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Condenado pela morte de Décio Sá está foragido há mais de dois meses

Marcos Bruno Silva de Oliveira está foragido desde o dia 15 de outubro deste ano, quando foi beneficiado na saída temporária do Dia das Crianças

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Marcos Bruno Silva foi beneficiado com a saída temporária e não voltou
Marcos Bruno Silva foi beneficiado com a saída temporária e não voltou (Marcos)

SÃO LUÍS - Passados mais de dois meses após ter sido beneficiado com a saída temporária do Dia das Crianças, Marcos Bruno Silva de Oliveira continua foragido do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Ele foi condenado a 18 anos e três meses de reclusão por ter participado do assassinato do jornalista Aldenísio Décio Leite de Sá, o Décio Sá, fato ocorrido em 23 de abril de 2012, na Avenida Litorânea, na capital. Até o momento, a polícia não tem pistas sobre o paradeiro do detento.

Marcos Bruno está no regime semiaberto, que é uma das condições para que um interno seja beneficiado com as saídas temporárias. Além da condenação pela morte de Décio Sá, ele também tem outras duas: uma de 5 anos e 10 meses pelo crime de roubo e outra 4 anos e 2 meses por falsificação. O fato é que a polícia ainda não sabe onde o interno estaria escondido. Uma fonte policial disse ao Jornal O Estado que há informações de que o detento teria saído do Maranhão.

Saída temporária

O detento saiu do Complexo Penitenciário de Pedrinhas no dia 9 de outubro, juntamente com outros 863 internos, após determinação da 1ª Vara de Execuções Penais (1ª VEP) de São Luís. Marcos Bruno deveria ter retornado à Unidade Prisional de São Luís 4 (UPSL 4) até as 18h do dia 15 do mesmo mês, o que não aconteceu.

No sistema penitenciário, consta que a situação dele é inativa, ou seja, não está no presídio. O caso foi descrito como abuso de confiança, uma vez que o interno não voltou à UPSL 4 no prazo estabelecido pela 1ª VEP.

Nota da Seap

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que o detento está foragido. E que, em relação à busca e apreensão ao interno Marcos Bruno Silva de Oliveira, as forças de segurança do Maranhão seguem realizando o trabalho investigativo e as diligências legais para localizá-lo.

A Seap ressaltou que, devido à situação de foragido do preso, já instaurou o Procedimento Disciplinar Interno (PDI). “Tão logo seja recapturado, ele responderá as sanções conforme a Instrução Normativa de n° 21, de fevereiro de 2019, que dispõe sobre fuga de abuso de confiança mediante saída temporária. Marcos também sofrerá sanções disciplinares previstas na Lei de Execução Penal (LEP)”, enfatizou o órgão.

Condenação

Em 2014, Marcos Bruno foi sentenciado a 18 anos e 3 meses de reclusão em julgamento concernente à morte de Décio Sá. Mas a defesa conseguiu a anulação da condenação, que foi mantida em abril de 2016 em novo júri, no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís. O advogado dele, Pedro Jarbas, argumentou que seu cliente não esteve no local do crime ao afirmar que as provas eram frágeis.

No entanto, o promotor de Justiça Benedito Coroba rebateu. “O próprio Marcos Bruno chegou a confessar isso em depoimento seu, e nós temos uma prova técnica que foi realmente exibida no júri passado, em que demonstra que o acusado, no dia do crime, estava nas imediações do local”, frisou.

Morte de Décio

O jornalista Décio Sá foi assassinado com seis tiros no dia 23 de abril de 2012, em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís. Doze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Maranhão, por envolvimento no crime e formação de quadrilha. Entre elas, o assassino Jhonathan de Sousa Silva, que cumpre pena de 27 anos e 5 meses de prisão no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

O crime aconteceu por volta das 22h do dia 23 de abril de 2012. Décio Sá, após sair do trabalho, deslocou-se rumo à Litorânea. No bar Estrela do Mar, ele teria pedido uma bebida e uma caranguejada. Enquanto aguardava a refeição, conversava com alguém ao celular. Ainda ao telefone, bastante descontraído, um jovem o segurou pelo ombro e o virou, e, sem dizer nada, disparou cinco vezes no tórax e cabeça do jornalista. Jhonathan, após desferir os tiros, subiu na motocicleta conduzida por Marcos Bruno, que deu fuga ao autor dos disparos.

Os empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho e seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho, foram apontados como os mandantes do crime.

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