Polêmica

Bares do Castelão viram alvo de disputa antes de decisão

Diretoria do Papão do Norte alega prejuízo com bares, afirma que administração pertence aos clubes e secretário lamenta modelo de concessão; locatário também reclama

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Bares do Castelão viraram alvo de disputa
Bares do Castelão viraram alvo de disputa (BAR CASTELÃO )

São Luís - Uma polêmica envolvendo a administração de setores do Estádio Castelão antecede o jogo decisivo da final do Campeonato Maranhense 2019. Ao solicitar a gestão da venda de comida e bebidas no estádio, a diretoria do Moto Club levantou dúvidas sobre a responsabilidade na prestação do serviço oferecido aos torcedores. O presidente do Moto, Natanael Jr., solicitou à Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Sedel) a administração da venda de bebida e comida no estádio para a decisão contra o Imperatriz, neste sábado (13), às 17h, no Estádio Castelão, alegando que está agindo conforme manda o Estatuto do Torcedor. O clube foi além e pede em nota que a administração do estádio, que pertence ao Estado, retire os atuais “locatários” dos bares com seus pertences o mais rápido possível, para que a agremiação possa oferecer aos torcedores produtos de melhor qualidade, bom atendimento e preços justos em todos os seus jogos como mandante.

A diretoria do Papão do Norte alega que, com o modelo atual, os clubes estão tendo prejuízo financeiro por não estarem ganhando nada com a comercialização de bebidas e comida dentro do estádio. “Por diversas vezes o Moto Club foi e está sendo lesado por estas pessoas que atualmente comercializam cerveja nas dependências do estádio. Por esse motivo, o Moto Club solicita a esta secretaria a retirada dessas pessoas e seus pertences, para que possa exercer o que prega o Estatuto do Torcedor, onde o clube mandante é responsável por toda comercialização de produtos e serviços dentro do estádio”, diz trecho da nota publicada pelo clube.

Porém, um “locatário” de bar no Castelão, que não quis se identificar, afirmou que a solicitação do Moto não pode ser atendida e que eles já pagam os clubes pela comercialização de seus produtos. “Prefiro não me identificar para evitar retaliações, mas temos um acordo com os clubes mandantes, no qual somos obrigados a comprar a caixa de cerveja que no mercado custa R$ 80,00 ao valor de R$ 130,00. Com isso, somos obrigados a vender a cerveja por R$ 8,00, que não é o valor ideal, porque em média pagamos de cinco a seis garçons ao valor de R$ 50,00 a diária”, disse.
O mesmo locatário de bar no Castelão disse que, para o confronto deste sábado, não terá como mudar o sistema, porque eles compraram cerveja ontem (11) e já estavam colocando para gelar. “A Sedel pode até atender à solicitação do Moto Club, mas para esse jogo não tem mais condição, porque já compramos a cerveja. Quem vai pagar nosso prejuízo?”, questionou.
O titular da Sedel, Rogério Cafeteira, confirmou que já recebeu a solicitação do Moto Club e do Maranhão sobre a administração dos bares do Castelão, mas confirmou que para o jogo deste sábado não terá como mudar o atual modelo.

“A solicitação chegou muito em cima da hora e não podemos tomar uma decisão dessa sem antes conversar com todas as partes. De fato, os torcedores têm reclamado da qualidade dos produtos e do atendimento, e como nossa intenção é a de agradar ao torcedor da melhor forma possível, vamos buscar uma solução que beneficie principalmente o frequentador do Castelão”, afirmou.

Questionamentos do secretário

Rogério Cafeteira também levantou questões importantes como a concessão dos bares do Castelão e contrapartida que o Estádio precisa ter. “Já mandei fazer um levantamento ontem [quarta-feira 10] de como foram feitas estas concessões. Em um levantamento inicial, descobrimos que tem pessoas utilizando os bares há mais de 20 anos. Porém, eles estão utilizando um espaço público sem pagar nada para o Estado, que em minha opinião é um absurdo, porque a Sedel gasta por mês cerca de R$ 200 mil com manutenção do Castelão e o dinheiro vem dos contribuintes”, comentou.

O gestor do Castelão foi além e disse que os clubes também não pagam absolutamente nada ao Estado para utilizar o estádio. “Eu desafio um presidente de clube na minha gestão a provar que já pagou à Sedel para utilizar o Castelão, o que, em minha opinião, também é um absurdo, porque estão consumindo dinheiro do contribuinte para uma atividade com fins lucrativos, porque cobram ingressos para os jogos. Em minha opinião, o ideal seria que os clubes administrassem o estádio como o Botafogo faz com o Engenhão e agora querem fazer com o Maracanã. Não é justo que o contribuinte pague essa conta. Queremos incentivar o esporte, mas neste modelo atual estamos privilegiando de certa forma o futebol. Se pudermos passar esse R$ 200 mil por mês de manutenção do Castelão para os clubes, poderíamos investir em outras modalidades do esporte maranhense, principalmente, as amadoras”, ponderou.

Rogério Cafeteria disse que pretende encontrar uma solução para o problema dos bares do Castelão antes do início dos Campeonatos Brasileiros das Séries C e D. “Vou marcar uma reunião com os representantes de clubes e dos bares na próxima semana, para resolver este problema”, concluiu.

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