Fiscalização

PRF volta a usar radares em 5 mil quilômetros de rodovias

Aparelhos estão disponíveis em todas superintendências, diz PRF. Volta dos radares suspende determinação do presidente Bolsonaro de acabar com fiscalização de velocidade móveis em rodovias federais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Radares voltaram a ser usados após determinação judicial
Radares voltaram a ser usados após determinação judicial (Divulgação)

BRASÍLIA - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) voltou a a usar radares móveis e portáteis para fiscalizar cerca de 5 mil quilômetros de estradas no país ontem, 23. De acordo com nota divulgada pela corporação, no final da tarde, "todas as Superintendências da PRF possuem equipamentos disponíveis e estão orientadas a incluir a fiscalização de velocidade em seu planejamento operacional".

Segundo a PRF, estudos técnicos apontaram 500 trechos de 10 quilômetros de extensão cada, "com maior criticidade de acidentes de trânsito, classificados independentemente de sua causa, passíveis de serem fiscalizados com o uso de radares".

Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro determinou a suspensão do uso de radares de fiscalização de velocidade móveis em rodovias federais, as "BRs". A ordem, publicada no "Diário Oficial da União", foi dada ao Ministério da Justiça, responsável pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No entanto, o juiz Marcelo Gentil Monteiro, da 1ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que questionou a portaria assinada pelo presidente, e determinou a volta dos radares.

A Polícia Rodoviária Federal disse "a fiscalização de velocidade realizada pela PRF é pautada pela estreita observância dos requisitos legais estabelecidos para sua execução, tendo por base os princípios da transparência e ostensividade, primando sempre pela promoção da segurança viária e a consequente preservação da vida".

A polêmica dos radares

Ao determinar a retomada da utilização dos radares, o juiz Marcelo Gentil Monteiro disse que a suspensão da fiscalização desrespeitou competência do Contran e suprimiu "a atuação de órgão colegiado cujo funcionamento está disciplinado em ato proveniente do Poder Legislativo."

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O magistrado alegou ainda que o ato foi tomado sem embasamento técnico e que a abstenção estatal de fiscalizar as rodovias "caracteriza proteção deficiente dos direitos à vida, saúde e segurança no trânsito".

Dados do país

Entre os dias 15 de agosto e 30 de novembro deste ano, a quantidade de acidentes em rodovias federais aumentou 6,8%, se comparado ao mesmo período de 2018.

2018 – 19.286 acidentes
2019 – 20.600 acidentes

Já no número de infrações registradas nas rodovias federais, a queda foi de 27% no mesmo período, entre 2019 e 2018.

2018 – 2.041.066 infrações
2019 – 1.497.528 infrações

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