São Luís - A falta de tratamento de esgoto é uma realidade em quase todas as capitais brasileiras e o Maranhão está nesta lista. Segundo dados do Painel Saneamento Brasil, referentes a 2019, 86,9% da população maranhense não dispõe de coleta de esgoto, o que representa um total de 5.373.848.
O painel é uma iniciativa do Instituto Trata Brasil (ITB) e nasceu com o intuito de levar mais informações aos brasileiros para que tenham acesso à situação do saneamento nas cidades onde moram e verifiquem se possuem o atendimento apropriado em relação a este serviço.
De acordo com os dados do Saneamento Brasil, o índice de esgoto tratado no estado, relativo à água consumida, é de apenas 14,2%. O painel mostra, também, que 44,6% da população não têm acesso à água tratada, ou seja, 2.760.568 pessoas.
De acordo com o estudo, foram contabilizadas 38.237 internações por doenças de veiculação hídrica. Já os óbitos por doenças de veiculação hídrica chegaram a 107. A renda média de pessoas com saneamento é de R$ 3.181,89 por mês e a das pessoas sem saneamento é de R$ 460,17 mensais, conforme o estudo.
O painel também traz dados sobre a região Nordeste, onde 26,1% da população não tem acesso à água tratada e 71,7% não dispõe de coleta de esgoto. O esgoto não tratado corresponde a 1.211.340,40 metros cúbicos. O Índice de esgoto tratado referido à água consumida chega a 33,7%.
Na capital, o problema do esgoto se arrasta por vários anos em diversos bairros. Que o diga Ana Lúcia dos Santos, moradora da Avenida Argentina, no Turu. “Aqui sempre foi assim e o poder público nunca resolveu esse problema do esgoto, há ‘5 anos, ou seja, o tempo que moro aqui. Os próprios moradores fazem um paliativo, de vez em quando. O mau cheiro é grande e nos prejudica bastante”, disse ela, referindo-se a um esgoto próximo a sua residência.
O Trata Brasil é uma organização da sociedade civil de interesse público que surgiu em 2017 com foco nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Se tornou uma fonte de informação ao cidadão para que reivindique a universalização deste serviço mais básico e essencial para qualquer nação.
O ITB produz estudos, pesquisas e projetos sociais visando conscientizar o cidadão comum do problema e, ao mesmo tempo, pressionar pela solução nos três níveis de governo. A proposta é que todos conheçam a realidade do acesso à água tratada, coleta e tratamento dos esgotos e busquem avanços mais rápidos.
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