Tenho observado que as paradas de ônibus em São Luis estão recebendo uma moderna cobertura, o que tem sido preservada, com a ajuda da população usuária, em sua maioria. Observo, também, que faltam coberturas em várias paradas, em nossa cidade, ficando os pretensos passageiros em uma fila atrás da sombra de um poste, livrando-se do sol escaldante ou em baixo da folhagem de uma árvore, em momentos do sol forte ou chuva, quando as árvores existem.
Tem chamado minha atenção o fato de que na Avenida Jackson Lago, (Península da Ponta D’Areia) do início ao fim, e daí ao começo da via, não existe uma única cobertura em paradas de ônibus. Passei a imaginar o grande número de profissionais homens e mulheres que naquela região trabalham e, também, o fato de que essa legião de trabalhadores, em sua grande maioria, não mora nesse bairro, o que a impede, desta maneira, de escolher os melhores momentos para esperar os coletivos. É necessário, assim, que sejam cobertas as paradas de ônibus da citada avenida. Fica a sugestão que considero muito importante.
Entre vários problemas sociais de nossa São Luis, algo tem me chamado a atenção, deixando-me angustiado: trata-se da grande quantidade de homens e mulheres de várias faixas etárias em grande degradação humana, jogada na calçada à esquerda da rua atrás do Mercado Central, no centro da cidade, em frente às incontáveis pessoas que por lá transitam e/ou esperam ônibus.
Uns fumam algo, outros cheiram, muitos tomam goles de algum tipo de bebida que parece cachaça clara, todos demonstrando abandono social e familiar; sem destino, mal vestidos, alguns semi-desnudos, todos sujos, com os cabelos assanhados. Algumas mulheres parecem grávidas, gerando crianças para as quais não vislumbro esperanças nem físicas nem sociais, mercê de gestação sem acompanhamento pré-natal, sem mínima orientação, de qualquer tipo.
Cozinham algo na própria calçada e ali se alimentam. Alguns deitados sobre os outros, sem nenhuma preocupação e muitos demonstram uma natural inquietude, fruto da cruel realidade de estarem vivendo em uma Cracolândia, sem lenços, sem documentos e sem futuros promissores.
Não são inúmeros, mas, como passo por aquela rua, quase diariamente, tenho observado que o número de pessoas que ali “vivem”, só aumenta.
Não devemos deixar crescer este nicho de degradação humana; não proponho, também, medidas coercitivas contra aquelas pessoas.
Proponho que, enquanto é reduzido o grupo desses pacientes,, seja feito um trabalho médico e social, também, com psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros igrejas e quem mais se dispuser a ajudá-los, enquanto parece haver recuperação dessas pessoas, e seja evitado aumento dos participantes desta tragédia humana no mesmo local, ou em outros que possam existir.
Não é tarefa fácil, mas, é preciso começar aprendi que “quando não se pode fazer o que se deve, deve-se fazer o que se pode”. Tem um problema pontual, que é a falta de centro de recuperação com internato pelo SUS em nossa capital, específico para esses pacientes.
Pior, ainda, é quando o problema que os consume lentamente, se torna agudo, tendo eles surtos. não tendo um centro de referência específico para acolhimento médico-social.
Quanto mais rápido o auxílio a essas concentrações de drogados, maios o resultado.
O somatório de esforços pode levar a muitas vidas salvas e envolvidas e evitar que outras se evolvam no citado problema.
Temos profissionais que se dispõem a esse trabalho e precisam ser contatados e arregimentados para a batalha de recuperação dessas pessoas.
Abdon Murad
Presidente do CRM-MA
E-mail: abdonmurad@uol.com.br
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