SÃO LUÍS- Bonito, simpático e inteligente. Essas eram algumas das características do serial killer Ted Bundy, cuja prisão, julgamento e execução tornou-se um espetáculo midiático nos anos 1970, nos Estados Unidos. A história, que já foi tema de série documental, agora ganha as telas de cinema na ficção “Extremely wicked, shockingly evil and vile".

O título em inglês foi uma frase proferida pelo juiz ao comentar que os crimes do acusado foram “extremamente perversos, chocantemente malignos e vis”. No Brasil, o nome escolhido foi “Ted Bundy – A Iressístivel Face do Mal”, o que acaba sendo mais apropriado para o roteiro escolhido para a obra, tendo em vista que os crimes ficam em segundo plano e a trama é focada na relação de Bundy (Zac Efron) com a namorada Lyz (Lily Collins) e com a esposa Carole Ann (Kaya Scodelario), cuja aproximação ocorreu após as acusações e o casamento ocorreu no julgamento dele.

Executado na cadeira elétrica em 1989, Ted Bundy foi preso em 1978, acusado de cometer pelo menos 30 assassinatos de jovens mulheres (estima-se que o número de vítimas é ainda bem maior). De forma brutal, ele capturava jovens, estuprava por dias, espancava, mutilava e decapitava suas vítimas. Apesar da selvageria, era tido como um cara gentil, bem-humorado e um promissor estudante de Direito, além de uma relação saudável com a namorada Liz, uma jovem tímida e mãe solteira que viveu vários anos ao lado de Bundy, sem desconfiar dos seus hábitos, digamos assim, peculiares.

Talvez por isso, Liz é escolhida pelo diretor Joe Berlinger para assumir o papel de espectador dessa história.

Sem focar nos crimes, a trama se desenrola mostrando a relação dos dois até a sua prisão. As fugas e o discurso veemente sobre sua inocência são bem explorados na obra, no entanto, suas vítimas não aparecem, os crimes são relatados no tribunal e talvez essa seja o grande trunfo da obra. Ao invés de explorar o trágico, o diretor se detém no aspecto mais perverso da personalidade de Bundy, a de ter construído uma camuflagem quase perfeita, que dividiu a opinião pública na época. Com fãs e muitas admiradoras, o criminoso tornou-se uma celebridade e a mídia transformou o seu julgamento em um espetáculo televisionado, o que era algo perfeito a Bundy. Ele contracenava no tribunal, tanto que dispensou os advogados e fez sua própria defesa.

Destaques

Zac Efron brilha no papel principal. As semelhanças físicas contribuem para a representação de Bundy, mas ele vai além, colocando em sua atuação, uma série de nuances da personalidade do criminoso. Embora bem-humorado, gentil, há traços de uma frieza, uma crueldade que, embora não sejam tão evidentes, estão lá e atormentam Liz, que, mesmo tendo indícios recusa-se a acreditar que aquele homem tão carinhoso com ela e sua filha era capaz de ser tão cruel.

Outro nome que merece ser mencionado no elenco é John Malcovich (sendo o incrível de sempre), no papel do juiz.

O diretor que também foi responsável pela série “Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy” e tem uma pegada documental, intercala momentos reais com a ficção. No final, apresenta alguns momentos marcantes que inspiraram as cenas do filme.

Buscando o aspecto humanizado, o filme mostra outra faceta de um serial killer, que, apesar de morto há 30 anos, tem sua história ainda considerada instigante para o público e consegue manter o equilíbrio de mostrar uma história aterrorizante sem apelar para cenas sangrentas.

Serviço

O quê: “Ted Bundy – A Irresistível face do mal”

Quando: Em cartaz nos cinemas

Onde: CINEPOLIS (São Luís Shopping). Sala 2. Sessões (leg). 16h10 e 21h40. No UCI KINOPLEX (Shopping da Ilha). Sala 7. Sessões (leg). 19h15 e 22h.

Classificação indicativa: 16 anos

Confira trailer do filme

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.