Maranhão registra aumento de 87% em queimadas de julho a agosto
Estado está ocupando o sexto lugar no ranking nacional das queimadas este ano; foram 2.018 focos de incêndio florestal neste mês, no estado; em julho, haviam sido registrados 1.078 focos de queimadas
SÃO LUÍS - O Maranhão, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), está ocupando o sexto lugar no número de queimadas este ano. De julho a agosto, houve um aumento de 87% nos focos de incêndio florestal no território maranhense, passando de 1.078 casos para 2.018, do dia 1º ao dia 22 de cada mês.
Segundo o levantamento do Inpe, com relação aos últimos cinco meses, de junho a agosto, esse aumento nas queimadas no território maranhense foi de 44%, com junho fechando com 749 casos. De maio (139) para junho, o índice finalizou em 439%. De abril (63) para maio, as estatísticas encerraram em 121%. O Instituto publicou que, somente na quinta-feira, 22, ocorreram 10 focos de incêndio florestal no Maranhão, o que representou um número pequeno quando comparado com Mato Grosso, que teve 483 pontos.
De janeiro ao dia 22 deste mês, o Maranhão teve 4.890 focos de queimadas. Em relação ao mesmo período de 2018, que encerrou com 4.098 casos, o aumento foi de 19%, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Neste ano, o Mato Grosso aparece na primeira colocação com 14.640 focos de incêndio florestal. Depois, vem o Pará com 10.258 focos. Na sequência, aparecem o Amazonas com 7.294, Tocantins com 5.963 e Rondônia com 5.849.
Sem focos acumulados
Apesar do aumento de queimadas no Maranhão nos últimos dois meses, o estado está fora da lista que contém os municípios com mais focos acumulados. Desse ranking, segundo o Inpe - que utiliza dados de satélites para o levantamento -, o primeiro lugar ficou com Altamira, no Pará, com 2.268 focos. Seguido de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com 2.250; Porto Velho, em Rondônia, com 2.030; Apuí, no Amazonas, com 1.940; São Félix do Xingu, no Pará, com 1.939; Lábrea, no Amazonas, com 1.574; Novo Progresso, no Pará, com 1.555; Caracaraí, em Roraima, com 1.379; Colniza, no Mato Grosso, com 1.218, e Itaituba, no Pará, com 823.
Ações de identificação
O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) informou, em nota, que, por meio do Batalhão de Bombeiros Ambiental (BBA), atua em ações de identificação, controle e combate aos focos de incêndio florestal. São grupos de pronta intervenção que se deslocam até as áreas de incêndio em vegetação para auxiliar na operação de combate. Quando necessário, os bombeiros também realizam o monitoramento do avanço e extinção do fogo, quando ele se mantém ativo.
A corporação mantém, ainda, as ações dos batalhões em São Luís e em cidade do interior, promovendo campanhas educativas de prevenção a incêndios em vegetação.
Por sua vez, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou que possui parcerias para desenvolver ações de combate às queimadas em todo o Estado com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do Programa Prevfogo, e com o CBMMA, com as brigadas de incêndio.
Além de realizar ações de Educação Ambiental voltadas à prevenção de queimadas, em parceira com as Prefeituras Municipais, realizando palestras e atividades em escolas, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e outros setores.
Brasil lidera na América do Sul
No Brasil, também houve um aumento no número de queimadas em 2019, de acordo com dados do Inpe, embora o presidente da República, Jair Bolsonaro, esteja contestando publicamente esses dados. Os focos de incêndio florestal subiram 85%, entre 1º de janeiro e o dia 22 de agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2018, foram registrados 41.404 focos de queimadas contra 76.720 neste ano. Na América do Sul, o País está à frente de todos os outros nesse aspecto.
Na sequência mais próxima, aparecem Venezuela, com 26.495; Bolívia, com 17.435; Colômbia, com 14.242, e Argentina, com 13.050.
Causas para as queimadas
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além da ação humana, as queimadas também podem ser causadas pelo tempo seco nas regiões. Conforme o órgão, 80% do território nacional fica sem chuva nesta época do ano, o que propicia que o fogo se espalhe na vegetação. O Inpe diz que os efeitos desses incêndios são muitos, como a destruição da fauna e da flora, o empobrecimento do solo e a redução da penetração de água no subsolo.
Regionalmente, as queimadas causam poluição atmosférica e alteram ou destroem o ecossistema, modificam a composição química da atmosfera e até mesmo do clima no planeta.
Queimadas no Maranhão nos últimos cinco anos (de 1º de janeiro a 22 de agosto de cada ano)
2019 – 4.890
2018 – 4.098
2017 – 4.562
2016 – 6.506
2015 – 7.881
Queimadas no Maranhão nos últimos cinco meses (de 1º de janeiro ao dia 22 de cada mês)
Agosto – 2.018
Julho – 1.078
Junho – 749
Maio - 139
Abril - 63
Saiba Mais
- Ilha teve 338 casos de incêndios em vegetação este ano
- Focos de incêndio no estado diminuem 55% em relação a mesmo período em 2020
- Focos de queimadas aumentaram 78% em 15 dias no Maranhão
- Maranhão teve quase mil focos de queimadas este ano, aponta Sema
- Cresce o número de queimadas próximas à rede elétrica no Maranhão
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