Apesar das chuvas estarem superando o esperado desde novembro de 2018, o Maranhão é o 5º estado brasileiro onde foi registrado o maior número de queimadas e incêndios florestais. Com base em um boletim divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com dados atualizados até o último dia 26 de maio, pode-se afirmar que 1.001 incêndios foram registrados no estado, em 2019.
Os dados são alarmantes, se comparados aos índices dos dois últimos anos. Em 2018, foram contabilizados 586 queimadas e incêndios no mesmo período do tempo, número 42% menor do que em 2019. Em 2017, foram registrados 456 focos no estado, número 55% menor.
Os focos são constatados, em sua maioria, na região do cerrado maranhense, que ocupa a maior parte do território do estado. Para se ter uma ideia de como a incidência de queimadas no estado está cada vez maior, nas últimas 48 horas foram identificados 17 focos pelo Maranhão, sobretudo no centro-sul.
Em nota para O Estado, o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) informou que as ocorrências de focos de incêndio estão intimamente ligadas às condições favoráveis para a incidência do fogo, a exemplo do clima seco, presença de ventos e altas temperaturas.
O monitoramento de queimadas e incêndios florestais em imagens de satélites é particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos e locais de acompanhamento, condição que representa a situação geral do país.
No Brasil
Comparado aos países da América do Sul, o Brasil é o 2º país que mais queimou em 2019. Foram 16.996 incêndios contabilizados entre 1º e janeiro e 26 de maio. O país ficou atrás apenas da Venezuela, que contabilizou mais de 25 mil focos de incêndio no mesmo período.
No Brasil, assim como na América do Sul, a quase totalidade das queimadas é causada pelo homem, por razões variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões, disputas fundiárias, protestos sociais, e etc. Com mais de 300.000 queimadas e nuvens de fumaça cobrindo milhões de km² detectadas anualmente através de satélites, o país ocupa o 5º lugar entre os países poluidores, e também devastando anualmente em média cerca de 15 mil km²/ano de florestas naturais.
Efeitos das queimadas
No contexto local, as queimadas destroem a fauna e flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional, causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas. E do ponto de vista global, as queimadas são associadas a modificações da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta; neste último contexto, as maiores contribuições do Brasil provêm das queimadas.
É importante lembrar que as queimadas são parte integrante e necessária de alguns ecossistemas onde ocorrem naturalmente devido a raios, como no cerrado, mas apenas umas duas vezes por década nas estações de transição, e não tão frequentemente e no período de estiagem, como se constata.
Saiba Mais
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