Distorções
A longevidade costuma gerar uma lucidez tão intensa que parece ilusão.
Tenho plena certeza, e posso estar enganado, que as pessoas pararam de se comportar como plateia a partir do teatro de agressão dos anos 1960.
Hoje, os shows não são mais de estrelas para fãs, mas de uma comemoração entre celebridades em qualquer lugar do espetáculo.

Distorções 2
Vemos distorções por todo lado, como no aprendizado. Ninguém mais aprende, pois só tem a ensinar.
Há um arsenal poderoso para que uma argumentação seja demolida sem dó.
Um exemplo é virar contra o interlocutor suas próprias provas. Outro é não escutar nada do que ele fala.
E mais um é insistir pelos séculos afora na mesma tecla que contraria o que foi dito.

Distorções 3
A cultura da autoajuda contempla seus aprendizes com muitos instrumentos para viabilizar essa insânia.
Hoje qualquer grande pensador está sujeito a ser reduzido a pó pelos diluidores de conceitos por meio de frases pífias que posam de verdades absolutas, já que ostentam no final o nome de seus falsos autores.
Einstein, Quintana, Ghandi ou Schopenhauer, além do massacre de tudo o que Jesus disse, pontuam as mídias sociais como uma avalanche bem armada
de absurdos.

Distorções 4
Avesso aos livros, seus arautos fazem parte daquela plateia que virou palco e que gosta de negar todas as evidências da sabedoria clássica em favor de tiradas espertas.
Mas isso é ser irascível e chato, costumam dizer. Pois se há um consenso sobre as pessoas, esse é o perfil de cada idade.
Quem cruzou a curva da Boa Esperança é tratado aos pontapés de várias formas.
Ou pela falsa admiração (aquela que aguarda um tropeço para cair em cima), ou pelo tratamento póstumo, que é a morte em vida.

Distorções 5
Virar verbo do passado enquanto se está na ativa é também uma forma de manter as distorções, já que a longevidade alerta para as barbaridades que se cometem com as palavras.
O que mais incomoda é saber que o esforço de uma vida não valeu nada e os lugares comuns voltaram com força.
Não adiantaram décadas de deboche contra as falsidades da língua ou dos pensamentos toscos e ultrapassados. Eles imperam, beneficiados pela multiplicação das vozes.
Começo a entender a história da torre de Babel, sem querer entrar no esquema da antiguidade impaciente.

Livro do Prof. Aldy Mello
Em concorrida solenidade que contou com a participação de vários membros da AMLJ - Academia Maranhense de Letras Jurídicas, o ex_Reitor da UFMA e do Ceuma Aldy Mello de Araújo apresentou no Auditório do CECGP o livro “Homens e Gênios”, uma abordagem sociopolítica das trajetórias de Antonio Vieira e Rui Barbosa. A saudação e análise da obra ficou por conta do Presidente da AMLJ João Batista Ericeira. Entre os presentes na noite de autógrafos, o jurista Alberto Tavares.

TRIVIAL VARIADO

No show que fez no Arraial do Monte Castelo, a cantora Alcione fez uma revelação: virá a São Luís em outubro cantar nas bodas de ouro de Rosimar (foi sua colega de turma na Escola Normal) e José Carlos Salgueiro.

Quem andou dando um tremendo susto na família e nos amigos no fim de semana foi a ex-governadora Roseana Sarney. Na ilha de Curupu, onde passava o fim de semana, teve uma queda de pressão arterial preocupante. Mas graças a Deus não passou de um susto.

Bianca Klamt desembarca esta semana em São Luís, mais solteira do que nunca. Não demorou muito o seu romance com Bruno Diniz. Livre, lépida e fagueira a top model vai circular
pelos arraiais da Ilha.

O pedido do ex-presidente Lula da Silva para anular sua condenação no caso do triplex de Guarujá já está na pauta do STF (Supremo Tribunal Federal) pata ser julgado nesta terça-feira, passando na frente de milhares de processos protocolados anteriormente, e que aguardam julgamento.

Tem mais: sobre esse caso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ontem ao STF parecer contrário ao pedido do
ex-presidente Lula para anular sua condenação.

Preocupados em não prolongar o desgaste gerado pelo debate, os deputados federais poderão votar em plenário a Reforma da Previdência ainda antes do recesso de julho. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia já sinalizou que um acordo poderá levar a proposta ao
plenário dia 18 de julho.

A judicialização da saúde, provocada por pessoas que buscam na Justiça fugir da fila por um tratamento urgente, tornou-se um pesadelo nos orçamentos dos municípios. É cada vez maior o número de ações da saúde em andamento.

A propósito: um estudo do Conselho Nacional de Justiça aponta que no período de 2008 a 2017, a judicialização da saúde no Brasil cresceu 130%. O Ministério da Saúde aplicou apenas em um ano, R$ 1,6 bilhão para atender a pacientes que buscaram apoio no judiciário.

