PH

Drama dos hermanos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
O neuro coach e instrutor de meditação Cidinho Marques, fundador do Instituto Iluminar, vai ministrar o curso compacto de Mindfulness, Saúde Mental e Qualidade de Vida, no dia 29 de abril, no Conselho Regional de Medicina
O neuro coach e instrutor de meditação Cidinho Marques, fundador do Instituto Iluminar, vai ministrar o curso compacto de Mindfulness, Saúde Mental e Qualidade de Vida, no dia 29 de abril, no Conselho Regional de Medicina (PH01)

Leitor da coluna que visitou a Argentina há poucos dias trouxe debaixo do braço uma reportagem do jornal Clarin, de Buenos Aires que tem como título “Crise econômica chega ao tango.” O veículo de maior circulação da imprensa portenha narra que “Orquestras, DJs e dançarinos profissionais promovem protesto em forma de baile ao ar livre, para alertar sobre os efeitos danosos.” Falta dinheiro para comida e aluguel. O que dizer do resto.

Desconfiança
Após pesquisas em documentos e relatos colhidos no Brasil e na Itália, que se estenderam por três anos, Helton Costa está lançando o livro Crônicas de Sangue – Jornalistas Brasileiros na II Guerra Mundial.
O autor revela que, inicialmente, houve proibição e os jornalistas não viajariam com as tropas.
Diante da insistência, veio a autorização “mas foram atendidos com uma baita má vontade pelos oficiais na Itália”, conta Helton. “Só após um jantar com o comandante da Força Expedicionária Brasileira, general Mascarenhas de Moraes, tudo melhorou e eles ganharam carta branca para andar pelo front sempre que possível”, acrescenta.

A palavra como arma
Entre os correspondentes que foram à Itália estavam Rubem Braga, Joel Silveira, Egydio Squeff e Raul Brandão.
A participação do repórter Carlos Lacerda foi vetada por seus vínculos com o Partido Comunista naquela época.
A partir da década de 1950, tornou-se líder do pensamento liberal no País.

Imagens da guerra
O artista plástico gaúcho Carlos Scliar, que desfila em algumas paredes de figuras ilustres de São Luís, foi convocado pela Força Expedicionária Brasileira em 1943.
Um ano depois, seguiu para a Europa, integrando escalão comandado pelo general Cordeiro de Farias.
Retornou em 1945, quando passou a desenhar casas, companheiros fardados e imagens da guerra, formando a série “Com a FEB na Itália”.

Há 65 anos
Domingo, um fato registrado na mesma data, 21 de abril do ano de 1954, o presidente da República, Getúlio Vargas, compareceu a Ouro Preto para a solenidade em memória de Tiradentes.
No discurso, mostrou-se ressentido com os ataques à sua administração: “Invocam o direito de crítica para a impunidade da calúnia. Todas as invenções e perversões do mercado livre da intriga, agitação e escândalo só concorrem para prejudicar a nação.”
Quatro meses e três dias depois, diante da exigência de que renunciasse, Vargas se suicidou.

Piadistas do ano
Entre 25 projetos protocolados para mudar a lei eleitoral há dois que jamais seguirão em frente: um extingue o fundo para custear despesas de campanhas e o outro impede o uso dos espaços de propaganda obrigatória de candidatos em rádio e TV.
Os autores, um senador do MDB e um deputado federal do PSDB, receberam o carimbo de colegas: piadistas do ano.

Página virada
Não há registro na história do Supremo Tribunal Federal de uma pressão tão forte como a sofrida pelo ministro Alexandre de Moraes, que tentou impor a censura.
Veio a artilharia de juristas, Ministério Público, parlamentares, entidades de Jornalismo, governos, ministros do Supremo e de todos os que defendem a livre manifestação.

Volta ao bom senso
O presidente Jair Bolsonaro seguiu orientação de algum assessor e disse no fim de semana, em São Paulo, que a imprensa é essencial para a democracia, sinalizando que quer uma relação mais amistosa com jornalistas. Será também uma forma de se desprender das redes sociais às quais dedicou grande parte do tempo até aqui. Sua função é de governar.

Novos ministros
Nos próximos dias. o presidente Jair Bolsonaro deve escolher os dois novos ministros para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Haverá duas trocas nos postos de juristas: Admar Gonzaga Neto deixa o cargo em 27 de abril e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, no dia 9 de maio.
Discretamente, tem um maranhense trabalhando para se viabilizar.

Novos ministros 2
O TSE é composto por sete ministros, sendo três do STF (Supremo Tribunal Federal), dois do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) e dois advogados com notório saber – além de sete substitutos escolhidos dentro da mesma composição.
Gonzaga e Vieira ocupam os postos de advogados. Neste caso, o STF envia uma lista com três indicações para o presidente da República, para que escolha quem irá ocupar as cadeiras.
Será enviada uma lista para a saída de Gonzaga e outra para a de Vieira.

Novos ministros 3
Os mandatos no TSE têm duração de dois anos e podem ser renovados por mais dois anos.
Gonzaga e Vieira estão no primeiro mandato, o que significa que podem ocupar o cargo de ministros por mais dois anos.
Claro que isso só será possível se eles forem indicados pelo STF e escolhidos por Bolsonaro.

TRIVIAL VARIADO

As expectativas eram positivas, mas a realidade teve sabor meio amargo: os supermercados maranhenses não tiveram aumento nos negócios nesta Páscoa em relação à do ano passado.

No assunto: o resultado foi estagnação nas vendas de produtos típicos da data, como ovos de chocolate, bombons e alimentos para comemorações em família.

Tem mais: apesar dos sinais de que a economia segue sem deslanchar em 2019, o varejo havia apostado em aumento no volume, o que não aconteceu. Preparem-se, portanto, para as liquidações dos produtos da Páscoa.

