas vacinas
Alguns pais e mães de cachorro focam apenas nas vacinas no período em que eles são filhotes e pulam algumas imunizações conforme o cão vai crescendo. É importante seguir à risca o protocolo vacinal e, principalmente, as orientações do veterinário com relação ao período de imunização. Se o profissional lhe dizer que o cãozinho não pode se expor a outros cães durante um período, acredite. Isso garante um desenvolvimento saudável do seu cachorro.

5 - Medicar o cachorro em casa
Essa é, sem dúvida, uma prática que nunca deve ter feita. Isso porque alguns medicamentos próprios para cães podem ser tóxicos para algumas raças e a dosagem errada pode levar a óbito. Fique longe dos remédios caseiros e não tente fazer uma avaliação via pesquisa no Google. Quando o seu cachorro se sentir mal, leve-o imediatamente a um veterinário. Ele saberá não apenas identificar a razão do mal-estar, como também decidir qual o melhor procedimento para cuidar da saúde do seu cãozinho.

6 - Meu cachorro fica solto em casa por isso não passeio com ele
Este é outro erro que muitos pais de cachorro cometem. Muitos acham que pelo fato do cachorro ficar solto em casa, ter um quintal para explorar ou ter alguém o outro cachorro pra brincar são suficientes e que o passeio é dispensável. Mas não é. Cachorros precisam gastar energia, sentir cheiros diferentes e conhecer outros espaços que o ambiente da casa. Não podemos esquecer que os ancestrais dos cães viviam em vida livre, podiam andar, correr e caçavam para se alimentar. O passeio é importante para deixar o cão feliz, mais calmo e sociável com outros cachorros e pessoas. Além disso, reduz a ansiedade do animal e, com isso, diversos problemas de comportamento, como o hábito de destruir objetos e latir em excesso.

Outros errinhos que comprometem o seu PET

Deixar o cachorro puxar a guia durante o passeio
Cena clássica de filme: o cachorro na coleira sai arrastando o dono desesperado, que acaba trombando na mocinha, dando início a um romance. Se no filme a cena é divertida, na vida real não é bem assim – e a culpa de ser arrastado é do próprio dono. “O dono, sem querer, ensina que é puxando que o cão tem acesso à arvore, a outra pessoa ou a outro cachorro. O cachorro trabalha muito com associação: se eu puxo e chego em tudo que eu quero, então eu vou continuar puxando”, explica Rodrigo Caldarelli, zootecnista e adestrador.

Como evitar o problema: Você precisa ensinar o cachorro a andar com a coleira frouxa. “O cão deve entender que, com a guia curta, esticada, ele não vai ter acesso a nada”, diz o especialista. Caldarelli dá alguns exemplos: se o cachorro começar a puxar muito para chegar até uma árvore, você para até a guia ficar frouxa novamente. Aí você caminha em direção a árvore. Se o cachorro voltar a puxar, você para de novo e repete o processo até chegar à árvore com a guia frouxa – isso ajuda o cão a entender que ele não precisa te puxar para chegar onde quer. “Andar em zigue zague também é uma boa ideia. Assim, o cão começa a prestar atenção no dono e no lado que ele está indo”, completa Rodrigo.
Mas é preciso tomar cuidado para fazer tudo isso sem força, para não esganar o cachorro. “Quando o bicho fizer da forma correta, você pode recompensá-lo com um brinquedo ou carinho”, explica.

Começar o adestramento só depois que os filhotes completam 6 meses
Alguns veterinários e praticantes de um modelo mais tradicional de adestramento recomendam que você só inicie a educação dos filhotes a partir dos seis meses. Acontece que o cachorro já começa a aprender desde que nasce. “No início, a melhor instrutora é a mãe dele. Mas no momento em que ele chega à sua casa, o cãozinho já está aprendendo. Dos 2 aos 4 meses, inclusive, é o momento em que o cachorro mais aprende e grava associações”, explica o adestrador. A ideia de muitos donos de só adestrar depois dos 6 meses pode fazer com que o filhote pegue muitos vícios, como roer móveis ou latir muito se ficar sozinho. Depois, fica mais difícil de corrigir esse comportamento errado.

