Saneamento

Maranhão tem números negativos no ranking de saneamento básico 2019

Levantamento divulgado pelo Instituto Trata mostrou que houve redução do abastecimento de água em São Luís; na capital o serviço é realizado pela Caema

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Presidente da Caema, Carlos Rogério Araújo, admitiu, na Assembleia Legislativa, problemas na empresa
Presidente da Caema, Carlos Rogério Araújo, admitiu, na Assembleia Legislativa, problemas na empresa (Carlos rogério Caema)

O estado do Maranhão protagonizou de forma negativa levantamento do Instituto Trata, divulgado ontem e alvo de reportagem do Bom Dia Brasil, telejornal da Rede Globo. O documento, um Ranking de Saneamento Básico 2019, aponta São Luís com retrocesso no serviço nos últimos anos.
Na capital, tanto o abastecimento de água, quanto a coleta e tratamento do esgoto e os investimentos no setor são realizados pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), empresa de economia mista vinculada ao Executivo Estadual. O presidente da Caema, Carlos Rogério dos Santos Araújo, foi nomeado para o cargo pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e está diretamente subordinado ao chefe do Executivo.
No ranking divulgado ontem pelo Instituto Trata, São Luís ficou na 83ª colocação no quadro que analisou as 100 maiores cidades do país. A capital maranhense também está na lista das cidades que apresentaram redução do abastecimento de água no país num período de 6 anos.
Além de São Luís, reduziram o abastecimento as cidades de Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador. Do lado oposto, e portanto, positivo, as cidades que apresentaram evolução na oferta do abastecimento de água entre os anos de 2011 e 2017 foram: Rio de Janeiro, Palmas, Manaus e Rio Branco.
Na avaliação nacional, o Estado – por meio do serviço efetuado pela Caema - apresentou baixo desempenho para São Luís nos quesitos: indicador de atendimento urbano de água; indicador de atendimento total de esgoto; indicador de atendimento urbano de esgoto; indicador de esgoto tratado por água consumida; indicador de novas ligações de água/ ligações faltantes [0,00]; indicador de novas ligações de esgoto/ ligações faltantes [0,00] e nota de evolução nas perdas de distribuição [nota 0,00].
No ranking, São Luís também aparece com desempenho baixo no quesito nota de evolução das perdas de faturamento [nota 0,00].
A O Estado o governo estadual afirmou, ao contrário do que diz a pesquisa, que há investimentos em saneamento. “A Caema informa que, através do Programa Mais Saneamento, o Governo do Estado tem investido fortemente em saneamento básico, totalizando R$170 milhões já investidos até 2018. Ao todo, R$320 milhões serão investidos até 2020 para melhorar a cobertura do serviço de esgotamento sanitário e tratamento de esgoto no estado.

Saiba Mais

Pesquisa sobre saneamento

O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Atua desde 2007 e trabalha para que o cidadão seja informado sobre a universalização do serviço mais básico e essencial para qualquer nação: o saneamento básico.

Senado aprovou o Marco Legal do Saneamento Básico

No início do mês de junho deste ano, o Plenário do Senado da República aprovou um conjunto de regras para o saneamento básico do Brasil. O marco regulatório foi apresentado no PL 3.261/2019, apresentado por Tasso Jereissati (PSDB-CE) e que teve como relator o senador maranhense Roberto Rocha (PSDB-MA).
A peça foi aprovada por unanimidade, com votação simbólica, e automaticamente abriu caminho para a exploração privada dos serviços de saneamento no país. Cabe agora à Agência Nacional de Águas (ANA) estabelecer normas de referência para o setor. As regras devem “estimular a livre concorrência, a competitividade, a eficiência e a sustentabilidade econômica na prestação dos serviços”, além de “buscar a universalização e a modicidade tarifária”.
Na ocasião da apreciação da matéria, Roberto Rocha destacou a importância da articulação do Senado pela aprovação da peça, que deve beneficiar diretamente o cidadão brasileiro, com a oferta de saneamento básico.
“Atualmente tem 6% dos municípios brasileiros já administrados por empresas privadas. Desses, 70% é de municípios com menos de 20 mil habitantes, é forçoso reconhecer. E essa proposta aponta para uma solução que pode, combinada com o Executivo, buscar recursos de fundos constitucionais para ajudar as companhias estaduais. O projeto prevê licitação em bloco para vários municípios, de tal modo que aquilo que não tem atrativo econômico passa a ter, na medida em que tem uma economia de escala”, justificou na ocasião.

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