Câmara dos Deputados

Sem quórum, prazo para emendar a reforma da Previdência não é aberto

Emendas que modificarão o texto original da reforma serão apresentadas na comissão especial; aliados reclamam de falta de articulação do governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Comissão especial que analisará reforma da Previdência já foi instalada
Comissão especial que analisará reforma da Previdência já foi instalada (CCJ Câmara dos Deputados)

BRASÍLIA - Por falta de quórum, a Câmara dos Deputados não conseguiu realizar a sessão de debates prevista para a tarde de ontem, adiando, assim, o início da contagem do prazo para a apresentação de emendas na comissão especial da reforma da Previdência.
Instalado na semana passada, o colegiado terá a responsabilidade de debater e votar um parecer sobre a proposta do governo Jair Bolsonaro para as regras de aposentadoria.
Nos bastidores, deputados favoráveis à reforma fizeram críticas à falta de articulação do governo para mobilizar os parlamentares a comparecer na Casa. O quórum necessário era de 51 deputados, 10% do total da Câmara, mas apenas 49 registraram presença no horário da sessão.
O governo tem pressa em aprovar a medida, considerada prioritária para a recuperação das contas públicas. Por isso, quanto antes tiver início o prazo para as emendas, mais rápido terá que avançar o trabalho da comissão.
Pelo regimento, os parlamentares terão prazo de 10 sessões no plenário para apresentar as emendas, que têm como objetivo sugerir mudanças no texto enviado pelo governo. Ou seja, o prazo é contado toda vez que uma sessão (de debates ou votação) é realizada no plenário. Dos 54 deputados do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, somente 12 estavam presentes.
“Cheguei no domingo à noite para garantir a minha presença. Mes­mo que hoje [ontem] não tivesse nada, é minha obrigação estar aqui”, disse o deputado Luiz Lima (PSL-RJ).

Centrão
Entre os partidos do chamando Centrão, que vêm demonstrando incômodo com a relação do Palácio do Planalto com o Legislativo, poucos deputados compareceram à sessão: apenas um deputado do PP e outro do PR estavam na Câmara no horário marcado.
Defensor da reforma da Previdência, o líder do Novo, Marcel van Hattem (RS), lamentou a não realização da sessão. “Foi falta de articulação”, disse.
Ele chegou a apresentar uma questão de ordem argumentando que dois deputados do seu partido estavam na Casa, o que somariam os 51, mas que não tinham registrado a presença com a impressão digital.
Técnicos da Câmara, porém, avaliam que a questão deverá ser rejeitada porque o regimento é claro ao exigir o quórum mínimo para abertura de sessão.
Nos corredores, deputados favoráveis à reforma combinavam estratégias para garantir o quórum hoje – provavelmente, a última tentativa nesta semana. Em razão do feriado do Dia do Trabalho, amanhã, a semana de atividades será mais curta na Câmara.
Para os partidos de oposição, quanto mais tempo passar, melhor. Isso porque assim conseguem se preparar e obter as assinaturas necessárias para pro­tocolar emendas à reforma. É preciso obter o apoio de 171 signatários, mesmo número para a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC).

Comissão

Formado por 49 titulares e 49 suplentes, o colegiado terá até 40 sessões do plenário principal da Câmara para funcionar. Caberá ao relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentar um parecer com sugestões de mudança na proposta. O parecer da comissão especial é meramente opinativo

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