SENSIBILIZAÇÃO

Projeto faz ação de limpeza das praias

Cerca de 60 pessoas participaram da primeira ação do projeto Salve as Praias; objetivo é reduzir a quantidade de resíduos na orla e conscientizar a população sobre a situação

MONALISA BENAVENUTO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Voluntários da primeira ação do projeto Salve as Praias realizada ontem
Voluntários da primeira ação do projeto Salve as Praias realizada ontem (Limpeza nas praias)

A partir da preocupação com a situação da orla de São Luís surgiu o projeto Salve as Praias que, na manhã de ontem (26), realizou sua primeira ação na praia da Ponta d’Areia. Cerca de 60 voluntários mobilizados e sensibilizados pela causa recolheram dezenas de sacolas de resíduos da área. Para idealizadores, a expectativa é de que ações sejam realizadas mensalmente em todas as praias da cidade. Atualmente, o plástico ameaça a qualidade dos oceanos e a existência de diversas espécies marinhas.

O projeto é um resultado da inquietação do mensageiro de hotel Malisson Silva em relação às condições das praias da cidade. “Os turistas sempre perguntam sobre as praias e é chato sempre falar que as praias estão impróprias para banho e sujas”, contou. “Outro dia eu queria relaxar sozinho na praia e quando cheguei vi que tinha todo tipo de lixo espalhado pela areia, diante disso eu mesmo limpei e tirei foto do antes e depois que postei nas redes sociais. Depois comecei a pesquisar sobre ONGs e grupos de ajuda ao meio ambiente e me veio a ideia de criar o Salve Praias”, explicou.

A Praia da Ponta d’Areia foi escolhida para a primeira ação do projeto, que contou com a participação de aproximadamente 60 voluntários, entre eles o estudante Thiago Albuquerque que classificou como indescritível a sensação de colaborar para a limpeza das praias “Não dá pra explicar a sensação de contribuir pra uma causa que parece ser simples, mas causa total diferença na ajuda e preservação do meio ambiente”, declarou.

Entre os materiais mais recolhidos na área, materiais plásticos se destacaram, como contou Albuquerque. “Retiramos entre 15 e 20 sacolas de lixo da areia da praia, entre pneus, vidros e até um colchão que encontramos. Mas a grande maioria era plástico, sem dúvida”, esclareceu.

A ideia, segundo eles, é tornar as ações mensais e, em cada edição, selecionar uma praia diferente, com o objetivo de reduzir a quantidade de resíduos na orla e, também, incentivar a conscientização da população que mora e visita as praias de São Luís e já observa resultados positivos. “Com a nossa iniciativa muitas coisas podem melhorar e muitas pessoas podem se conscientizar e mudar suas atitudes. Fiquei feliz e mais motivado porque muita gente tem me procurando e se disponibilizado a participar do projeto”, afirmou.

Plástico nos oceanos

Mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens feitos de plástico, como garrafas, copos descartáveis, canudos, cotonetes, embalagens de sorvete e redes de pesca.

Esta é uma das principais conclusões de um trabalho de monitoramento realizado desde 2012, em 12 delas, pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), uma associação que reúne entidades e empresas do setor.

As pesquisas sobre a questão do lixo no mar ainda são escassas e incipientes, tanto no Brasil como no exterior. Mas, em termos mundiais, sabe-se que os resíduos sólidos nos oceanos possuem diversas proveniências.

Estima-se que 80% deles tenham origem terrestre. Entre as causas disso estão a gestão inadequada do lixo urbano e as atividades econômicas (indústria, comércio e serviços), portuárias e de turismo. A população também tem parte da responsabilidade pelo problema, devido principalmente à destinação incorreta de seus resíduos que, muitas vezes, são lançados deliberadamente na rua e nos rios, gerando a chamada poluição difusa.

Os 20% restantes têm origem nos próprios oceanos, gerados pelas atividades pesqueiras, mergulho recreativo, pesca submarina e turismo, como os cruzeiros, por exemplo.

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