Maré de ressaca

Alerta: ondas acima de dois metros devem ocorrer no Maranhão

Maré de ressaca, que vai acontecer até a próxima quarta-feira, é considerada um perigo para a navegação de pequena embarcação; avanço do sistema de ondas de longo período poderá provocar agitação marítima

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Mar agitado no município de Raposa; ondas avançam no cais  e são perigosas, caso alguém se aproxime
Mar agitado no município de Raposa; ondas avançam no cais e são perigosas, caso alguém se aproxime (maré alta ponta d'areia)

O mar maranhense vai ter ondas de até 2,5 me­­tros de altura, segundo o Centro de Hidrografia da Marinha (CHM). O alerta é válido para o trecho a partir de Macau, no Rio Grande do Norte, até Atins, no Maranhão, entre a noite de ontem, 28, até o período da manhã da próxima quarta-feira, 30. Este fenômeno é denominado de maré de ressaca e, de acordo com a Marinha, considerado um perigo para a navegação de pequena embarcação. Os demais meios de transporte marítimos devem redobrar a atenção, principalmente quanto ao material de salvatagem.

O comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra e Melo, informou que as ondas do mar maranhense são geralmente de um a um metro e meio de altura, mas como está previsto para os próximos dias o avanço do sistema de ondas de longo período, “marulhos”, poderá provocar agitação marítima, proporcionando condições para a ocorrência de maré de ressaca e resultando em ondas acima de dois metros de altura.

O capitão explicou que isso é resultante da ocorrência de vento muito forte durante esse período do ano na costa litorânea nordestina. As embarcações de pequeno porte devem evitar navegar em mar aberto, enquanto, os condutores dos outros tipos de embarcação precisam ter uma atenção redobrada. O material de salvatagem, como coletes, boias e botes, devem estar em ordem, assim co­mo os motores, o casco, bomba de esgoto do porão e os equipamentos de comunicação, para evitar problemas.

Ele também alertou que as pessoas devem evitar tomar banho de mar em áreas que estejam em condições de maré de ressacam, evitar a práticas de esportes no mar e em qualquer irregularidade observada na condução de uma embarcação deve ser comunicada para a Capitania pelo número 0800-098-8432. “A pessoa observando qualquer irregularidade no mar deve entrar em contato com a Capitania”, disse o capitão Dutra.

Ressaca no país
A ocorrência do fenômeno da “res­saca” é comum no litoral brasileiro e caracterizado pelo movimento rápido e violento de ondas nas regiões costeiras. Há o registro da grande elevação do mar e, segun­do a Hidromares, que é a empresa especializada em oceanografia e monitoramento am­biental, existem três processos físicos responsáveis pela formação de ressaca. Uma delas é o empilhamento pelo vento, enquanto, as outras são a onda e a maré.

Ainda segundo a Hidromares, o empilhamento de água na costa do sudeste do país ocorre associado aos ventos de sistemas meteorológicos frontais, conhecidas como frentes frias, com direção de sul a sudeste. Esses ventos com essa direção geram elevação do nível do mar na costa e quanto mais persistentes e intensos os ventos, maior será a elevação.

Já, as ondas na superfície do mar também são geradas pelos ventos e quanto maior a intensidade do vento, maior é a altura da onda gerada. As marés não são geradas pelos ventos. Segundo a Hidromares, elas são formadas a partir da atração gravitacional da lua e do sol sobre a Terra. Possuem ciclos associados à posição desses astros em relação ao planeta. As ressacas mais intensas ocorrem durante marés de sizígia. No momento quando a lua, o sol e a terra estão alinhados, no período da lua nova ou cheia.

Onda grande
No dia 8 de agosto deste ano, a Marinha também constatou esse fenômeno no Maranhão. Neste período ocorreu ventos fortes com velocidade de até 61 quilômetros por horas e as ondas chegaram a 3,5 metros de altura em todo o litoral da Bahia até a capital maranhense.

Quando ha registro de maré alta acaba resultando em problemas na orla. Na praia da Ponta d’Areia, os paredões de pedra e parte do calçadão ficam danificados como ainda a água do mar chega até mesmo a invadir a avenida dos Holandeses.
Também é possível encontrar rastro de destruição nas proximidades do Terminal da Integração da Beira-Mar e alagamentos no Mercado do Peixe e em Raposa. Houve registro que a água do mar chegou a invadir várias ruas dessa cidade, localizadas próximo ao cais.

SAIBA MAIS

No dia 19 de novembro do ano passado, a Marinha também emitiu alerta de ressaca para a faixa do litoral nordestino, entre as cidades de Touros, no Rio Grande do Norte, e São Luís, no Maranhão. A ressaca, com ondas de até 2,5 metros, oriundas das direções Norte/Noroeste.

NÚMEROS

2,5 metros é a altura que podem chegar as ondas no mar maranhense, durante a maré de ressaca
1,5 metro de altura atingem normalmente as ondas no mar do Maranhão

Cuidados durante a ressaca

Pequenas embarcações devem evitar navegar em mar aberto

Manter na embarcação o material de salvatagem

Evitar banho de mar e prática esportivas

Os frequentadores de praias devem seguir as orientações do Corpo de Bombeiros Militar

O banhista não pode entrar no mar para resgatar vítimas de acidente

Números

2,5 metros de altura podem chegar a onda no mar maranhense durante a maré de ressaca

1,5 metro de altura atinge a onda no mar do Maranhão

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