Brasília completou ontem 59 anos. É insuperável a definição do economista Roberto Campos: “A capital federal é um bazar de ilusões e uma usina de déficits”. Acertou no alvo.

Difícil entender. Faltando elementos para o debate com fundamentos na Câmara dos Deputados, o governo conduz a reforma da Previdência ao risco de inviabilização.
Na temporada de vacas magras, empresários põem a criatividade a funcionar. Um grupo tentou propor à EPTC a fixação de propaganda junto às sinaleiras. Foi aconselhado a não passar da portaria. Motoristas não prestam atenção agora, imagine-se com penduricalhos.

Fora dos clichês: o Brasil, nos últimos anos, demonstrou que não há mais esquerda e direita na Economia. Existem bons ou maus governos.

O governo federal tem incorrido em erro ao não abrir os números que embasam o projeto da reforma da Previdência Social. É o que dá munição às versões, muitas vezes sem fundamento, da oposição.

Faltam 2 anos e 5 meses, mas ainda sem divulgação, começa a ser organizada pelo governo federal a comissão que organizará os festejos do bicentenário da Independência. A lista dos interessados em registrar o nome na História é longa.

Exercício conhecido: não é pequeno número de partidos que fazem ginástica à luz do dia para não parecerem governistas. Quando anoitece, correm aos palácios em busca de benesses.

Antigo ditado de políticos sectários que volta com força: se não der para convencer, confunda.

Até agora, permanece semelhante ao do ano passado o movimento de busca de vacinas contra gripe nas clínicas privadas da Capital. Os preços também são os mesmos de 2018.

Verdade incontestável: a inabilidade, a inexperiência e o deslumbramento dos deputados do PSL, muitos sem qualquer noção do que significa a atividade legislativa, tornam o governo refém de políticos da velha guarda.

A presença em São Luís, nesta terça-feira, da designer de joias Carla Amorim, vai movimentar uma ala representativa de nossa sociedade, a partir do meio-dia, em almoço no restaurante It Gourmet.

Em tempo: o convite para o almoço de lançamento da Coleção Poesia, de Carla Amorim, está sendo feito pela representante da artista e joalheira nesta Capital, a empresária Fátima Martins.

DE RELANCE

Palavras de Ruy Barbosa
Há ministros no Supremo Tribunal Federal que precisam ler a conferência de Ruy Barbosa feita em Salvador, há 99 anos. Um trecho: “A Imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longo, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceiam ou destroem, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que a ameaça.”

Previdência e rombo
As reuniões da Comissão Especial da Reforma da Previdência Social, transmitidas pela TV Câmara, resumem-se a gritarias, altercações, desconhecimentos, demagogias e irresponsabilidades. Dois números devem servir como ponto de partida, porém a maioria ruidosa foge deles: em 2009, o déficit da Previdência foi de 43 bilhões de reais. Em 2019, atingirá 309 bilhões. Dá para continuar no rombo crescente?

Tática do desprezo
Quando se fala em Previdência há referência automática ao futuro de milhões de brasileiros. Não se pode ignorar a possibilidade de que, dentro de cinco ou dez anos, com o aumento do déficit, o governo federal venha a dizer: “Infelizmente, não há mais dinheiro para pagar em dia aposentadorias e pensões”. Pessoas com idade avançada, que recebem pouco e dependem da aposentadoria e da pensão, poderão sobreviver? Enquanto isso, os deputados batem boca, uma forma irresponsável de tratar do assunto. É o caminho que levará ao caos.

Folha replica
Após a censura decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes à notícia do dialogo travado por Marcelo Odebrecht, no qual ele chama o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo, de “amigo do amigo de meu pai”, a Folha de S.Paulo replica a matéria, escrita em julho de 2007 e faz referência a uma das obras campeãs em propina na Operação Lava Jato: a usina de Santo Antônio, com mais de R$ 100 milhões em suborno, segundo delatores da Odebrecht e Andrade Gutierrez.

E-mail da discórdia
No e-mail, Marcelo faz a seguinte pergunta a dois executivos da Odebrecht: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?”. O amigo do pai de Marcelo, Emilio Odebrecht, era Lula, segundo a delação da companhia. Toffoli, diz Marcelo, então chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) do governo Lula e ex-assessor petista, era o amigo de Lula nesse jogo de apelidos cifrados.

Toffoli era chefe da AGU
Na época em que ocorreu esta mensagem, Dias Toffoli ainda não havia chegado ao STF: ele era o titular da Advocacia-Geral da União e comandava uma força-tarefa para contestar ações judiciais que tentavam barrar a construção da hidrelétrica do rio Madeira. Ambientalistas e defensores das populações indígenas eram contra a obra porque ela traria danos ao meio ambiente e às etnias de Rondônia que dependiam do rio.

Suicídio de Alan Garcia
O suicídio do ex-presidente do Peru, Alan Garcia, quando era detido em um desdobramento da Operação Lava-Jato naquele país, mostra que a dimensão do escândalo com o protagonismo do grupo Odebrecht e de outras empreiteiras brasileiras ganha dimensões dramáticas. No Brasil, dois ex-presidentes conheceram as grades, mas nenhum deles mostrou sinais até agora de que possa cometer algum ato tão extremado: Lula já com duas condenações e Michel Temer, preso para averiguações há poucos dias.

Suicídio de Alan Garcia e o PT
O suicídio de Alan Garcia traz à tona dados de suas agendas onde aparece de forma constante, a figura de José Dirceu, condenado a mais de 30 anos, mas em liberdade, graças a uma decisão provisória do STF. Comenta-se que Dirceu atuava como lobista de empreiteiras como Engevix e OAS no governo de Alan Garcia.

Para escrever na pedra:
“Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”. De Sócrates, filósofo grego.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.