Período chuvoso

Chuvas de janeiro em São Luís já ultrapassaram a média prevista

Média histórica para janeiro, na capital maranhense, é de 244,2 milímetros; até o último dia 15, já havia chovido 255,2 mm; no ano passado, também choveu acima do esperado em São Luís, durante o mês de janeiro

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

[e-s001]Fortes chuvas estão atingindo a Região Metropolitana de São Luís desde o início deste mês, marcando o início do período chuvoso. Além de congestionamentos e alagamentos, o fenômeno meteorológico causou desabamento do teto de uma casa de shows, na Avenida Litorânea, fato ocorrido na madrugada deste domingo, 19. De acordo com o Laboratório de Meteorologia (Labmet), do Núcleo Geoambiental (Nugeo) da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), desde o último dia 15 o índice pluviométrico já havia ultrapassado a média histórica das chuvas esperadas para janeiro na capital maranhense.

Segundo Márcio Eloi, do Laboratório de Meteorologia da Uema, a média esperada para janeiro era de 244,2 milímetros na capital maranhense. No entanto, esse índice foi superado no dia 15. Até aquela data, havia chovido, em São Luís, 255,2 milímetros. “Em novembro do ano passado choveu, aqui na Ilha, 26,8 mm. Em dezembro, choveu 88,2 milímetros. E, agora, a precipitação ultrapassou o esperado”, revelou o meteorologista. Importante destacar que o período chuvoso no Maranhão vai até julho, conforme o Nugeo.

Janeiro de 2019
No ano passado, também choveu acima do esperado em São Luís, durante o mês de janeiro. Os valores acumulados pluviométricos foram de 393,4 mm na capital maranhense. Em Alcântara e Zé Doca, as precipitações foram, respectivamente, de 525,4 mm e 345 mm. O principal sistema meteorológico causador dessa intensidade no período chuvoso, em janeiro de 2019, foi o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), segundo o Labmet.

O VCAN é um sistema de baixa pressão atmosférica, de escala sinótica, que se forma na média e alta troposfera (entre 5 e 13 quilômetros de altitude). Conforme o Labmed, a nebulosidade causada pela forte instabilidade atmosférica do Maranhão ocasionou chuvas fortes contínuas em muitas localidades do estado, em janeiro de 2019, que foi considerado um dos mais chuvosos dos últimos anos.

A climatologia registrou que, em janeiro do ano passado, as regiões sudeste e nordeste o Brasil apresentaram os menores índices de chuvas no mês. Porém, o Maranhão e partes do Piauí, Ceará, Bahia e Alagoas obtiveram os maiores acumulados da região. A região norte do estado registrou os maiores volumes de chuva, com precipitações acima de 500 mm, valor muito acima do esperado.

Janeiro como transição
Janeiro é considerado um momento importante para o padrão de distribuição de chuvas no Maranhão, conforme o Núcleo Geoambiental da Uema. É durante esse período que ocorre a lenta transição da estação seca para a estação chuvosa no setor Centro-Norte do estado, processo que se inicia em dezembro de cada ano. A Zona de Convergência Intertropical (ZICT), gradativamente, se desloca do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul.

Em janeiro do ano passado, a ZCIT, na região oceânica próxima da costa maranhense, ficou acima da posição climatológica, o que demonstra que as chuvas ocorridas no norte do estado foram causadas por outros fenômenos meteorológicos.

[e-s001] Áreas de risco

Com as fortes chuvas em São Luís, o risco de deslizamentos é grande em locais com presença de voçorocas, como são conhecidas geograficamente as encostas que estão passando por um processo erosivo. Na Salinas do Sacavém, no Polo Coroadinho, apesar da possibilidade de desmoronamento de terra úmida, pessoas estão construindo casas nesses trechos com relevo íngreme.

A Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís já até emitiu uma determinação para que obras emergenciais sejam realizadas naquele trecho de risco, após pedido de concessão de tutela de urgência, da Defensoria Pública do Estado (DPE). Na decisão liminar, o magistrado frisou que o objetivo da execução da intervenção é garantir a segurança das habitações nas áreas atingidas no Sacavém, sobretudo na Rua São Luís, e em outros locais, como Túnel do Sacavém, Salinas do Sacavém e Vila Dom Luís (foto).

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