Em uma data marcada por homenagens, famílias lotaram, no sábado, 2, Dia de Finados, o Cemitério Jardim da Paz, localizado às margens da Estrada de Ribamar (MA-201), na Região Metropolitana de São Luís. Crianças e adultos visitaram os túmulos de seus entes queridos, como uma forma de celebrar a memória daqueles que já se foram. A programação incluiu reza do terço, missas, apresentação de coral e outras atividades.

Em diversos pontos do cemitério, os visitantes deixaram, da sua maneira, uma mensagem carinhosa ao ente querido. Algumas pessoas colocaram buquê de flores ao lado dos túmulos. Outras puseram imagens pequenas de anjos e santos. Não conseguindo conter a emoção, a aposentada Maria dos Remédios Silva, de 75 anos, se ajoelhou no local onde está sepultado o marido, que faleceu há mais de uma década. “Eu me lembro dele todos os dias. A saudade é grande, apesar do tempo”, comentou a idosa, com os olhos cheios de lágrimas.

Acompanhada da filha, Ana Maria colocou flores no túmulo do marido, José Teixeira de Abreu, que faleceu em setembro de 2006. Para ela, a prática de visitar o local onde o companheiro está sepultado representa muito mais do que um cuidado. “É respeito, é amor, é carinho, é saudade. A gente valoriza quando está vivo, mas também não podemos simplesmente abandonar porque morreu. Para mim, isso significaria uma falta de respeito enorme”, observou.

Em outra parte do cemitério, pessoas rezavam e cantavam em família, com terços e a Bíblia Sagrada cuidadosamente manuseada. Outras, apenas pararam ao lado do túmulo e fecharam os olhos, como se estivessem relembrando bons momentos ou fazendo orações em silêncio.

Programação
No decorrer do dia, houve diversas atividades no Jardim da Paz, que abriu os portões às 6h, para que as pessoas pudessem entrar e fazer sua homenagem. No turno matutino, ocorreram três missas. E também um evento simbólico na Praça Sylvino Goulart, nome do fundador daquele cemitério. Lá, houve a apresentação de um coral e o lançamento do projeto “Grupo Luto pela Vida”, que oferece apoio psicológico para quem está passando por um sentimento de tristeza duradouro por ter perdido alguém.

Antes da abertura dos portões, do lado de fora, já havia muita gente aguardando a entrada. E também vendedores de flores, que tentavam ganhar uma renda extra no Dia de Finados. “Preparamos uma missa campal muito bonita, para acomodar cerca de 500 pessoas. Durante esse Dia de Finados, a estimativa é de que entre 12 mil a 15 mil pessoas compareçam ao cemitério para homenagear quem já partiu”, declarou Flaynon Martins, gerente-geral do Jardim da Paz.

Por volta do meio-dia, aconteceu uma das missas da programação. Ela foi celebrada pelo padre Danilo, da comunidade Nossa Senhora do Carmo, no Lima Verde, município de Paço do Lumiar. Também ocorreu palestra sobre luto, terço da misericórdia, terço da Imaculada Conceição e ladainha, pregação, momento de oração e apresentação com voz e violão.

Segundo Amanda Maria, funcionária do Jardim da Paz, várias tendas foram montadas ao longo do cemitério, para que os visitantes pudessem receber orientações de consultores da empresa. Ela falou que a grande novidade deste ano foi o lançamento do projeto “Grupo Luto pela Vida”, que tem como coordenadora a psicóloga Clarissa Pires. “Há muitas pessoas que ainda estão passando pelo luto, e ainda não conseguiram enfrentar, tirar um pouquinho dessa dor. Várias pessoas nos procuraram, para relatar sobre essa dor. Então, buscamos proporcionar algo que ajudasse os nossos clientes”, pontuou.

“Luto pela Vida”
Clarissa Pires explicou que o projeto foi idealizado por ela e pela diretoria e cerimonial do Jardim da Paz. “Ofereceremos suporte psicológico para essas pessoas, que não estão conseguindo dar continuidade à vida, enfrentando, assim, alguma dificuldade nesse sentido. Há pessoas que conseguem. Na verdade, a maioria consegue encarar esse momento do luto. Claro que no começo dói muito, é uma tristeza muito grande. Mas algumas pessoas conseguem aos pouquinhos cicatrizar essa ferida e lidar com essa dor”, esclareceu a psicóloga.

Ela disse que algumas pessoas, não sabendo enfrentar o luto, têm até ideias suicidas e entram em depressão. O projeto, como explicou, será marcado pela troca de informações e experiências. “Vamos ajudar quem está passando por esse momento, de não saber restaurar sua vida após ter perdido um ente querido. A partir do momento em que compartilho com outro uma dor parecida, isso é uma ajuda importante”, frisou Clarissa Pires.

O grupo terá frequência mensal, de acordo com a psicóloga. O início será em dezembro. Os clientes do cemitério já preencheram uma ficha de inscrição no Dia de Finados.

SAIBA MAIS

JARDIM DA PAZ

O empreendimento Jardim da Paz foi fundado em 1987 com o objetivo de atender aos seus clientes de forma diferenciada e humanizada. Em abril de 1987, foi inaugurado o cemitério, para oferecer às famílias um lugar tranquilo e seguro com relação ao sepultamento de seus entes queridos. Em 1989, foi inaugurada a Funerária Jardim da Paz, para, assim, atender às necessidades iniciais de um funeral. Ao longo dos anos, os clientes passaram a buscar lugares alternativos para velório, pois não mais queriam velar em suas casas. Para atender a essa demanda, em 2009 a empresa construiu as salas de velório, com o intuito de oferecer uma melhor acomodação as famílias com todo atendimento necessário.
Em 2015, foi inaugurado o Laboratório de Tanatopraxia, empreendimento que permite prestar serviço de preparação do corpo por quanto tempo a família necessitar velar, permitindo transporte do corpo para outros estados e países. A empresa oferece, desde fevereiro de 2016, a cremação, um processo de transformação do corpo em cinzas, respeitando o desejo das pessoas que não querem ser sepultadas de maneira tradicional.

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