SÃO LUÍS – O início do verão no Maranhão deve tornar mais grave um problema que já é constante no estado: as queimadas. Mesmo durante as fortes chuvas que atingiram boa parte do estado nos cinco primeiros meses de 2019, incêndios florestais foram registrados com certa constância, tornando o Maranhão o 4º estado em maior número de focos neste ano.
Com base em um boletim divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o dia 14 de julho, 2.083 focos de incêndio foram registrados em solo maranhense. Em primeiro lugar está o Mato Grosso, com 7.450 queimadas registradas; em segundo está Roraima, com 4.603; e na terceira posição está o estado do Tocantins, com 3,153 incêndios registrados.
Com o período mais seco do ano se aproximando, as queimadas devem se intensificar, principalmente no sul do maranhão. Os dados são alarmantes, se comparados aos índices dos dois últimos anos. Em 2018, foram contabilizados 1.571 queimadas e incêndios no mesmo período do tempo, número 20% menor do que em 2019.
Os focos são constatados, em sua maioria, na região do cerrado maranhense, que ocupa a maior parte do território do estado. Para se ter uma ideia de como a incidência de queimadas no estado está cada vez maior, nas últimas 48 horas foram identificados 61 focos pelo Maranhão, sobretudo no centro-sul.
Em nota para O Estado, o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) informou que as ocorrências de focos de incêndio estão intimamente ligadas às condições favoráveis para a incidência do fogo, a exemplo do clima seco, presença de ventos e altas temperaturas.
O monitoramento de queimadas e incêndios florestais em imagens de satélites é particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos e locais de acompanhamento, condição que representa a situação geral do país.
No Brasil
Comparado aos países da América do Sul, o Brasil é o 1º país que mais queimou em 2019. Foram 29.369 incêndios contabilizados entre 1º e janeiro e 14 de julho. No Brasil, assim como na América do Sul, a quase totalidade das queimadas é causada pelo homem, por razões variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões, disputas fundiárias, protestos sociais, e etc.
Com mais de 300.000 queimadas e nuvens de fumaça cobrindo milhões de km² detectadas anualmente através de satélites, o país ocupa o 5º lugar entre os países poluidores, e também devastando anualmente em média cerca de 15 mil km²/ano de florestas naturais.
Nos últimos anos, 2004 foi o que apresentou maior número de queimadas, observando-se redução progressiva em 2005 e 2006. Este último foi marcado pela redução do número de detecções feitas com satélites, principalmente devido à diminuição do desmatamento na Amazônia.
Vegetação
A Amazônia tem sido o bioma mais destruído por conta das queimadas registradas em 2019. Cerca de 11.700 incêndios destruíram áreas pertencentes a floresta. Logo atrás vem o Cerrado, com 11.190 registros. A Mata Atlântica e o Pantanal também sem sofrido por conta da destruição do fogo, com 4.089 e 1.130 queimadas.
É importante ressaltar que as queimadas destroem a fauna e flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional, causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas.
Do ponto de vista global, as queimadas são associadas a modificações da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta; neste último contexto, as maiores contribuições do Brasil provêm das queimadas. É importante lembrar que as queimadas são parte integrante e necessária de alguns ecossistemas onde ocorrem naturalmente devido a raios, como no cerrado, mas apenas umas duas vezes por década nas estações de transição, e não tão frequentemente e no período de estiagem, como se constata.
10 estados que mais registraram queimadas em 2019
Mato Grosso – 7.450
Roraima – 4.603
Tocantins – 3.153
Maranhão – 2.083
Mato Grosso do Sul – 1.842
Bahia – 1.748
Minas Gerais – 1.298
Pará – 1.073
Goiás – 968
Paraná – 787
10 países da América do Sul que mais registraram queimadas em 2019
Brasil – 29.369
Venezuela – 25.870
Colômbia – 13.220
Argentina – 5.421
Paraguai – 5.412
Bolívia – 4.008
Chile – 2.845
Peru – 1.256
Guyana – 880
Equador – 167
Uruguai – 162
Saiba Mais
- Ilha teve 338 casos de incêndios em vegetação este ano
- Focos de incêndio no estado diminuem 55% em relação a mesmo período em 2020
- Focos de queimadas aumentaram 78% em 15 dias no Maranhão
- Maranhão teve quase mil focos de queimadas este ano, aponta Sema
- Cresce o número de queimadas próximas à rede elétrica no Maranhão
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