Vitoriosa

Mangueira é a campeã do carnaval 2019 do Rio de Janeiro

Escola recontou a história do Brasil a partir de heróis negros e índios; viúva de Marielle Franco, vereadora carioca, morta em março do ano passado, desfilou na última ala

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Carro da Mangueira, que desfilou o enredo “História pra ninar gente grande”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira
Carro da Mangueira, que desfilou o enredo “História pra ninar gente grande”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira

RIO DE JANEIRO - A Estação Primeira de Mangueira é a grande campeã do carnaval 2019 do Rio de Janeiro. A apuração das notas do Grupo Especial aconteceu na tarde desta quarta-feira (6), na Marquês de Sapucaí. A Viradouro foi a segunda colocada na disputa.

A Imperatriz Leopoldinense e a Império Serrano foram rebaixadas para o grupo de Acesso. As seis primeiras colocadas desfilam novamente no próximo sábado (9). Assim que foi encerrada a apuração, a festa de comemoração foi iniciada na sede da escola carioca.

"Lava a alma. A Mangueira estava esperando esse título. Foi muita batalha", afirmou Alvinho, ex-presidente da escola. "Fizemos um grande espetáculo e, semana que vem, se Deus quiser, vamos repetir", ressaltou ele.

Para conquistar o seu 20º título, a Mangueira deu uma aula de história na Sapucaí. Mas foi uma história alternativa, com destaque para heróis da resistência negros e índios em vez dos personagens tradicionais das páginas de livros escolares.

O enredo “História pra ninar gente grande” foi assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira e contado em 24 alas e cinco alegorias. Em busca do título, a Mangueira exibiu uma bandeira do Brasil com as cores da escola no final do desfile, que ocorreu na noite de segunda-feira (4).

Integrantes da escola e comemoram a vitória no grupo Especial do Rio de Janeiro
Integrantes da escola e comemoram a vitória no grupo Especial do Rio de Janeiro

Verde e rosa

Com 3.500 componentes, a escola verde e rosa apresentou heróis como o guerreiro Sepé Tiaraju, que tentou evitar o massacre dos guaranis pelas tropas de Portugal e da Espanha. Foram recontadas batalhas entre índios e portugueses, com tribos dizimadas. Uma das alas mostrou os índios Cariris e sua luta para que o Nordeste não fosse invadido, em um conflito de mais de 50 anos.

Um grupo de musas da comunidade chamou a atenção por representar importantes mulheres negras, como Acotirene, matriarca do Quilombo dos Palmares, e Adelina Charuteira, da campanha contra a escravidão no Maranhão.

Outro momento de representação feminina foi um dos carros foi empurrado apenas por mulheres. “A gente passou a mensagem que a gente queria”, comemorou a rainha de bateria Evelyn Bastos, destacando que a escola exaltou a história do povo negro. Ela acompanhou a apuração na Sapucaí.

As escolas foram avaliadas quanto a bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, mestre-sala e porta-bandeira, alegorias e adereços, fantasias e comissão de frente. A Mangueira obteve a pontuação máxima em todos os quesitos.

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