Criminalidade

PMs acusados por extorsão são investigados por outros crimes

Os soldados Nascimento e Pádua Santos estão sendo acusados de agirem de forma ilegal com pessoas que pegaram dinheiro jogados por bandidos no assalto ao Banco do Brasil, em Bacabal

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

SÃO LUÍS A Polícia Civil informou, ontem, que há possibilidade de haver mais moradores de Bacabal vítimas de extorsão e ameaças de morte feitas pelos soldados Túlyo de Pádua Santos Ribeiro e Antônio Ednaldo Mendes do Nascimento, lotados no 23º Batalhão da Polícia Militar, em São Mateus. De acordo com a polícia, os militares, em companhia de um homem, cujo nome não foi revelado, teriam agredido física e psicologicamente, além de praticarem violência sexual a um casal, na madrugada do último dia 26, e queriam R$ 800 mil. Essas vítimas supostamente teriam recolhido dinheiro do assalto na Central de Distribuição do Banco do Brasil de Bacabal, ocorrido no dia 25 de novembro do ano passado.

“Existe possibilidade de esses policiais terem ameaçado outros moradores, suspeitos de terem recolhido dinheiro do assalto ao Banco do Brasil. Estamos investigando”, disse o delegado Alexandre Sermúdio, lotado em Bacabal. Ele informou, ainda, que até a tarde de ontem o soldado Nascimento não havia se apresentado na delegacia da cidade para prestar esclarecimento sobre essa acusação, mas já foi solicitada a sua prisão ao Poder Judiciário.

Ainda segundo o delegado, o outro policial suspeito foi preso em flagrante por uma guarnição da PM no centro de Bacabal, e conduzido ao plantão da Polícia Civil da cidade, onde foi ouvido. O militar foi autuado pelos crimes de roubo, tortura e estupro. Em seguida ele foi transferido para o comando-geral da Polícia Militar, no Calhau, em São Luís onde está à disposição da justiça.

Ação criminosa

O delegado informou que os militares estavam sendo monitorados, já que havia suspeita de que estariam realizando esse tipo de ação criminosa, utilizando ilegalmente a arma da corporação militar. No último dia 26, os policiais, à paisana, invadiram a casal de um casal na Rua Clores Miranda. Em seguida, eles deram o início a uma sessão de tortura e na frente dos dois filhos das vítimas, que são portadores de síndrome de Down.

O casal foi agredido a socos e ainda teve uma arma de fogo apontada para a sua cabeça, enquanto os agressores exigiam que entregasse o dinheiro proveniente do assalto ao Banco do Brasil de Bacabal. O delegado disse que em determinado momento os agressores rasgaram parte da roupa da esposa da vítima e teriam acariciado os seios dela e ainda teriam introduzido uma arma de fogo na sua vagina.

O delegado disse ainda que o casal, com receio de ser morto, acabou confessando aos agressores que tinha recolhido R$ 16 mil e que o dinheiro estava guardado na residência de um familiar. Os militares, então, foram até essa casa onde pegaram R$ 3.005,00 e fugiram.

A polícia foi acionada e passou a realizar rondas, conseguindo localizar o soldado Túlyo, que ainda estava com o dinheiro. Ele portava uma pistola com 21 munições intactas, que pertencem a Polícia Militar. “O soldado Nascimento ficou de comparecer ao distrito policial. Há informações de que ela já teria contratado um advogado para se apresentar”, declarou o delegado.

No fim da tarde de ontem ocorreu uma coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), na Vila Palmeira, quando o assunto foi detalhado para a imprensa. O delegado Jefferson Portela, secretário da SSP, afirmou que esses militares são autores desse crime e deverão ser excluídos da corporação.

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