Falta d''água

Após pressão da oposição, presidente da Caema será ouvido na Assembleia

Carlos Rogério terá que dar explicações sobre recente crise hídrica em São Luís, provocada por mais um rompimento; audiência acontecerá em 3 comissões

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Presidente da Caema, Carlos Rogério, irá à Assembleia hoje para audiência com membros de 3 comissões
Presidente da Caema, Carlos Rogério, irá à Assembleia hoje para audiência com membros de 3 comissões (Carlos Rogério)

Gilberto Léda
Da editoria de Política

A Assembleia Legislativa do Maranhão recebe ho­je, em audiência para tratar da recente crise de falta d'água em São Luís, o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Carlos Rogério.
A agenda é uma reunião conjunta das comissões de Saúde, de Assuntos Municipais e de Obras e Serviços Públicos da Casa, e só foi possível depois de um movimento da oposição, em plenário, que tentou forçar a convocação do titular da pasta, na semana passada.
Para barrar a convocação - o que será considerada uma derrota para a base aliada ao Palácio dos Leões no Legislativo -, governistas, capitaneados pelo deputado Yglésio Moises (PDT), então articularam uma reunião em forma de audiência para garantir que Carlos Rogério preste os devidos esclarecimen­tos. O encontro está marcado para as 8h, na Sala das Comissões.

Requerimento
A convocação da audiência ocorreu na semana passada, em meio a um acalorado debate entre governo e oposição na Assembleia, depois de a base aliada ao Palácio rejeitar requerimento de autoria do deputado estadual Adriano Sarney (PV) e barrar a convocação do presidente da Caema.
O pedido do parlamentar do PV havia sido feito depois de a capital maranhense passar quatro dias sem abastecimento d'água, por conta de mais um rompimento da adutora do Italuís na BR-135.
Na ocasião, dos 25 deputados presentes em plenário, apenas cin­co votaram pela convocação do ges­tor. Os demais blindaram o aliado governista.
Além de Adriano, os deputados César Pires (PV) e Wellington do Curso (PSDB) manifestaram-se na tribuna contra a decisão da maioria. Arnaldo Melo (MDB) e Neto Evangelista (DEM) também votaram a favor do requerimento, mas acabaram derrotados.
Ao encaminhar pela rejeição do pedido, o deputado Yglésio Moyses disse que tratava-se de um “espetáculo” a tentativa de levar Carlos Rogério a prestar esclarecimentos em plenário. Foi quando o pedetista anunciou que Carlos Rogério seria ouvido em audiência, sem necessidade de convocação.
Mesmo assim, Adriano Sarney protestou. “Nosso pedido foi muito simples: prestar informação. A população não sabe se a nova Italuís está funcionando, se a velha está quebrada, o que ocorreu… Tem bairro que está há 20 com falta d’água”, declarou.
Na sequência, ele acabou conseguindo, via Mesa Diretora, a apro­vação de um segundo requerimento, com pedido de informações da Caema sobre a situação.

Obrigação
Para o deputado César Pires, o governo estadual tem a obrigação de explicar a suspensão de um serviço essencial para a população.
“No Congresso Nacional, a todo tempo, ministros são convocados e vão prestar esclarecimentos aos parlamentares. Não há, portanto, nenhuma justificativa para negar a nós, deputados de oposição, o direito de cobrar explicações ao dirigente da Caema sobre a constante falta d’água que tanto prejudica milhares de pessoas na capital do Maranhão”, enfatizou César Pires, ao defender a convocação do presidente da estatal.
Na opinião do parlamentar, "é inadmissível" a recorrente orientação dada à base governista para barrar toda convocação de gestores estaduais, já que fiscalizar os atos do Executivo é também prerrogativa dos deputados.
“A direção da Caema deveria vir a pública dar explicações à população, e não se negar. E nós parlamentares não podemos fugir da nossa obrigação de representar e cobrar os direitos daqueles que nos elegeram”, concluiu ele.

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