Editorial

Explosão e audácia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

O ataque explosivo à agência do Banco do Brasil do Calhau, na Avenida dos Holandeses, perpetrado por três homens desconhecidos, na madrugada da última segunda-feira (3), foi a quinta ação criminosa do gênero registrada em São Luís este ano. Ao dinamitar o prédio da instituição financeira, localizado a poucos quilômetros do quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão, a bandidagem deu mais uma demonstração de audácia e escancarou, novamente, a incipiência do sistema de segurança pública em situações em que o policiamento preventivo pode fazer a diferença.

No ataque com explosivos à agência do BB do Calhau, os criminosos destruíram toda a parte frontal do prédio. Os alvos foram os terminais de autoatendimento (caixas eletrônicos). Apesar dos estragos causados ao imóvel, nenhuma quantia foi levada, pois o cofre que guardava o dinheiro no equipamento atingido não foi violado com a detonação. Mas, independente do sucesso, ou não, da investida, o que restou, para a sociedade em geral, foi um saldo extremamente negativo, já que os autores, em nenhum momento, foram neutralizados, muito menos identificados e presos.

As quatro ocorrências anteriores, registradas em janeiro, fevereiro e março, tiveram como alvos os terminais de autoatendimento da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), na Avenida dos Holandeses, no Calhau (mais perto ainda do Comando Geral da PM do que a última agência atacada); e os caixas eletrônicos das agências do BB dos bairros Alemanha, na Avenida dos Franceses; da Caixa Econômica Federal, na Avenida Getúlio Vargas, Monte Castelo (próximo ao Canto da Fabril); e Anil, na Avenida Santos Dumont.

O que chama atenção e, ao mesmo tempo, amedronta é a frequência com que esse tipo de crime tem acontecido na capital maranhense. Após sucessivas ocorrências, a polícia já deveria ter montado uma estratégia para neutralizar os bandidos antes dos ataques. Por terem sido cometidos em áreas urbanas, de fácil acesso e, até onde se sabe, monitoradas por câmeras, o que se esperava era a pronta resposta da polícia, fosse interceptando os autores antes dos atos consumados, fosse capturando-os após as explosões e os roubos.

A falta de ação preventiva do sistema de segurança contra os ataques explosivos à rede bancária é algo que requer explicação. Com todo o aparato de tecnologia de que dispõem as polícias, é um tanto estranha a falta de um monitoramento eficiente, capaz de identificar suspeitos e inibir suas investidas ousadas. Diante da livre ação da bandidagem, não é exagero afirmar que os altos investimentos para a aquisição e manutenção desse aparato são em vão.

Será que falta competência/qualificação para o uso adequado dos recursos tecnológicos ou o problema é de má vontade? No dois casos, a justificativa não condiz com a propaganda oficial, que apresenta uma São Luís pacificada, livre da violência, que o atual governo atribui apenas ao passado.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.