Veto

Aliados do Governo barram título a Allan Garcês na Assembleia

Projeto de Decreto Legislativo concedia ao médico, diretor Executivo do Departamento de Articulação Interfederativa do Ministério da Saúde, o título de cidadão maranhense

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
(Allan Garces)

A base do governador Flávio Dino (PCdoB) rejeitou, na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa, um Projeto de Decreto Legislativo de autoria da deputada estadual Helena Duailibe (SD), que concedia ao médico Allan Garcês o título de cidadão maranhense. A matéria havia sido apresentada originalmente na legislatura passada pelo então deputado estadual Edilázio Júnior (PSD), hoje com mandato na Câmara Federal.

Diretor executivo do Departamento de Articulação Interfederativa do Ministério da Saúde, Garcês atuou durante a eleição 2018 como um dos principais articuladores políticos da campanha do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), no Maranhão.

Ele era um dos articuladores do movimento “Vem Pra Rua” no ano passado, que atuava nas redes sociais e na organização de carreatas em São Luís.

Paraense e radicado no Maranhão, ele disputou a eleição para deputado federal e obteve 20.228 votos (0,62% dos votos), e não conseguiu se eleger. Foi funcionário da Secretaria de Estado da Saúde, mas acabou demitido na gestão Flávio Dino.

Pré-candidato a prefeito de São Luís na sucessão a Edivaldo Holanda Júnior, para o pleito de 2020, ele também integrou a equipe de transição de Jair Bolsonaro no ano passado, com atuação voltada para a área da Saúde.

E foi justamente em decorrência de sua atuação política alinhada ao presidente Bolsonaro, que Garcês teve rejeitado no Legislativo o título de cidadão maranhense.

Divergência

Flávio Dino tem alimentado divergências com o presidente da República e tentado se inserir num debate nacional, com foco nas eleições de 2022.

O objetivo do comunista é consolidar-se como uma opção da esquerda – com eventual apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, e disputar o pleito daqui a 3 anos contra o atual presidente, que na ocasião poderá disputar a reeleição.

Há duas semanas Flávio Dino repudiou uma declaração do presidente que fazia referência a governadores do Nordeste e concedeu entrevistas a veículos nacionais para tratar do tema.

Ele também repudiou uma declaração de Bolsonaro sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz na década de 1970, pai do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz e se solidarizou à família do advogado.

Em entrevista na ocasião de uma reunião do Consórcio Nordeste, realizada na Bahia, Dino mais uma vez confrontou o presidente.

"O terrível assassinato do pai de uma pessoa não deve servir de arma para politicagem. Quando o infrator da regra civilizacional básica é o presidente da República, mais grave é o fato. Nunca no Brasil se viu coisa igual. Minha solidariedade ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz", disse.

Bolsonaro, por sua vez, rechaçou ter infringido regra civilizacional e disse que apenas afirmou o que chegou ao seu conhecimento, na ocasião em que serviu o país no Exército Brasileiro, sobre o paradeiro de Santa Cruz.

Flávio Dino oferece medalha a presidente nacional da OAB

Ao contrário do veto estabelecido pela base governista à homenagem proposta ao médico Allan Garcês, aliado do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), será aprovada na Assembleia Legislativa a medalha da Ordem dos Timbiras, mais alta condecoração do estado, ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

A comenda foi oferecida pelo próprio governador Flávio Dino (PCdoB), publicada em Diário Oficial, logo após a polêmica entre Santa Cruz e o presidente Bolsonaro.

“Vamos homenagear em setembro o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, que visitará o Maranhão. A OAB e seu atual presidente nacional têm importante papel em defesa do Estado Democrático de Direito e da Federação”, anunciou Flávio Dino em seu perfil, em rede social.

A homenagem a Santa Cruz, de cunho estritamente político, tem como principal objetivo atrair a atenção da mídia nacional e ao mesmo tempo desgastar a imagem do presidente da República. Dino aposta na manutenção do embate com o chefe de Estado para alcançar a consolidação para a disputa do pleito de 2022.

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