Como evitar o problema: “Se você quer um cachorro mais educado e sem vícios de comportamento errado, uma boa ideia é iniciar o adestramento nesse período entre 2 a 4 meses, logo que o filhote chegar” afirma Caldarelli. Com um cachorro tão novinho, usa-se o método do adestramento inteligente, com reforço positivo, estímulo de bons comportamentos e associações positivas.

Esfregar o focinho do cachorro no xixi e cocô
Essa técnica vem do adestramento tradicional. Apesar de parecer meio absurda, é muito usada, principalmente porque funciona com alguns cachorros de temperamento forte, que não se intimidam com broncas. “Mas na maioria das vezes não dá certo”, comenta o especialista.

Segundo Rodrigo, ao ouvir bronca por fazerem as necessidades no lugar errado, alguns cachorros vão ficar com medo do dono. E, na próxima vez, vão fazer no lugar errado do mesmo jeito, mas escondido. Ou pior: o cachorro pode entender a bronca como uma forma de atenção que o dono dá para ele: “O cachorro pensa: ‘quando eu faço no lugar certo ninguém olha para mim. Mas, quando faço no lugar errado, chamo atenção’, então passa a valorizar a bronca”, analisa.

Como evitar o problema: Toda vez que o cachorro fizer xixi no lugar certo, é preciso recompensá-lo. Além do instinto, que o atrai a fazer no mesmo lugar pelo cheiro, ele cria uma associação positiva, já que ganhou uma coisa por fazer xixi onde o dono quer. “Além de recompensar o acerto, é necessário ignorar completamente o erro. Não fale, não olhe, não limpe na frente dele. Deixe o cão em outro cômodo enquanto limpa a bagunça”, sugere Rodrigo. O adestrador também ensinou técnicas de como treinar o cachorro a fazer as necessidades no lugar certo. Para o cachorro que acabou de chegar, pode ir liberando a casa ao poucos. Mantenha o pet em um só cômodo, como a área de serviço, com o lugar 80% coberto de jornal.
Com o tempo, ele vai se acostumando a fazer no jornal e você vai diminuindo a área coberta. Para quem não quer manter o cachorro fechado, o especialista sugere acompanhar os horários em que o cachorro está mais propenso a fazer xixi e cocô, ou seja, 15 a 30 minutos depois das refeições. Perto desses horários, você pode deixá-lo no ambiente que tenha a fralda ou jornal. Quando ele fizer no lugar certo, faça festa, comemore, dê algum petisco.

Dar bronca sem ensinar
Simplesmente dar bronca no cachorro e esperar que ele entenda o motivo da sua frustração, em geral, não dá certo. Como já explicamos nos outros tópicos, os cães aprendem por associação, e podem acabar entendendo a sua bronca como atenção, o que só vai estimular o comportamento errado ao invés de corrigi-lo. O adestrador Rodrigo explica que a melhor forma de dar a bronca no cachorro é trabalhando a punição junto com o reforço positivo. “A bronca tem que significar fracasso para o cachorro. Ele tem que entender que, com o comportamento errado, ele não ganha nada. E que, agindo da forma correta, ele vai ter recompensas”. Mas calma, você não vai precisar premiar seu cachorro toda hora que ele fizer as coisas certas. “Se durante o treino ele percebe que o bom comportamento gera gratificações, ele vai fazer uma associação positiva a isso, sem que seja necessário sempre recompensá-lo caso ele acerte todas as vezes”, explica.

Como evitar o problema: Você pode usar o “não”, ou uma latinha com moeda ou um borrifador de água para dar a bronca. Se seu cachorro sempre tenta destruir os fios do computador, você pode dar a bronca e esperar alguns segundos para ver se ele entendeu. Se ele não tentar repetir o erro, você o recompensa. Pode seguir com esse comportamento até ele acertar. O adestrador lembra que a recompensa pode assumir várias formas. A mais comum é a comida. Mas também pode ser um brinquedo, carinho, ou mesmo deixá-lo se aproximar daquele poste, de outro cachorro ou da piscina. Por exemplo: se um cão puxa a guia para chegar até uma pessoa de que gosta, você pode usar o método ensinado nessa lista para ensiná-lo a andar sem puxar. No fim das contas, a recompensa vai ser a própria pessoa.

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