WASHINGTON - Estados Unidos e Coreia do Sul decidiram adiar as manobras militares aéreas conjuntas, como um gesto de boa vontade no diálogo com a Coreia do Norte, anunciou ontem,17, em Bangcoc o secretário de Defesa americano, Mark Esper.
"Tomamos esta decisão como gesto de boa vontade para contribuir para um ambiente propício à diplomacia e ao avanço da paz", disse Esper à imprensa.
As manobras militares conjuntas estavam planejadas para dezembro. O adiamento tem o objetivo de apoiar o diálogo com a Coreia do Norte sobre desnuclearização, conforme comunicado divulgado neste domingo pelos dois países.
"Esperamos que a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) demonstre a mesma boa vontade", disse Esper, ao pedir para Pyongyang "voltar à mesa das negociações sem condições prévias ou dúvidas".
Seul e Washington tinham planejado realizar uma versão reduzida dos exercícios aéreos do Vigilant Ace no mês que vem, algo que desencadeou críticas da Coreia do Norte, apesar de a escala das manobras ter sido reduzida.
Essas não são as primeiras manobras que os dois países modificam ou cancelam para favorecer o processo diplomático aberto com Pyongyang no ano passado.
Na última sexta-feira, o próprio Esper havia dito em Seul que os exercícios militares conjuntos poderiam se tornar mais flexíveis para ajudar no processo diplomático.
Desnuclearização
O anúncio de ontem tem o objetivo de impulsionar o processo de desnuclearização, que está parado desde a fracassada cúpula realizada em Hanói (Vietnã), em fevereiro, onde os EUA consideraram insuficiente a oferta norte-coreana em relação ao desmantelamento de seus ativos nucleares. Com isso, o governo americano se recusou a suspender as sanções econômicas ao país asiático.
No mês passado, aconteceu uma reunião de trabalho em Estocolmo (Suécia), mas o encontro foi encerrado com os norte-coreanos acusando Washington de não oferecer nada de novo e de manter ativa sua "política hostil".
De acordo com especialistas, na ausência de progressos, a Coreia do Norte pode optar por realizar novos testes de armas, especialmente mísseis de alcance intermediário, como estratégia para pressionar os Estados Unidos e seus aliados na região.
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