Vandalismo

Mais de 20 estudantes deixam universidade em Hong Kong

Número de estudantes que permanecem no campus da Universidade Politécnica não está claro; cerco policial continua

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Pertences de manifestantes deixados na cafeteria da Universidade Politécnica de Hong Kong
Pertences de manifestantes deixados na cafeteria da Universidade Politécnica de Hong Kong (AP)

HONG KONG - Vinte e três estudantes deixaram a Universidade Politécnica de Hong Kong ontem,21, quinto dia de ocupação de manifestantes pró-democracia. Um batalhão da polícia de choque permanece cercando o campus nesse que é o confronto mais longo desde que os protestos começaram no território semiautônomo em junho.

Não está claro quantos manifestantes permanecem na universidade, na península de Kowloon, de acordo com a Associated Press. A agência Reuters fala em cerca de 100 deles continuam entrincheirados. Porém, a situação é consideravelmente mais tranquila.

Alguns ativistas buscavam maneiras de fugir e escapar da polícia, que já deteve cerca de 1000 manifestantes desde o início do cerco. Na quarta-feira, bombeiros conseguiram evitar que seis manifestantes escapassem por um bueiro.

O lixo está se acumulando ao redor do campus, incluindo restos de coquetéis molotov caseiros espalhados pelo chão. Muitos manifestantes abandonaram seus equipamentos, como máscaras de gás e guarda-chuvas.

Grande parte do campus está danificado -- salas foram vandalizadas e janelas quebradas, de acordo com a Reuters. A eletricidade e a água continuam funcionando.

Os manifestantes estão revoltados com o que veem como uma interferência da China em liberdades prometidas a Hong Kong quando a colônia britânica foi devolvida aos chineses em 1997.

Pequim se diz comprometida com a fórmula "um país, dois sistemas", que concede certa autonomia a Hong Kong.

Congresso americano

Na quarta-feira, 20, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma resolução de apoio aos "direitos humanos e à democracia" em Hong Kong e ameaçou suspender o estatuto econômico especial concedido por Washington à ex-colônia britânica.

O texto do Congresso condiciona a manutenção do privilégio a uma avaliação anual feita pelo Departamento de Estado sobre a questão dos direitos humanos por parte das autoridades de Hong Kong.

Legisladores americanos também aprovaram uma medida que proibiria a venda de gás lacrimogêneo, balas de borracha e outros equipamentos usados pelas forças de segurança para reprimir os protestos que abalam Hong Kong há seis meses.

As câmaras agora procurarão conciliar os dois projetos de lei em uma única medida que será submetida ao Congresso e encaminhada diretamente para a assinatura do presidente Donald Trump.

Após a aprovação da resolução, Pequim convocou o encarregado interino da embaixada dos Estados Unidos, William Klein, com a intenção de emitir "um protesto solene" contra o texto americano. Nesta quinta, a China prometeu uma resposta firme.

A China ameaça intervir nas manifestações, que terminaram em várias ocasiões em atos de vandalismo e violência.

Para o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, o objetivo do texto aprovado em Washington é "semear o caos ou inclusive destruir Hong Kong". "O projeto de lei envia um sinal muito ruim na direção de criminosos que atuam com violência", declarou.

Eleições domingo

Os manifestantes, que acreditam que a China continental está aumentando seu controle sobre o território, exigem eleições democráticas e uma investigação independente da suposta brutalidade policial contra manifestantes.

Nos últimos dois dias, o território semiautônomo viveu uma calma relativa e, por isso, devem ser mantidas no domingo (24) as eleições para o Conselho Distrital, que acontecem de quatro em quatro anos. Cerca de 4,4 milhões de eleitores poderão se manifestar.

A vitória de representantes do movimento pró-democracia poderá reforçar a legitimidade do movimento de protesto.

O maior partido de Hong Kong, a Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong, fez um apelo para que as pessoas rejeitem a "força negra", que foi responsável pelo tumulto sem precedentes que atinge a região desde junho.

“A força negra diz que eles lutam pela liberdade, mas agora as pessoas não podem nem expressar suas opiniões livremente”, afirmou Starry Lee, o líder do partido.

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