Estado Maior

Sucateamento da Saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

Pelo menos dois inquéritos instaurados pelo Ministério Público Estadual, por meio da 18ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, ambos assinados pelo promotor Herberth Costa Figueiredo, apontam para o sucateamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Maranhão.

Os inquéritos tomam por base relatórios de uma série de inspeções realizadas pela Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) entre os anos de 2017 e de 2019 nas UPAs do Bacanga, Vila Luizão, Vinhais, Araçagy, Parque Vitória e da Cidade Operária.

Eentre as irregularidades apontadas nos relatórios, estão materiais sujos utilizados na atividade médica em contato com material limpo; ausência de protocolos de limpeza, preparo e esterilização de artigos médicos hospitalares; ambientes insalubres e com alvará sanitário já desatualizado.

Cada uma das UPAs é administrada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh) e apresentam uma série de outros problemas.

De acordo com os relatórios da Suvisa, as diversas inconformidades põem a vida dos pacientes e dos próprios funcionários em risco. Em algumas das unidades há infiltração na recepção, banheiros sujos e mal conversados, pia para lavagem de mãos sendo utilizada para preparação de medicamentos, garrafões de água mineral acondicionados de forma incorreta, sala de medicação infantil desorganizada e célula de resíduo infectante subdimensionada.

Na Cidade Operária, por exemplo, sequer foi encontrada a existência de contrato formal com empresa terceirizada de esterilização de artigos termossensíveis e nem de execução de projeto de adequação da CME (Central de Material Esterilizado).

A situação é estarrecedora e revela o caos ao qual têm sido submetidos os pacientes das unidades na capital.

Desconfiguração

Construídas, instaladas e entregues na gestão Roseana Sarney, as UPAs despencaram de um patamar de atendimento de excelência para a situação de decadência.

Na gestão anterior, as UPAs, todas elas, eram mantidas limpas, padronizadas, com equipamentos de ponta e atendimento padrão e com respeito ao paciente.

Hoje, há equipamentos quebrados e as vezes inutilizados - a exemplo de aparelhos de raio-X -, banheiros sujos e materiais médicos de péssima qualidade.

Superlotação

Além de todos os problemas já citados, as UPAs sofrem com a superlotação nas unidades.

Programadas para manterem pacientes internados em no máximo 24 horas, até que a regulação de leitos fosse feita para o Carlos Macieira ou para o Hospital Geral, as unidades ficaram sem referência por falta de organização na SES.

Resultado: UPAs superlotadas, pacientes acomodados em cadeira de rodas e desgaste de profissionais da enfermagem, com uma carga acima do limite para um atendimento adequado.

E o concurso?

Na campanha eleitoral de 2014, quando foi eleito governador do Maranhão, Flávio Dino prometeu realizar concurso público para a Saúde do Estado.

Mas, em vez disso, mandou projeto de lei para a Assembleia Legislativa [270/2017] e criou cargos de empregos no quadro da Emserh.

Ao substituir o concurso público por um seletivo para criação de empregos na entidade, Dino descumpriu o prometido, que era de valorizar o profissional da Saúde na sua gestão.

Em 2020

Ficou para o primeiro semestre de 2020, na Câmara Federal, a votação da Reforma Tributária proposta pelo Governo Federal.

Numa reunião entre o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou acertada uma atuação conjunta pela matéria.

A reforma tributária é tratada como prioridade pelo Governo Federal. A bancada maranhense participará ativamente dos debates.

Quer o cargo

Quem curtiu a afirmação de candidatura em 2020 dada pelo governador Flávio Dino foi o vice-governador, Carlos Brandão.

Desde o início do ano, Brandão tem conversado com partidos políticos e tem tentado atuar de forma decisiva já no pleito do próximo ano, quando serão disputadas as eleições municipais.

Objetivo: assumir o Executivo Estadual em 2020, quando Dino se afastar do cargo, e disputar o posto de governador com o apoio de prefeitos.

Pela metade

Apesar de o trecho já ter sido liberado para o tráfego de veículos, a obra de ampliação do trânsito no Angelim, com a criação de mais uma faixa, precisa de reparos.

O local está escuro no período da noite, sem iluminação na pista, o que aumenta o risco de acidentes.

Há também certa confusão no trecho do semáforo, ainda instalado no local, no cruzamento que dá acesso ao Angelim. E a escuridão do local é o principal motivo.

De olho

R$ 5,3 bilhões de ICMS já foram pagos pelo contribuinte maranhense de janeiro a novembro deste ano.

E mais

- Ainda não foi inaugurada a creche construída pela Prefeitura de São Luís na área da Cidade Operária.

- Turistas e cidadãos ludovicenses que optaram nos últimos dias por um passeio no Parque do Rangedor, inaugurado há poucos meses, apontam deterioração do local.

- Turistas e banhistas que frequentam a orla em trecho da avenida Litorânea tornaram a se deparar, na sexta-feira, com uma “língua negra” de poluição escorrendo direto para o mar, resultado do deficiente tratamento de esgoto na capital.

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