Arte social

Um grito por meio da arte

Marlene Barros denuncia e retrata a violência contra mulher na Galeria de Arte do Sesc com exposição

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Exposição mostra rostos das mulheres reconfigurados
Exposição mostra rostos das mulheres reconfigurados (Marlene Barros)

SÃO LUÍS-Manifestações artísticas e culturais integram o movimento de luta da violência contra as mulheres e é uma significativa ferramenta de mobilização de novos públicos em favor dessa causa. Compreender e discutir o lugar da mulher é a motivação da artista maranhense Marlene Barros que está em cartaz até o dia 29 de março na Galeria de Arte do Sesc (Praça Deodoro) com a exposição “Eu tenho a tua cara”. Composta por rostos de mulheres desfigurados e reconfigurados, visa expressar o impacto da violência sofrida diariamente pela mulher brasileira.

Sororidade
A exposição “Eu tenho a tua cara” é um trabalho criado a partir de fotografias de rostos de várias mulheres onde a artista cria novas imagens, novos rostos, que causam estranhamento e inquietação em quem observa pelo seu poder de instigação e de subversão causada pela troca dos olhos e das bocas de cada uma, onde são costurados os pedaços de umas nas outras. Um rosto que se qualifica enquanto grotesco, pois a imagem dessa costura também nos transporta para outra imagem ligada a costuras dos corpos de mulheres que sofreram ou sofrem algum tipo de violência.

Apesar de avanços na proteção dos direitos da mulher e na coibição das situações de violência doméstica e familiar, do crime de estupro e dos homicídios de mulheres pelo fato de serem mulheres como a promulgação da Lei 11.340/2006 conhecida por “Lei Maria da Penha”, a mudança do Código Penal sobre o crime de estupro (2009) e a criação da Lei 13.104/2015 (Lei do Feminicídio), ainda são muitos os desafios em âmbito municipal, estadual e nacional na efetividade das políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres.

Diante desse contexto, é imperativo que os movimentos de mulheres como um todo, estabeleçam estratégias de mobilização de forma contínua e permanente. “Sendo artista, mulher, brasileira e nordestina, fica quase impossível não ser tocada pela situação de violência vivida pelas mulheres principalmente no Brasil, onde a cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de agressão, e a cada dia 7 mulheres são mortas vítimas da violência dos homens”, ressaltou a artista plástica Marlene Barros.l

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