Mudam de idade no Dia de São João: Teresa Martins, que ontem festejou a data no Rio Poty Hotel, Rose Medeiros, que está na Europa, e Nazi Holanda
de Alencar

DE RELANCE

Defesa e perigo
É verdade que milhões de admiradores de Sérgio Moro se espalham pelo Brasil. Motivos não faltam. O ex-juiz da Lava-Jato devolveu ao país a sensação de que o crime não compensa ao exercer papel decisivo no combate ao maior esquema de corrupção da nossa história. Mas isso não o alça à condição de divindade. O vazamento das suas conversas com integrantes do Ministério Público expõe bem mais do que eventuais deslizes individuais: desnuda o calcanhar de aquiles da democracia, traduzido na incapacidade de combater quem se aproveita dela para agir nas sombras.

Defesa e perigo 2
Nem sempre foi assim. Quando os governos do povo, pelo povo e para o povo surgiram, as relações eram bem mais simples, os tempos mais demorados e as expectativas mais baixas. Por isso, é preciso ter cuidado. O argumento de que a colaboração ilegal e antiética entre a acusação e o magistrado era a única forma de mandar corruptos para a cadeia é, por si, o reconhecimento da falência do sistema.

Defesa e perigo 3
Se o festejado Estado democrático de direito não consegue, por caminhos retos, combater seus inimigos, abre-se um precedente perigoso. É um atestado de incompetência, chancelado justamente pelos agentes que deveriam ser os primeiros a pensar e agir dentro dos parâmetros delimitados pelas leis. Assim começam os estados de exceção e as ditaduras: é preciso eliminar o mal. Se não há remédios, alguém se vê compelido a inventá-los, mesmo que se transformem em veneno.

Defesa e perigo 4
Nossas concepções sobre liberdade, de fato, podem ter se tornado ineficientes para garantir a saúde dos mecanismos que disciplinam a convivência social. O impacto da tecnologia é o mais novo e ingrediente desse arranjo. Não é coincidência que o debate sobre o colapso da democracia ganha espaço a cada dia. Por si só, o fenômeno não é bom nem mau. A humanidade evolui e, quando encontra as respostas, geralmente, as perguntas mudam. Tudo depende do que virá depois. E de como virá. Que seja logo, porque o vácuo, em geral, não é ocupado pelos melhores, mas sim pelos mais rápidos.

Novos Hábitos
Assíduo usuário do WhatsApp, o vice-presidente Hamilton Mourão tem deixado o aplicativo de lado. Em pelo menos três dias recentes, a coluna notou que ele ficou longos períodos sem utilizar o serviço. Em alguns momentos, foram mais de 15 horas ausente. Em tempos de vazamentos de mensagens, o general pode ter optado pelos celulares criptografados da Abin, que não contam com WhatsApp.

Estratégia errada
O governo teria a chance de aprovar o decreto de armas no Senado se tivesse feito ajustes propostos pelos próprios aliados. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou emenda para suprimir alguns pontos, mas voltou atrás após receber orientação do Planalto de que não era necessário aceitar modificações porque o decreto iria passar. Não passou. Agora, vai ter de desidratar o texto na Câmara para tentar reverter o estrago.

Mundo moderno
Hoje em dia, ter um bicho de estimação é mais comum do que se possa imaginar. Os cachorros são os preferidos, e fazem parte de muitos lares. E, em função disso,
uma lacuna a ser preenchida diz respeito a restaurantes, bares e outros locais onde os proprietários possam
usufruir acompanhados de seus fiéis companheiros. Não basta lotar a cidade com pet shops, e, na Ilha, nenhum supermercado reserva gaiolinhas específicas para que os cães aguardem seus donos.

Falta Estado
É inadmissível que o poder coercitivo dos Estados não controlem um presídio de segurança máxima com bloqueadores de celular. Empresas privadas conseguem monitorar os lares dos cidadãos honestos ao rastrear novos “pontos de TV a cabo”. Mas as teles não conseguem bloquear o sinal dos celulares, que, dos presídios, interagem com o mundo exterior, no comando do crime.

O brilho de Alcione
Poucas vezes se viu em São Luís uma ovação tão estridente a um artista maranhense como a que foi tributada sexta-feira para a cantora Alcione no Arraial que Juninho Luang promoveu no Viva Monte Castelo. Em troca por tanto carinho de seus conterrâneos, Alcione nos brindou com um show espetucalar, interpretando os seus mais e mais aplaudidos sucessos. Grande noite! Show inesquecível.

Para escrever na pedra:
“Todos os seres vivos tremem diante da violência. Todos temem a morte, todos amam a vida. Projete você mesmo em todas as criaturas. Então, a quem você poderá ferir? Que mal você poderá fazer?.” Lição de Buda.

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