Julgamento

PM do Maranhão que matou colega no Piauí pode ir a júri este ano

A informação é do MP piuiense que acredita que o réu será submetido a júri popular no início do segundo semestre; vítima foi assassinada na frente do filho

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Francisco Ribeiro dos Santos Filho quando de sua prisão após o crime
Francisco Ribeiro dos Santos Filho quando de sua prisão após o crime (Francisco)

SÃO LUÍS - O Ministério Público do Piauí (MP-PI) informou, ontem, que o soldado da Polícia Militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho, pode ser submetido ao Júri Popular até o início do segundo semestre deste ano. O policial maranhense responde pelo assassinato a tiros o cabo da Polícia Militar do Piauí, Samuel de Sousa Borges, no dia 1º de fevereiro de 2019. O crime ocorreu na frente do filho da vítima, nas proximidades de uma escola na zona leste de Teresina.

Segundo o promotor de Justiça do Piauí, Ubiraci Rocha, o pedido feito pela defesa do militar maranhense, pra que fosse desgravado o conteúdo do celular da vítima, durante a audiência de instrução que ocorreu no mês passado que tem caráter protelatório. Devido a isso, a ida do réu ao Júri Popular poderá ocorrer no início do segundo semestre deste ano.

A defesa de Francisco Filho solicitou que as imagens gravadas no celular de Samuel de Sousa Borges fossem submetidas a uma nova perícia. Ele alegou que esse material teria sido editado e em seguida entregue para a polícia investigativa. Foi solicitado, também, a transcrição literal do conteúdo de conversas e a filmagem, que ocorreram entre a vítima e o acusado.

“O Ministério Público entende de outra forma, que o pedido é um procedimento protelatório que vai fazer com que tenhamos um deslinde dessa causa com mais tempo”, disse Ubiraci Rocha.

Caso

O crime foi investigado pela Delegacia de Homicídio do Piauí e o delegado Francisco Beretta, informou que várias testemunhas foram ouvidas e uma delas foi o próprio filho da vítima, que presenciou o crime. Ele disse que o policial do Maranhão insultou o seu pai com xingamentos nas proximidades da escola.

O soldado do Maranhão, segundo relato da testemunha, teria questionado o colega piauiense por tê-lo abordado e perguntado se estava desarmado. Francisco Ribeiro, então, levantou a camisa mostrando as duas armas. Ainda de acordo com o depoimento, Samuel Borges teria tirado um celular do bolso para filmar a situação, alegando que o policial maranhense estava cometendo um crime já que não explicou a origem do revólver calibre 38 e que o denunciaria na Corregedoria da Polícia Militar.

Francisco Ribeiro teria dito, então, "se você fizer isso eu mato você". O policial piauiense não acreditou e virou de costas. Nesse momento o PM maranhense empunhou uma das armas e disparou três vezes, atingindo a vítima.

Samuel Borges morreu no local e o acusado foi preso em flagrante pelo delegado Willame Morais, que tinha ido deixar o filho em uma escola da região. Ele foi apresentado na Central de Flagrantes da capital piauiense onde foi autuado e em seguida, levado para a unidade prisional onde está custodiado à disposição da Justiça.

No momento da abordagem foram apreendidos uma pistola ponto 40, de uso da polícia, e um revólver calibre 38 de propriedade desconhecida. A polícia também informou que o militar do Maranhão pode ter participado de mais dois assassinatos ocorridos no ano passado na capital piauiense.

Tristeza

A esposa de Samuel Borges foi a primeira a chegar ao local. A mãe dele soube da morte assim que chegou teve que ser amparada pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em desespero, ela pedia o filho de volta.

Testemunhas disseram para a polícia que o filho do policial piauiense ainda pediu para que não atirassem no pai. A criança ficou em estado de choque e foi socorrida por funcionários de uma escola. A vítima trabalhou na vice-governadoria do Estado do Piauí e na data do crime estava lotada na Cavalaria da PM.

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