Incursões

Exército realiza 55 ações de combate a queimadas no MA

"Operação Verde Brasil" foi deflagrada no dia 24 de agosto; ações aconteceram na Amazônia Legal maranhense; nos 12 primeiros dias de incursões, foram reduzidos em 90% os focos de incêndio

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Exército realizou ações em cidades do Maranhão
Exército realizou ações em cidades do Maranhão (queimadas)

O 24º Batalhão de Infantaria de Selva (24º BIS) encerrou a “Operação Verde Brasil”, que foi deflagrada no dia 24 de agosto deste ano, com o intuito de combater as queimadas e crimes ambientais na região da Amazônia Legal maranhense. Com o apoio de outros órgãos, como Polícia Federal (PF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os militares efetuaram 55 ações de combate a incêndios florestais e fecharam dois garimpos ilegais.

Segundo o capitão George, da Comunicação Social do 24º BIS, para as missões foram capacitados 210 militares em ações de combate a queimadas, e as instruções foram realizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMMA). Ademais, 21 militares do Exército da área de saú­de receberam orientações sobre primeiros socorros relacionados às queimaduras. Efetivamente, as equi­pes saíram de São Luís, no quartel do Batalhão de Infantaria de Selva, no dia 28 de agosto, em direção aos municípios maranhenses que seriam alvos da “Operação Verde Brasil”.

Nesses dois meses de operação, foram realizados 15 patrulhas terrestres, oito reconhecimentos aéreos, 12 Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE), três ações cívico-sociais (ACSo), 55 combates a focos de incêndios florestais e cinco ações de apoio logístico a agências. Além disso, as equipes fecharam cinco madeireiras e dois garimpos ilegais.

De acordo com o capitão, os militares apreenderam mais de 780 m³ de madeira extraída ilegalmente, 30m3 de carvão e 40kg de carne de animais silvestres. Duas pessoas foram detidas nessas incursões. “O apoio logístico contou com a participação 343 militares do 24° BIS, 3 da Força Aérea Brasileira (FAB) e 117 das demais agências. Além de 20 viaturas do 24° BIS; três aeronaves, sendo um do Exército, um da FAB e um da Polícia Militar do Maranhão, as quais empregaram um total de 37 horas de voo”, explicou George.

Além do 24º BIS, que tem como área de responsabilidade 85% do Estado do Maranhão, participaram das ações, com o Ibama e PF, a Marinha do Brasil, FAB, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Rodoviária Federal (PRF), CBMMA e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Bem como a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Batalhão de Polícia Ambiental (BPA).

Além do 24º BIS, existe o 50º BIS, sediado em Imperatriz/MA, cuja área de responsabilidade engloba a região sul, que corresponde a 15% do Maranhão. A “Operação Verde Brasil” foi deflagrada em atendimento às demandas previstas no Decreto nº 9.885, do dia 23 de agos­to, tendo sido prorrogado pelo Decreto nº 10.022, de 20 de setembro, que autorizaram o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA).

Operação em terra indígenas
Em agosto e no mês passado, a PF, Exército e outros órgãos realizaram operações em Terras Indígenas (TI) localizadas no Maranhão. A mais recente ocorreu no território Awá, dentro do município de Zé Doca, na divisa com o Estado do Pará. As equipes estiveram no local para combater a prática de crimes ambientais, como desmatamento (retirada de madeira) e as queimadas, bem como ameaças aos índios.

As equipes visitaram toda a extensão da TI e conversaram com os indígenas. Os índios relataram que estão sofrendo ameaças de posseiros, que pretendem se estabelecer no local. Fazendeiros ocupavam ilegalmente aquelas terras, mas foram retirados em 2014. Um inquérito foi aberto pela PF, para apurar as denúncias de ameaças dos posseiros aos indígenas.

O cacique Massaranduba, daquela tribo, declarou naquela ocasião que os índios estavam se organizando para lutar e fazer vigilância em conjunto, que é denominada na aldeia como “guardiões da floresta”. Esse grupo se camufla na vegetação e detecta qualquer presença humana estranha.

A primeira operação aconteceu em agosto, na Terra Indígena Alto Turiaçu, onde combateram o desmatamento, a extração ilegal de madeira e os garimpos ilegais. Durante a operação, as equipes fecharam três serrarias e apreenderam caminhões, assim como cerca de 500m³ de madeira. Enquanto o Exército realizava a “Operação Verde Brasil”, a PF deflagrava a
“Operação Ka’apor”.

Após ações na Terra Indígena, considerada a maior do Maranhão, a PF colheu provas testemunhais e materiais em um local conhecido, popularmente, como “garimpo do Alex”, a fim de instaurar um inquérito de usurpação de produtos minerais.

Durante as abordagens, o Ibama, em conjunto com a Fundação Nacional do Índio, aplicou multas na área e embargou o local. Com relação à extração ilegal de madeira, foram fechadas três serrarias, e dois caminhões utilizados pelos madeireiros foram apreendidos pelas equipes. Além de diversos equipamentos e aproximadamente 500m³ de madeira, em forma serrada e em toras.

Sala de Situação
Desde o início da “Operação Verde Brasil”, foi montada uma Sala de Situação, que ficava na sede da Defesa Civil, na região central de São Luís. O objetivo era monitorar os focos de incêndio no Maranhão, ainda mais nesse segundo semestre, quando o período da seca, de estiagem, é intensificado. Desse centro de comando, que era composto por integrantes do Exército e BPA, as regiões do território maranhense foram estudadas para que as medidas de prevenção e combate às
queimadas pudessem ser executadas pela força-tarefa.

Concomitantemente à colocação da Sala de Situação, os integrantes do Exército foram capacitados pelo CBMMA para combater e prevenir as queimadas. O treinamento aconteceu no quartel do 24º BIS, no bairro João Paulo, em São Luís. Na ocasião, os bombeiros ministraram aulas para que os militares das Forças Armadas consigam debelar o fogo no menor tempo possível e de forma eficiente, a fim de evitar que as chamas se espalhem com rapidez.

Esta capacitação durou dois dias. Foram utilizadas diversas técnicas com equipamentos distintos. Essa estrutura possibilitou que as equipes conseguissem reduzir, por exem­plo, nos 12 primeiros dias de operação, 90% dos focos de queimadas no Maranhão.

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